Saúde Mais Cara em 2025

Saúde Mais Cara em 2025


André Medici

Introdução

Ao longo de 2024, o dólar norte-americano teve uma valorização significativa em relação ao real. Em 1º de janeiro de 2024, o dólar estava cotado a R$4,8539. Em 16 de dezembro de 2024, o dólar passou a valer R$6,0509. Não vou especular sobre a variação de hoje, quando a moeda norte-americana chegou a ser cotada a mais de R$6,20, baixando para R$6,11 depois da venda pelo Banco Central de quase 11 bilhões de dólares. Mas considerando os valores entre 1º de janeiro e 16 de dezembro, o incremento representa uma valorização de cerca de 24,66% no período.

A apreciação do dólar frente ao real pode ser atribuída a diversos fatores econômicos e políticos que influenciaram o mercado cambial, ao longo de 2024, aos quais não é objetivo deste artigo comentar. Mas perspectivas otimistas da taxa de câmbio para 2025 afirmam que o dólar deverá chegar a R$7,00, podendo, inclusive, ultrapassar esse valor, caso a dívida interna não seja controlada e a inflação fique muito fora da meta. Nesta perspectiva, se espera que a cesta de bens e serviços de saúde poderá ficar mais cara.

Impactos do dólar nos custos da saúde

A alta do dólar impacta significativamente os preços dos bens e serviços de saúde, incluindo medicamentos, devido a vários fatores:

1. Insumos Importados para Medicamentos: A indústria farmacêutica brasileira é altamente dependente da importação de matérias-primas (insumos farmacêuticos ativos - IFAs) que são cotadas em dólar. Com o dólar mais caro, o custo de produção aumenta, levando ao reajuste dos preços dos medicamentos. Cerca de 90% dos insumos usados na fabricação de medicamentos no Brasil são importados, especialmente da China e da Índia.

2. Medicamentos Importados: Medicamentos especializados ou de alta complexidade, como remédios oncológicos, biológicos e para doenças raras, frequentemente são importados e diretamente afetados pelo câmbio. O aumento do dólar torna esses produtos significativamente mais caros para os consumidores finais e para o Sistema Único de Saúde (SUS).

3. Equipamentos Médicos e Hospitalares: Equipamentos como tomógrafos, ressonâncias magnéticas, próteses, stents e outros dispositivos médicos são em grande parte importados ou possuem componentes externos. O aumento do dólar encarece esses produtos, impactando os custos de hospitais e clínicas privadas.

4. Impacto nos Serviços de Saúde: Com os custos de equipamentos, insumos e medicamentos mais altos, os prestadores de serviços de saúde (hospitais, clínicas e laboratórios) tendem a repassar esses aumentos para o consumidor final. Isso pode pressionar o valor de consultas médicas, exames e procedimentos.

5. SUS e Programas Governamentais: O aumento nos preços dos insumos afeta também os gastos do governo com a aquisição de medicamentos e equipamentos para o SUS. Programas públicos que dependem de medicamentos de alto custo (como o Programa de Assistência Farmacêutica) podem enfrentar orçamento mais restrito, comprometendo o atendimento.

6. Reajustes no Preço de Medicamentos: O CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) regula os preços dos medicamentos no Brasil e permite reajustes anuais. A alta do dólar pode pressionar esses reajustes para cima. Além disso, produtos não controlados diretamente podem sofrer aumentos mais imediatos.

A combinação desses fatores tende a agravar o acesso à saúde, especialmente para a população mais vulnerável, e pode levar a maior inflação no setor, pressionando ainda mais os custos para pacientes e o sistema público.

Impacto no Custo de Vida dos Mais Pobres

Mas além da saúde mais cara, a população pobre poderá sofrer ainda mais com a desvalorização acelerada do real, gerando uma inflação de proporções razoáveis A recente elevação do dólar em 2024 terá impacto significativo no custo da cesta básica no Brasil, afetando especialmente as populações de menor renda. Essa alta influencia diretamente os preços de diversos produtos essenciais, resultando em aumento da inflação e redução do poder de compra dos consumidores.

A pecuária brasileira depende de insumos como rações e fertilizantes, muitos deles cotados em dólar. Com a valorização da moeda norte-americana, os custos de produção aumentam, elevando o preço final das carnes e derivados. Além disso, um dólar alto torna as exportações mais lucrativas, podendo reduzir a oferta no mercado interno, pressionando ainda mais a alta dos preços. O Brasil é um importador significativo de trigo, cujo preço é cotado em dólar. Com a alta da moeda, produtos como pão francês, macarrão e biscoitos tendem a ficar mais caros, impactando diretamente o consumidor. Além disso, o preço do óleo de soja tem apresentado aumentos em diversas capitais brasileiras, influenciado pela demanda interna e externa e pela desvalorização do real frente ao dólar.

O aumento nos preços dos alimentos básicos compromete uma parcela maior da renda das famílias de baixa renda, que já destinam uma porção significativa de seus ganhos à alimentação. Com a cesta básica mais cara, essas famílias enfrentam dificuldades adicionais para manter uma alimentação adequada, podendo levar a cortes em outras despesas essenciais ou à redução na qualidade e quantidade dos alimentos consumidos.

A alta do dólar em 2024 tem um efeito cascata sobre os preços dos produtos que compõem tanto os insumos para a saúde como a cesta básica, agravando a situação econômica das populações vulneráveis. Medidas de política econômica que visem estabilizar a moeda e controlar a inflação são essenciais para mitigar esses impactos e preservar o poder de compra dos consumidores brasileiros.


Perspectiva muito ruim. E nenhum político ou representante nosso muito bem remunerado em nenhuma das Câmaras se preocupa em melhorar esse pacote para reduzir o impacto sobre a já debilitada saúde ou o cronicamenre sub financiado SUS. Votação açodada de emergência para incluir SEUS jabotis.

Orlando Cândido dos Passos

Autor do livro: “Modelo-RSVA\LCA^AIS: Remuneração Sistêmica por Valor Agregado nas Linhas de Cuidados Assistenciais compondo Ações Integrais de Saúde” (ISBN: 978-65-00-58745-6_784pg^dig)

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Como subsídio, 1.Sabe-se que o Setor de Saúde tem o que há de melhor em RH^Proficientes Resolutivos Diretos - suficientes para atender as Demandas-LCA/IS^AIS* das Populações(gestante, pediátrica, adulta e quinta idade). *LCA/IS^AIS=Linhas de Cuidados Assistenciais(médica, enfermagem, multip direta e multip indireta) por Instituição de Saúde(pública, filantrópica, privada e mista) compondo Ações Integrais de Saúde. 2.Assim, tem-se o necessário e suficiente para se focar fortemente em soluções sistêmicas norteadoras das Posturas Decisórias Assertivas que podem assegurar a potencialização das sinergias determinantes da Eficiência Sistêmica neutralizadora das adversidades do âmbito interno e externo

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