Uma visão de futuro consistente combinada a um planejamento de longo prazo é fundamental para a elaboração de políticas públicas capazes de responder aos desafios econômicos, sociais e ambientais. Mirando o Brasil de 2050, o Inventário de Estudos e Publicações de Longo Prazo, lançado pelo Ministério do Orçamento e Planejamento, do Governo Federal, reúne quase 100 estudos prospectivos nacionais e internacionais para orientar as iniciativas em prol do País até a metade deste século, conectando iniciativas públicas, privadas, acadêmicas e da sociedade civil. E é com muito orgulho que vemos o Plano Recife 500 Anos, elaborado pela ARIES, estar presente nessa lista, sendo reconhecido como referência em projetos a longo prazo. Com horizonte temporal de 2037, quando o Recife será a primeira capital brasileira a completar 500 anos, a estratégia reflete pilares como inclusão social, resiliência ambiental e participação cidadã, frutos de um extenso e colaborativo processo de cocriação. Ao longo de suas duas edições, milhares de recifenses participaram diretamente dessa construção, contribuindo com ideias e reflexões em debates, pesquisas, consultas públicas e análises que envolveram múltiplos setores. Essa estratégia reafirma que o planejamento urbano só se torna eficaz quando dialoga com a população, valoriza as especificidades locais e antecipa os desafios globais. Ver o Recife 500 Anos ser reconhecido nacionalmente não apenas nos traz alegria, mas também reforça a importância de inspirar e ser inspirado. Este reconhecimento destaca o papel do Recife como um exemplo de inovação, resiliência e visão estratégica para um futuro mais justo, sustentável e inclusivo. Como dizemos por aqui, o futuro começa agora! Mas não só: o trabalho coletivo de hoje será a base para cidades mais fortes, resilientes e criativas no amanhã. Confira o documento no link abaixo: https://lnkd.in/d35qEnVc
ARIES - Agência Recife para Inovação e Estratégia
Atividades de associações de defesa de direitos sociais
Recife, Pernambuco 1.980 seguidores
#ORecifeDoFuturoéHoje
Sobre nós
A Agência Recife para Inovação e Estratégia – ARIES é uma organização dedicada aos estudos sobre o futuro das cidades e a facilitadora do processo de planejamento de longo prazo do Recife. É uma organização social de inovação e estratégia sem fins lucrativos, construída como uma iniciativa conjunta entre o setor privado, a sociedade civil organizada e o município do Recife.
- Site
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- Setor
- Atividades de associações de defesa de direitos sociais
- Tamanho da empresa
- 2-10 funcionários
- Sede
- Recife, Pernambuco
- Tipo
- Sem fins lucrativos
- Fundada em
- 2018
- Especializações
- Prototipação de futuro, Transdiciplinaridade e Colaboração e articulação
Localidades
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Principal
rua Marques de Olinda, 126 - sala 105
Recife, Pernambuco 50030-220, BR
Funcionários da ARIES - Agência Recife para Inovação e Estratégia
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Giordano Cabral
Visiting Scholar at Stanford | Professor at UFPE | Chairman of the Board at CESAR | Board Member at ARIES | Specialist in Generative Artificial…
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Mariana Pontes
Arquiteta e Urbanista, PMP, Msc. | Diretora Presidente da ARIES
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Felipe G. Ribeiro
Administrador, CAPM® | Gestão de Projetos | Inovação | Dados
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Liliane Moraes
Analista administrativo na ARIES - Agência Recife para Inovação e Estratégia
Atualizações
