Um pouco mais de paciência…

Um pouco mais de paciência…

Escuta ativa, empatia, diálogo, silêncios e seus significados. Isso e muito mais foi tema do nosso desafio no Instagram, durante 14 dias. Mas o desafio real é o que todas as pessoas vivenciam em maior ou menor intensidade: colocar em prática esses ensinamentos, em meio à correria, à pressão por resultados, ao medo de haver uma má interpretação ou um julgamento indesejado.

E antes de continuar essa reflexão, já evoco Lenine, que sabiamente canta:

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma…

A vida não para…"

A vida não para. Para cada pessoa, isso significa algo diferente. Só que para muita gente, isso gera impaciência com as outras pessoas, especialmente as que pensam e agem diferente de nós. 

Sem paciência, não ouvimos, estamos ocupadas e ocupados demais para isso. Parar pra conversar? Nossa, que perda de tempo!

Consequentemente, uma simples divergência de ideias ou de posicionamento, algo corriqueiro mesmo nas mais harmoniosas equipes ou famílias, pode escalar rapidamente para generalizações do tipo “você nunca” e “eu sempre”, “ninguém faz” ou “todo mundo esquece…”. Daí para a culpabilização, criar uma imagem de “eu contra as outras pessoas” ou vice-versa é um pulo. 

Todo esse percurso é feito como um rastilho de pólvora. A depender da relação e do contexto, basta meia dúzia de palavras. 

Talvez por isso, no desafio que lançamos no Instagram, recebemos tantas respostas de pessoas tocadas pelas perguntas que as convidaram a parar, refletir, perceber, sentir desconfortos ou alívios de notar o que vivenciam em situações delicadas. 

Convidamos você, neste texto especial da nossa newsletter, a parar, pensar e relembrar como vivencia as conversas difíceis. Reflita sobre estas 6 questões:

  1. Há silêncios barulhentos, especialmente os que você não queria, mas acontecem. Como você lida com seus silêncios? E com os das pessoas com quem convive?
  2. O que os silêncios dizem para você em situações difíceis? Tentativa de apaziguar, de agradar, de não se posicionar, de deixar pra lá ou… seja como for para você.

  1. Você já se viu escalando um conflito em conversas cotidianas, seja por palavras que feriram sem querer ou por um tom ou ritmo de voz que geraram uma impressão equivocada? 
  2. Que tal atribuir uma nota de 0 a 10 para o seu nível de energia durante a conversa? Esse exercício revelador ajuda a desvendar por que certos sentimentos, às vezes desagradáveis, dominam esses momentos e como essa autoavaliação pode ser um passo crucial para romper padrões e preconceitos enraizados. Esse convite é de ninguém menos do que a inspiradora de Brené Brown, uma das vozes mais influentes em vulnerabilidade e coragem no cenário global.
  3. Você fala em primeira pessoa, validando os seus pontos, sentimentos e opiniões na hora de ter uma conversa difícil? Muitas vezes, as pessoas acreditam que atribuir opiniões e sentimentos a elas mesmas dificulta a conversa, mas não é bem assim. Quando você fala em primeira pessoa, diz o que sente e abre espaço para um diálogo, para uma troca que é essencial para transformar a situação em algo realmente produtivo e que gere mudanças. 
  4. Você sabe realmente escutar? A escuta ativa é um fator crucial para que uma conversa difícil não se torne um conflito. Você deve falar, se expressar, mas também deve perguntar e dar espaço para que a outra parte responda e também fale sobre suas perspectivas e sentimentos. Lembre-se: ouvir não significa atender a tudo e a todos, significa mostrar respeito e abertura ao diálogo.

Todo esse investimento de energia e cuidado com as pessoas pode até parecer perda de tempo, um tempo que não temos e que parece não terem conosco. Mas precisamos sair desse looping. Respire, lembre, de novo, de Lenine:

"Será que é o tempo que lhe falta pra perceber

Será que temos esse tempo pra perder

E quem quer saber

A vida é tão rara, tão rara…"

Invista em um pouco mais de paciência, para levar adiante e com empatia essas conversas necessárias. Abra-se para as perspectivas da outra pessoa, escute abertamente, nem que seja apenas para compreender, não para concordar.

E se tiver dúvidas sobre se isso tudo vale mesmo a pena, venha refletir conosco nas lives de sextas-feiras, das 8h às 8h45, no nosso canal no YouTube. 

As próximas datas são:

  • 15/3: Dores, delícias e surpresas das conversas difíceis, com Pat Ansarah
  • 22/3: Se fizéssemos uma escala de conversas difíceis, quais seriam as mais impactantes? com Fernanda Santoro
  • 5/4: Pequenas grandes violências nas conversas difíceis, com Samy Fortes e Fátima Affonso.
  • 12/4: O papel da confiança na transformação de conflito, com Itana Torres
  • 19/4: Como a autenticidade é avaliada em ambientes corporativos, com Cris Magalhães e Karina Consane.
  • 26/4: Tiramos do tapete: e agora como seguir adiante?

Venha conosco! Um abraço,

Equipe VRS Academy 

Lindo texto. Forte e inspirador.

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Kaline Araujo

Founder at MK Partners | Dynamic Business Mentor & Organizational Psychologist | Building Organizational Success through People-Focused Strategies | Psicologist | Speaker

9mo

👏🏻👏🏻👏🏻

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