UX em ferramentas visualizadoras de dados: como a navegação pode ser mais intuitiva e seu desenvolvimento ser mais prático?
"Dashboards são o novo Excel e não dá para depender de outras pessoas de fora do negócio para sempre"
Algumas instituições, não são raras exceções, adotam ferramentas mais populares para o desenvolvimento de painéis de visualização de dados ou dashboards, como o Microsoft Power BI e o TIBCO Spotfire, e não há exatamente um problema nisso, mas é preciso ficar atento a duas situações: quando há pouca influência de quem realmente importa, que é o consumidor do painel (a); ou quando os dados não sofrem atualização refletindo as entradas que são dadas nos sistemas no tempo que esses profissionais precisam (b). Vejamos:
a. Geralmente são colocados em produção painéis que fazem parte exclusivamente de práticas de outros desenvolvedores ou mesmo de assistentes de criação presentes nessas ferramentas de criação. Para essa questão, é preciso que gestores percebam que hoje em dia, painéis devem ser desenvolvidos por usuários que consomem as informações. Dashboards são o “novo Excel” e não dá para depender de outras pessoas de fora do negócio para sempre. O que justifica esta proposta estratégica é que é muito mais fácil, barato e sustentável ter esses profissionais de negócio conhecendo as ferramentas de desenvolvimento, que ter alguns profissionais de tecnologia “aprendendo” o que podem sobre cada negócio que atendem. Painéis gerados precisam ser vistos e entendidos da melhor maneira possível por pessoas ligadas ao negócio sobre o qual esses dados dizem, e por mais que isso possa parecer simples, o que a gente vê são muitos dashboards que têm a cara do seu desenvolvedor, a sua marca.
b. Há muito esforço para se estabelecer e fixar uma fonte de dados que torne o painel vivo sem interferência humana, mas o que vimos são as famosas cargas de dados periódicas. Não é algo muito simples, mas um possível passo pode ser dado se as áreas de prestação de serviços de tecnologia (ou áreas executoras de ideias) compreenderem que se uma aplicação corporativa, que tem nela todos os dados armazenados do nicho de negócio, oferece a criação de painéis visualizadores desses dados dentro do seu ecossistema, as chances são grandes dessa fraqueza virar uma força, pois existem muitas outras ferramentas de visualização de dados disponíveis no mercado hoje em dia que podem estar embarcadas em soluções das quais a instituição já consome serviços e produtos, como a Oracle e a SAP por exemplo, que têm aplicações de data visualization para serem desenvolvidas sobre as suas bases de dados internas. E se a gente pensar bem, isso ainda pode resolver um problema de burocracia, porque se o profissional de negócio já tem acesso aos dados, ele já poderia começar a criar o seu painel sem a necessidade de ceder acessos temporários a desenvolvedores externos.
Olhar outras ideias e práticas. O site Visme.co publicou um artigo muito interessante em que são apresentadas as 25 melhores ferramentas de visualização de dados do ano de 2018, considerando a estética e a eficiência na apresentação dos dados, e desta forma convido o leitor a acessar o link para conhecer o artigo e um pouco da criatividade que encontramos no mundo atualmente: https://visme.co/blog/best-data-visualizations/. Coisas assim são insumos para o desenvolvedor de dashboards defendido aqui como qualquer profissional do negócio, como acabou acontecendo com o Microsoft Excel durante os anos. E um outro valor que pode ser visto nisso é que não há necessidade de se controlar ou eleger painéis oficiais, se todos puderem ser validados pelos profissionais que entendem do negócio.
Conhecer para fazer. Para se desenvolver ou customizar (personalizar) uma ferramenta de visualização de dados, o profissional deve levar em conta para qual fórum, para qual público, quanto tempo, onde estão as informações a serem questionadas, quais equipamentos de projeção e entregar uma ferramenta com o dinamismo das perguntas. É importante que se tenha em mente que uma imagem vale mais que 1000 palavras, mas que a informação seja precisa e confiável. Simon Samuel, chefe de modelagem de dados de um grande banco no Reino Unido, assegura que "A visualização de dados vai mudar a forma como os nossos analistas trabalham com dados. Espera-se deles a resposta a questões mais rapidamente. E eles precisarão ser capazes de ir a fundo para obter mais insights sobre os dados que os de costume, e de forma mais criativa. A visualização de dados promoverá uma exploração de dados apresentando de forma mais criativa".
Minimalismo: menos é mais. Apesar de muitos recursos, permitindo dinamismo e respostas para muitas perguntas, uma boa ferramenta de visualização de dados deve contemplar simplicidade nas cores e imagens, isso porque os dados não devem sair da cena principal, e toda e qualquer cor deve estar atrelada ao que determinada informação representa. Quando apresentamos dados para um público tomador de decisão, certamente esse público irá querer ver com objetividade e fazer juízo sobre informações que ficaram evidentes no visual que um gráfico apresenta naquela disposição escolhida, isso é muito claro, mas quando apresentamos dados com muitas imagens, carinhas, banners e ícones, corremos o risco de danificar o claro entendimento e dificultar a tomada de decisão. Uma informação invisível não é uma informação e se estiver “meio” visível, pode impedir um gestor de focar na questão chave.