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O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro e recentemente instituído como feriado nacional, traz consigo um momento de reflexão profunda sobre as contribuições e a luta histórica da população negra no Brasil. A oficialização do feriado a nível nacional simboliza o reconhecimento da importância da herança africana na construção cultural, econômica e social do país, além de ressaltar a necessidade contínua de combater o racismo e promover a igualdade racial. A data homenageia Zumbi dos Palmares, ícone da resistência negra contra a escravidão, e nos leva a lembrar como a negritude moldou não apenas as identidades, mas também as estruturas físicas e sociais das cidades brasileiras. No contexto urbano, a contribuição da população negra foi essencial, especialmente nas cidades históricas do Brasil, como o Recife. Desde o período colonial e mesmo após a abolição, homens e mulheres escravizados foram forçados a trabalhar na construção de ruas, pontes e edificações que compõem o tecido urbano da cidade. Para uma cidade como o Recife, a proposta de inclusão e reconhecimento trazida pelo feriado nacional está alinhada com os eixos de desenvolvimento, inclusão e identidade defendidos por nós, a Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES). Atuamos em prol da promoção de uma cidade que acolhe e valoriza todas as identidades que a compõem e, sob essa perspectiva, buscamos fomentar projetos que não apenas preservem, mas que deem visibilidade a herança da negritude e que incluam vozes afrodescendentes nos processos de transformação e revitalização urbana. Os princípios que nos guiam – como a criação de espaços urbanos mais inclusivos, acessíveis e conectados com as necessidades dos moradores – vão ao encontro da importância de uma consciência coletiva sobre o papel da negritude na formação da cidade. Entendemos que repensar o planejamento urbano também envolve resgatar e reconhecer a história e, acima de tudo, exaltar as potências de todas as pessoas! Projetos de revitalização que envolvem práticas de cocriação e engajamento social, que são marcas nossas, são fundamentais para que uma cidade do futuro seja, antes de tudo, uma cidade de todos. Nesse sentido, o Dia da Consciência Negra reforça a necessidade de políticas urbanas que promovam não apenas a sustentabilidade, mas a equidade racial e a reparação histórica. Por meio de uma agenda urbana inclusiva, que valorize o patrimônio material e imaterial da população negra, é possível construir um Recife que acolha as diferenças e transforme os desafios sociais em oportunidades de desenvolvimento justo e igualitário.
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Em um importante passo para o futuro sustentável e inovador das cidades, a ARIES (Agência Recife para Inovação e Estratégia) e a SAMOA (Société d’Aménagement de la Métropole Ouest Atlan tique) assinaram, no último dia 5, um Termo de Cooperação que vai além de uma parceria técnica, representando uma celebração do compromisso conjunto de uma visão urbana voltada à transição ecológica, saúde, bem-estar, cultura e cidadania ativa. Realizada na Aliança Francesa, a cerimônia foi composta por importantes falas institucionais realizadas pelo cônsul da França, Serge Gas, assim como pela presidente da ARIES, Mariana Pontes, a vice-prefeita do Recife, Isabela de Roldão, o fundador e membro do Conselho da ARIES, Giordano Cabral, e Lucie Renou, Cheffe de Projet Coopérations, réseaux et développement international, ressaltando a importância da cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável das cidades. O momento de celebração também contou com a presença de grandes apoiadores e atores-chave fundamentais para a cidade do Recife. Os eixos fundamentais dessa cooperação - ancorados nos temas de transição ecológica em projetos urbanos, saúde e bem-estar na cidade, cultura e criatividade, além da participação cidadã e cocriação - refletem a abrangência e o impacto esperado nas iniciativas conjuntas entre a ARIES e a SAMOA, respectivamente as cidades de Recife e Nantes, os países Brasil e França. Essa parceria visa não apenas o intercâmbio de conhecimento técnico e estratégico, mas também a implementação de soluções adaptadas às realidades ambientais e sociais em resposta às urgências climáticas e urbanas. Com esse acordo, as duas cidades reafirmam seu papel como líderes na criação de cidades resilientes, inclusivas e preparadas para o futuro. Vamos juntos!
