Sustentabilidade emocional: “em construção”

Sustentabilidade emocional: “em construção”

Foi celebrado o dia do Psicólogo em 27 de agosto, representando uma jornada de descobertas constantes para quem acredita no potencial do ser humano. Me orgulho em ser psicóloga e praticar a escuta em qualquer dimensão do meu trabalho e, não imaginei, quando fiz essa escolha aos 17 anos, que ela seria tão importante no meio organizacional. Hoje, minha escuta “grita”: não dá mais para agir como se fôssemos máquinas atendendo demandas 24 horas por dia. A glamourização do trabalho em excesso é comum, com conversas carregadas de orgulho: "Trabalho muito, não tenho tempo para nada". Que bom ter orgulho, mas o ponto aqui é o adoecimento, às vezes silencioso, mas ele “grita” também.

Já ficou claro que essa atitude desenfreada aumenta a ansiedade, reduz o foco e a produtividade, e as organizações não atentas sobre o quão prejudicial é essa questão, perdem em diversos aspectos. Mas, como levar a questão da saúde com objetividade para ambientes onde o assunto era praticamente “proibido” até então?

Enquanto a saúde mental for percebida como um tema separado, haverá prejuízo humano e organizacional.

Seguindo a premissa da sustentabilidade ambiental, sobre vivermos em harmonia com os recursos naturais; na sustentabilidade emocional, a proposta é, também, a busca pelo equilíbrio, balancear o que é necessário e possível sem esgotarmos nossas capacidades e recursos internos. Organizações que cuidam dessas questões de forma prática, pelo que vejo e facilito, estão conversando muito sobre isso, experimentando a implementação de iniciativas, com abertura para mudanças de rota necessárias. É preciso ser sustentável colocando a saúde mental como pilar da estratégia e cultura. Reagir quando o colaborador adoece e precisa se afastar já não é mais aceitável no mundo corporativo.

Estou longe de ter as respostas, mas tornar a busca pela saúde organizacional como frente da liderança que olha para o futuro me parece indispensável. E o futuro é agora. Os líderes precisam ser arquitetos, que constroem as mudanças, e não espectadores passivos.

Por Juliana Ordonhes

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