SENTIMENTOS E EMOÇÕES, NA VIDA E NO TRABALHO

SENTIMENTOS E EMOÇÕES, NA VIDA E NO TRABALHO

SENTIMENTOS E EMOÇÕES, NA VIDA E NO TRABALHO (FEELINGS AND EMOTIONS IN LIFE AND WORK)

 

Esse artigo está baseado no meu livro “Gestão de Pessoas nas Organizações; A evolução do ser humano na vida e na carreira”, publicado pela Editora Atlas (Grupo Gen) e mostra como a satisfação, a motivação, e o comprometimento, com uma organização, têm a ver com a evolução da vida afetiva e emocional. Qualquer profissional que ocupa um cargo de chefia e de liderança, deve aprofundar o tema da vida afetiva-emocional e do seu impacto na produtividade e na felicidade dos seres humanos, com quem trabalha ou interage.

Os sentimentos e as emoções, vivenciados na infância e na adolescência, têm grande importância no funcionamento global da personalidade, pois ficam registrados no nosso inconsciente. Agem na conduta, da vida presente, sem que a pessoa tenha plena consciência deles. Aparecem nas situações de tensão e nos conflitos, e nesses momentos podem fazer a pessoa se emocionar, perder o controle, ou até dizer coisas que não diria em estado normal. Possuem, ainda, um caráter dinâmico e de energização da conduta e podem causar ansiedade ou depressão. Por isso podem ser somatizados e causar problemas físicos, de estresse e de saúde mental. Estão relacionados com os valores da pessoa, e com a cultura do lar em que viveu sua infância e adolescência. Valores e cultura, introjetados, no início da vida, continuam tendo impacto no comportamento da idade adulta.

Na criança pequena não existe a afetividade com as características com as quais aparece, mais tarde, no ser humano. As sensações, e as emoções e sentimentos, aparecem desde os primeiros meses e anos de nossa vida; precedem ao surgimento da nossa capacidade crítica e de análise racional dos fatos e acontecimentos da existência.  Durante todo o resto da vida, a pessoa fará a associação, no presente, de sensações agradáveis, do passado, vivenciadas na sua infância. Também será feita uma associação negativa, no presente, com pessoas e objetos que nos causaram mal-estar, no início da vida.

A criança é capaz de experimentar emoções negativas, como medo e raiva, quando se espanta, por exemplo, ao ouvir gritos e discussões que ocorrem perto dela. Faz uma avaliação mais sensorial e afetiva de si mesma, e dos objetos e pessoas que a cercam, fazendo com que se sinta segura ou insegura. Se a força das experiencias positivas, na infância, não é maior do que a força das experiencias negativas, sentiremos insegurança na adolescência, ou na idade adulta, projetando nossas dificuldades sobre as pessoas que nos cercam, sem termos uma consciência plena da razão do nosso comportamento negativo.  

Na nossa vida psíquica, quanto mais antiga for a memória emocional de um acontecimento, mais força ela terá nos momentos de crise ou de perigo. Nesses momentos, nossas estruturas mentais e emocionais, mais recentes, cedem lugar às sensações e emoções mais antigas e primitivas. Assim, o nosso mundo afetivo está relacionado com a vida inconsciente e afeta nossa conduta e a dinâmica de nossa personalidade.

Um exemplo, pode ser uma pessoa, como chefe e líder de uma área de trabalho, tratar, autoritariamente, seus subordinados, enquanto trata em forma correta, educada, seus superiores. Na relação com os subordinados, a pessoa solta mais tensões, emoções e afetos negativos, originados na sua vida familiar e escolar, na infância e adolescência. Na relação com os superiores, sua censura consegue reprimir esses sentimentos negativos, mantendo-os sob controle.

As emoções positivas, (amor, paciência, alegria, otimismo, coragem), aumentam a energia e a rapidez de todos os processos vitais; aumentam as defesas orgânicas contra os agentes patógenos; estimulam a busca de prazer e de atividade física; aumentam a produtividade mental e a criatividade; facilitam a empatia e o relacionamento interpessoal e geram otimismo. As emoções negativas (ira, ódio, impaciência, tristeza, insegurança, temor, tédio) produzem desequilíbrios, em todos os mecanismos reguladores do organismo, causando transtornos digestivos, nervosos e circulatórios; produzem estados anímicos negativos e depressivos; diminuem a energia vital e tornam lentos todos os processos vitais; diminuem as defesas orgânicas; dificultam toda atividade física; provocam distorção dos juízos e do raciocínio na tomada de decisão; aumentam o desejo de polemizar e a agressividade; produzem ideias negativas e insegurança pessoal; dificultam o relacionamento pessoal.