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SbNs como vetores de transformação urbana: Recife, Niterói e Fortaleza na vanguarda da sustentabilidade A implementação das Soluções Baseadas na Natureza (SBNs) nas cidades brasileiras tem se revelado uma das mais promissoras estratégias urbanísticas para enfrentar os desafios ambientais contemporâneos, especialmente no que concerne às questões hídricas, ao controle da poluição e à criação de ambientes mais resilientes, acolhedores e acessíveis. Três cidades brasileiras destacam-se como exemplares na adoção dessas soluções como um meio de reverter os efeitos da urbanização desordenada, promovendo a restauração ecológica, o manejo inteligente das águas e o fortalecimento do tecido urbano! Recife, Niterói e Fortaleza promovem tanto a sustentabilidade ambiental quanto a requalificação social dos espaços, contribuindo para a construção de cidades pensadas para as pessoas ao integrarem os princípios da ecologia com o planejamento urbano a partir das SbNs. Recife - Jardins Filtrantes no Cais do Caiara: Com um histórico de desafios e vulnerabilidades decorrentes de fatores como a degradação ambiental de suas bacias hidrográficas, enchentes e problemas de saneamento, a cidade do Recife (PE) implementou, através da Agência Recife para Inovação e Estratégia - ARIES, o projeto dos Jardins Filtrantes no Cais do Caiara como um marco de inovação ambiental em busca de respostas a essa realidade. Niterói - Recuperação da Lagoa de Piratininga: Outro exemplo emblemático é o projeto de recuperação da Lagoa de Piratininga, em Niterói (RJ). Este corpo d’água, crucial para a biodiversidade local e para o controle de inundações, havia se tornado símbolo da poluição e do descaso ambiental. Entretanto, um esforço conjunto e coordenado conseguiu transformar a degradação em recuperação por meio de técnicas naturais de restauração. Fortaleza - O Parque Rachel de Queiroz: Fortaleza (CE) tem se destacado na implementação de SbNs no Parque Rachel de Queiroz, que adota um sistema inovador de wetlands artificiais para o manejo de águas pluviais e o tratamento de efluentes. Uma das maiores áreas verdes urbanas da cidade, o parque integra infraestrutura verde e azul para combater inundações, tratar o esgoto e criar um espaço de lazer sustentável. Cidades & Natureza: nova edição do Cidades em Transição no REC’n’Play! As iniciativas demonstram o poder das SbNs em regenerar áreas degradadas, promover a sustentabilidade e fortalecer a coesão social. A relevância das Soluções Baseadas na Natureza para o futuro das cidades brasileiras será o tema da 6ª edição do Cidades em Transição, que ocorre dentro do Festival REC’n’Play! Especialistas das diferentes regiões discutirão as potencialidades e desafios da implementação das SbNs no contexto urbano, bem como a importância da articulação entre poder público, entidades especializadas e sociedade civil. Inscreva-se no REC’n’Play e participe! - https://recnplay.pe/
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Parcerias locais fortalecem comunidades e moldam o futuro das cidades de forma participativa e sustentável, garantindo que a comunidade tenha voz no desenvolvimento da cidade, bem como possibilitando que soluções sejam adequadas às necessidades específicas de cada região. Isso inclui projetos que promovam a equidade, o bem-estar e a preservação do meio ambiente. A ARIES, por nossa presidente Mariana Pontes, teve a oportunidade de participar de um desses momentos de troca, no Seminário Internacional Intervenção no Existente em Arquitetura e Urbanismo, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) da UFPE. Com a presença de pesquisadores do Brasil e da França, o evento com o tema “Intervenção no existente em arquitetura e urbanismo”, marca o início de uma cooperação internacional entre a universidade e a l’École Nationale Supérieure d’Architecture et de Paysage de Bordeaux. Apresentando projetos da ARIES, destacando a expertise da Organização na área de intervenção urbana e a importância de suas contribuições para o debate sobre preservação e desenvolvimento urbano sustentável, colaboramos, a partir de nossas habilidades, com o simpósio voltado aos patrimônios da cidade. “O convite foi muito feliz pois mostramos na prática o que fazemos, desde estratégia com o Recife 500 Anos, até uma experimentação urbana como o V.U.C.O, as Praças da Infância, na Iputinga e no Compaz. Pudemos compartilhar com muitas pessoas, inclusive da academia, qual o potencial de transformação da ARIES e quais são as metodologias. Reforçando sempre que todas as nossas ações têm como premissa a participação social”, afirma Mariana Pontes, presidente da Agência Recife para Inovação e Estratégia. Ao intervir arquitetonicamente em edificações já existentes, é fundamental adotar uma abordagem cuidadosa e respeitosa para preservar o valor histórico, cultural, social e estrutural do local. Qualquer modificação deve ser sensível à identidade original da construção, garantindo a integração harmônica entre o novo e o antigo. “Intervir no construído é intervir na vida das pessoas e a gente não vai intervir na vida das pessoas sem ouvi-las e sem incluí-las no processo. Já existiu uma linha do urbanismo que fazia o urbanismo tecnicista, que planejavam de dentro dos escritórios sem entender a dinâmica da realidade das pessoas, mas hoje em dia já se viu que isso não é uma metodologia que funciona”, reforça Mariana sobre o caráter participativo das iniciativas da Organização. A colaboração com a academia e a comunidade é o que permite transformar cidades de forma sustentável e inclusiva.
