Um dia qualquer no ano de 2035

Um dia qualquer no ano de 2035

Hoje é dia 28 de junho de 2035 e me impressiono como as coisas evoluíram nestes últimos 20 anos...Quem diria...Nem o Google é mais o mesmo (Quem mexeu no meu Google?). Há duas décadas um dos temas que geravam grandes debates era a Inteligência Artificial. Desacreditada por muitos, hoje faz parte do nosso dia a dia.

Usamos tantos recursos inteligentes que nem damos conta da sua presença.

E pensar que muitos temiam e esperavam um futuro caótico (Você tem medo da Inteligência Artificial?). Também pudera, as produções hollywoodianas nos fizeram acreditar nisso.

Claro que hoje olhamos para trás e vemos que várias profissões praticamente "desapareceram". Eu mesmo e vários colegas precisamos aprender muitas coisas novas nos nossos novos empregos... ou você segue a tecnologia ou ela te engole sem piedade (Profissões ameaçadas pela tecnologia e a necessidade de nos reinventarmos em nossas carreiras). Nós trabalhávamos prestando serviços para o setor automobilístico, mas os empregos ficaram tão minguados nessa área que decidimos nos reciclar e respirar novos ares (As principais habilidades que vão garantir o seu emprego nos próximos 20 anos).

Num cenário ideal não deveríamos ter essas dificuldades, mas em pleno ano de 2035, ainda não estamos assim tão avançados em termos sociais...uma pena! (Revolução digital e social devem caminhar juntas). Tudo é culpa das máquinas - diriam os neoludistas. Mas convenhamos...o responsável por esses novos e complexos desafios está diante do nosso próprio espelho (A tecnologia não é o problema; o problema somos nós).

Engraçado foi a forma como consegui meu novo emprego.  Estava tirando umas dúvidas, com uma simpática atendente virtual (Chatterbot: você ainda vai falar com um) sobre como ensinar novos truques ao meu pet robótico (Podemos conviver em harmonia com os robôs? ) quando uma mensagem pipocou no meu celular dizendo que uma empresa havia me escolhido para uma entrevista de emprego. Bom que hoje é tudo muito rápido! Acho que não haviam passado nem 5 minutos desde que havia expressado meu desejo de trabalhar naquela empresa (Em busca de recolocação? Como recrutadores robôs poderão afetar suas perspectivas de emprego). A mensagem dizia que o meu perfil se encaixava dentro do que eles buscavam e que gostariam de falar comigo ainda naquela manhã (O que as empresas andam pesquisando no seu perfil).

Como tudo hoje é muito integrado, no mesmo momento, minha assistente virtual me perguntou se eu não desejaria que ela agendasse um Uber para daqui 2 horas (Sorria! Você está sendo rastreado).  Claro! E na hora marcada lá estava o carro me esperando. E com uma precisão britânica o trajeto entre minha casa e o meu novo futuro emprego foi feito em exatos 8 minutos e 34 segundos...Tenho que admitir, eu jamais conseguiria dirigir tão bem quanto esses carros autônomos (Destruição em massa de empresas e empregos, reformulação da economia, maior qualidade vida. Como os carros autônomos vão impactar as nossas vidas?). Já que não precisava me preocupar com a direção comecei a ler as principais notícias do dia...Uma excelente matéria escrita por um jornalista robô me fez pensar um pouco sobre como as coisas mudaram (Robô jornalista: como uma máquina pode escrever um texto).  Complicado é constatar que apesar das coisas boas proporcionadas pela tecnologia ainda precisamos nos preocupar com o outro lado da moeda (Terror nas mídias sociais).

Ah! A entrevista de emprego deu certo e hoje estou feliz nas minhas novas  funções. Na verdade já estou até programando minhas férias para o final do ano: minha assistente virtual já selecionou destinos paradisíacos com  base no meu nível de estresse atual (A fusão entre homens e máquinas).  Férias são férias, não vou querer saber de nada e vou deixar todas as tarefas domésticas à cargo das máquinas (Os Jetsons estavam certos). E, apesar do meu óculos de realidade  virtual poder me levar a qualquer lugar do mundo e permitir minha imersão numa experiência praticamente real, quero dar uma mergulho num mar de verdade e me deliciar com a brisa do mar e com o sol queimando a minha pele (Tecnoestresse: a doença da tecnologia).

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Sobre o autor:
Patrick Pedreira é Professor Mestre em Ciência da Computação, aluno especial de doutorado na USP, coordenador de curso de graduação e, acima de tudo, um amante da tecnologia.

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