Uma jornada de inovação no Oriente Médio

No dicionário de Oxford, uma das definições que podemos obter para “jornada” é: “esforço para superar obstáculos ou dificuldades.”

Há quase 1 ano nos juntamos com o time da Startse e começamos a estruturar uma jornada que trouxesse às nossas executivas e executivos, um maior entendimento do mundo, visão ainda mais aprofundada de produto digital e de deep techs e sobretudo uma consciência única de time. O programa, de quase 6 meses de duração e criado a N mãos —muitas mentes brilhantes da Zup e Startse se uniram para essa co-criação—, trouxe trocas estruturadas com c-levels de algumas das startups e scale ups mais inovadoras do mundo, de diferentes indústrias/segmentos, e contemplou empresas da Ásia, Américas, Europa, culminando, veja só você, em um período de imersão em Israel. 

Mas porque Israel? Bem, vou fazer uma série sobre isso e sobre tudo o que aprendemos, mas a resposta curta é: não queríamos mais do mesmo. Não queríamos o Vale. Buscávamos ampliação de repertório, entender como empreendedores estão resolvendo problemas globais e concretos do mundo usando tecnologia como base. Nessa linha, a improvável Israel, pequena, cercada por inimigos de todos os lados, uma situação geo-política a ser resolvida, contendo uma área desértica que cobre mais de metade de seu território e escassez de água potável, não parecia ser o local para buscarmos por inovação tecnológica. Mas já que parte desta jornada tratava de Produto Digital, nada como um pouco de Discovery, confere? Tirar vieses e quebrar pré-conceitos é parte fundamental no pensamento de produto. Assim, time da Startse trouxe uma provocação e botamos uma lupa em Israel. 

É claro que após o ótimo “Start-up Nation: The Story of Israel's Economic Miracle”, o país ganhou uma aura mais forte de inovação e tem ficado cada vez mais hype. Mas agora diz-se que o tempo das startups ficou para trás e que Israel é agora o país das Scale Ups. Veja alguns números:

• país número 1 do mundo com a maior quantidade da população trabalhando em High Techs: 10,4% da população economicamente ativa. 
• 5,4% de seu PIB é investido em Pesquisa e Desenvolvimento, mais que o dobro da média de países integrantes da OCDE.
• Há mais de 25 incubadoras e 150 fundos de VC no país. O financiamento do governo em empresas early stage pode chegar a 85%.
• Outro levantamento, do site Crunchbase, mostra que Israel tem 25 unicórnios — startups com valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares, um dos maiores índices de unicórnio / per capita do mundo. Em 2021, as startups israelenses captaram mais de 25 bilhões de dólares. Com isso, Israel supera de longe qualquer outro país em volume de capital de risco per capita (28.000 dólares por habitante).
• Primeiro país do mundo em doutores / phds em termos per capita.

Além disso, há todo um ecossistema que a todo momento ‘empurra’ esses empreendedores para resolver problemas concretos e globais o mais rápido possível, na melhor linha "sem tempo irmão".

Surfando na onda da mão de obra extremamente qualificada, forte cultura voltada às tecnologias e empreendedorismo e uma agressividade naturalmente positiva para resolver problemas, Facebook, Google, Microsoft, as maiores montadoras do mundo, grandes consultorias tech, gigantes do agronegócio e do segmento de energia, todas, sem exceção, mantem escritórios de R&D e Inovação em Israel. Tel Aviv especialmente se tornou um polo cosmopolita, do pensamento livre, do respeito à diversidade e das tecnologias no mundo moderno. Jerusalém, cidade que naturalmente conhecemos pelas histórias bíblicas, vive lado a lado a tradição de milênios da cidade velha, e a pulsante evolução das startups logo ao virar a esquina. Talvez as duas maiores expressões de um país cheio de adversidades e que desde sempre, tem feito uma bela limonada com os limões que a vida lhes proporciona. 

Viemos beber dessa incrível fonte de conhecimento, que conta com mais de 3 mil anos de história de um povo maravilhoso e extremamente resiliente. Melhorar como profissionais, como time e sobretudo como seres humanos, é o que buscamos. 

Obrigado Zup Innovation , StartSe ,  Cristiano Kruel, xBA , Carlos Ferraiuolo , Rômulo Nascimento , Raul Fernandes Lima , Marisa Alves , Melissa Kfouri , Camilla Kobayashi Dangelo , Alberto Tadashi Yamamoto , Amanda Leme , Glaucia Ghirardini , Danillo Scoralick , Marcelo Del Poente , Vinicius Morgado , Thiago Carrijo Ferreira , Rubens Veronez , Denise Martins Silva , Alexandra Borges Lucena . Que time espetacular somos.

Esse é o início, o fim e o meio de uma jornada que está apenas começando e que, veja só você, nunca terá fim. Life long learning! 

Shalom!

* Agradecimento especial à pessoas especiais que possibilitaram a ideação e realização desse programa de cabo a rabo: Camilla Kobayashi Dangelo , Marisa Alves , Glaucia Ghirardini e Cristiano Kruel, xBA . Vocês são fundamentais. Que time, senhoras e senhores. Que time!