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Quem nos acompanha há um tempo, sabe que, durante o período eleitoral, é tradição da Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) comunicar os prefeituráveis sobre a nossa Estratégia de Cidade a longo prazo, o Recife 500 Anos. Esse projeto é fruto de um processo participativo que reuniu mais de 5 mil vozes recifenses marcadas pela diversidade, além de estudos técnicos aprofundados e colaboração entre o setor privado, a sociedade civil e o município. O Recife 500 Anos é uma proposta que transcende mandatos e partidos, mas que depende, de maneira decisiva, das lideranças. A história será moldada pelas ações que tomamos agora, e a escolha de cada candidato em assumir o compromisso com o Recife 500 Anos será fundamental para garantir um futuro mais justo, próspero e sustentável para nossa cidade! Apresentamos de forma pública nosso manifesto afim de contribuir com a construção coletiva de uma cidade melhor para todos.
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O auditório da Livraria Jaqueira (Bairro do Recife) se transformou em um verdadeiro epicentro de debates e reflexões durante a 5ª edição do Cidades em Transição! O evento abordou o tema "Políticas Públicas e Mudanças Climáticas" e contou com a participação de especialistas renomados e uma plateia ativa, questionadora e engajada! Foi uma tarde incrível, com trocas enriquecedoras e muito aprendizado, que agora você pode assistir na íntegra em nossa playlist no YouTube! https://lnkd.in/dMGW8ahE
Cidades em Transição - Políticas Públicas e Mudanças Climáticas | ABERTURA
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Cidades em Transição: um caminho para a justiça climática e o futuro das cidades Se a pauta da emergência climática é cada vez mais latente e perceptível, é essencial refletir sobre o papel das cidades no enfrentamento dos desafios ambientais na mesma intensidade. O Cidades em Transição, promovido pela ARIES, vem se consolidando como um espaço vertebral para esse debate, promovendo reflexões em torno da resiliência urbana e, em especial, à justiça climática. No último dia 28, o evento chegou à sua 5ª edição, trazendo como tema central “Políticas públicas e mudanças climáticas”, deixando como principal mensagem o papel que as cidades, suas leis e seus instrumentos de planejamento precisam desempenhar para construir um futuro mais sustentável. Por lá, evidenciamos como os instrumentos de políticas públicas, a exemplo do Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, podem ser aprimorados para garantir justiça climática. Cidades mais inclusivas e resilientes só serão possíveis caso haja uma sintonia fina destes instrumentos com cenário atual de vulnerabilidade ambiental, especialmente para os grupos mais afetados pelas mudanças climáticas. Nesse sentido, um dos pontos altos do Cidades em Transição foi o pensamento integrado entre poder público, sociedade civil e academia, multiplicado em perspectivas que iluminam o horizonte para soluções mais concretas. O engajamento do poder público na escuta ativa, por exemplo, sublinha a importância de ouvir os cidadãos mais impactados, criando políticas que respondam às suas realidades e necessidades. Isso porque o papel ARIES vai além da promoção do debate, reside também em articular esses diversos atores e, mais importante, levar adiante as lições aprendidas. É nosso desejo que as discussões realizadas no Cidades em Transição reverberem e estimulem pensamentos e atitudes, além, claro, o desejo que elas impactem diretamente a formulação e a execução das políticas públicas para que as cidades se preparem para um futuro incerto e desafiador. A presença de um público cada vez mais fiel reforça nossa percepção da importância desse espaço. Para as próximas edições, planejamos ampliar tanto os participantes quanto o conteúdo, afinal, queremos inspirar e ser inspirados. O Recife, com seus desafios e soluções, mostra que, apesar da vulnerabilidade climática, sua criatividade pulsante vem propondo inovações na busca por resiliência, servindo de exemplo para outras cidades. Reafirmamos o nosso compromisso em promover esses diálogos e articulações, fazendo do Cidades em Transição um palco sempre aberto para esse debate. Na ARIES, já estamos ansiosos para as próximas edições, com ainda mais trocas, conteúdos, experiências práticas e cases reais de cidades ao redor do mundo. O caminho para o futuro das cidades é colaborativo, e estamos muito felizes por contribuir ativamente para essa jornada.