O conhecimento racional e emocional de si mesmo, nas situações do trabalho e da vida nas organizações, pode ser desenvolvido através do Mentoring e do Coaching e através da Psicoterapia; essa última hipótese, significa um apoio psicológico mais profundo, o qual é indicado quando os problemas, e as dificuldades da vida, parecem escapar do nosso controle.

FEELINGS AND EMOTIONS IN LIFE AND WORK

This article is based on my book “People Management in Organizations; The evolution of the human being in life and career”, published by Editora Atlas (Grupo Gen) and shows how satisfaction, motivation and commitment to an organization have to do with the evolution of affective and emotional life. Any professional who occupies a position of leadership must deepen the theme of affective-emotional life and its impact on the productivity and happiness of human beings, with whom he works or interacts.

Feelings and emotions experienced in childhood and adolescence are of great importance in the overall functioning of the personality, as they are registered in our unconscious. They act in the conduct, of the present life, without the person being fully aware of them. They appear in situations of tension and conflicts, and at these times they can make the person feel emotional, lose control, or even say things that they would not say in a normal state. They also have a dynamic and energizing nature of behavior and can cause anxiety or depression. Therefore, they can be somatized and cause physical, stress and mental health problems. They are related to the person's values and the culture of the home in which he lived his childhood and adolescence. Values and culture, introjected into early life, continue to impact adult behavior.

In small children, there is no affectivity with the characteristics that appear later in human beings. Sensations, and emotions and feelings, appear from the first months and years of our life; they precede the emergence of our critical capacity and rational analysis of the facts and events of existence. Throughout the rest of life, the person will associate, in the present, pleasant sensations, from the past, experienced in his childhood. There will also be a negative association, in the present, with people and objects that caused us discomfort in the beginning of life.

The child can experience negative emotions, such as fear and anger, when he is startled, for example, at hearing screams and arguments that occur near him. Makes a more sensory and affective assessment of herself and the objects and people around her, making her feel safe or insecure. If the strength of positive experiences in childhood is not greater than the strength of negative experiences, we will feel insecurity in adolescence or adulthood, projecting our difficulties onto the people around us, without being fully aware of the reason for our negative behavior.

In our psychic life, the older the emotional memory of an event, the more strength it will have in moments of crisis or danger. In these moments, our newer mental and emotional structures give way to older, more primitive sensations and emotions. Thus, our affective world is related to unconscious life and affects our behavior and the dynamics of our personality.

An example might be a person, as the boss and leader of a work area, authoritatively treating their subordinates, while treating their superiors in a correct, polite way. In the relationship with subordinates, the person releases more tensions, emotions, and negative affects, originating in their family and school life, in childhood and adolescence. In relation to superiors, his censorship can repress these negative feelings, keeping them under control.

Positive emotions (love, patience, joy, optimism, courage) increase the energy and speed of all life processes; increase organic defenses against pathogens; stimulate the pursuit of pleasure and physical activity; increase mental productivity and creativity; they facilitate empathy and interpersonal relationships and generate optimism. Negative emotions (anger, hatred, impatience, sadness, insecurity, fear, boredom) produce imbalances in all the body's regulatory mechanisms, causing digestive, nervous and circulatory disorders; they produce negative and depressive mood states; they diminish vital energy and slow down all vital processes; they decrease organic defenses; hinder all physical activity; cause distortion of judgment and reasoning in decision making; they increase the desire to debate and aggressiveness; produce negative ideas and personal insecurity; make personal relationships difficult.

Rational and emotional knowledge of oneself in work and life situations in organizations can be developed through Mentoring and Coaching and through Psychotherapy; this last hypothesis means a deeper psychological support, which is indicated when problems, and difficulties in life, seem to get out of our control.

 

 

 

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