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Recife enfrenta desafios únicos no campo do urbanismo diante das mudanças climáticas. Sua complexa rede de rios, canais, áreas alagadas e a desigual distribuição de população e áreas verdes são apenas alguns dos fatores que agravam a situação. Contudo, a cidade tem dado passos importantes, especialmente com a aprovação da Lei Municipal nº 18.011/2014, que estabeleceu a Política de Sustentabilidade e Enfrentamento das Mudanças Climáticas. A partir dessa legislação, foram desenvolvidos instrumentos como o Plano de Baixo Carbono e o Plano de Ação Climática, que definem metas para a redução de emissões e a adaptação às novas realidades climáticas. O Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS) tem desempenhado um papel fundamental na formulação de políticas urbanas que buscam equilibrar o desenvolvimento urbano com a necessidade de reduzir e adaptação climática. “Nosso trabalho diário no Instituto segue princípios de enfrentamento às mudanças climáticas, tanto em ações onde somos chamados a opinar quanto na formulação de planos e projetos. Um exemplo é o projeto ‘Caminhos do Centro’, que, dentro do princípio da cidade compacta, reflete as condições de vulnerabilidade e segregação socioespacial de Recife, considerando também suas potencialidades”, comenta Mariana Asfora, arquiteta e urbanista, e presidente do Instituto. Apesar dos avanços, a cidade enfrenta grandes obstáculos. A desigualdade socioespacial do território é uma das principais barreiras ao sucesso das políticas climáticas. Comunidades vulneráveis, historicamente marginalizadas, enfrentam os maiores riscos, e a dívida histórica com essas populações ainda persiste. Lacunas na integração entre diferentes níveis de governo e a demanda por capacitação adequada dos profissionais de planejamento urbano constituem entraves à implementação das soluções propostas. Além disso, a busca por soluções imediatas, sem alinhamento com estratégias sustentáveis de longo prazo, compromete a eficácia das políticas. “É necessário o esforço para a construção de uma agenda integrada e conectada à política de enfrentamento às mudanças climáticas alinhada às políticas ambientais, econômicas e sociais, otimizando as fontes de financiamento existentes, a implantação de incentivos fiscais para elaboração e manutenção de projetos sustentáveis são estratégias para superar essas barreiras”, conclui Mariana. Recife demonstra que enfrentar as mudanças climáticas no contexto urbano requer mais do que políticas bem elaboradas. É necessário alinhar as políticas públicas com a realidade das comunidades mais afetadas, capacitar os profissionais envolvidos e garantir que as ações sejam sustentáveis a longo prazo. A cidade tem o potencial de se tornar um modelo de resiliência climática, e é nesse caminho que devemos concentrar nossos esforços.
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No contexto das mudanças climáticas, a construção de cidades resilientes e adaptáveis exige uma abordagem que vá além das soluções tecnológicas e de engenharia. A edição popular – ou seja, a participação ativa da população no planejamento urbano – emerge como uma peça central nesse processo, garantindo que as estratégias adotadas reflitam as necessidades reais e as aspirações das comunidades, especialmente aquelas mais vulneráveis aos impactos climáticos. As ciências sociais desempenham um papel fundamental na elaboração de políticas públicas que busquem não apenas reduzir os efeitos das mudanças climáticas, mas também transformar a realidade das comunidades ameaçadas. Compreender os contextos sociais, culturais e econômicos dessas populações é essencial para desenvolver soluções eficazes e sustentáveis a longo prazo. Políticas públicas bem-sucedidas são aquelas que incorporam o conhecimento local, valorizando as experiências e as perspectivas das pessoas que convivem diariamente com os riscos climáticos. "Os territórios já elaboram tecnologias sociais que, junto com o conhecimento técnico, podem atingir sua maior potencialidade. Então, é imprescindível o trabalho da educação popular. É a educação popular juntamente com a educação formal técnica que podem capilarizar ainda mais as soluções”, ressalta Joice Paixão, cientista social, pesquisadora e educadora popular. O diálogo entre as pessoas, as ciências e o poder público é a base para transformar realidades. Quando as comunidades são envolvidas desde o início na construção das políticas urbanas, há uma maior chance de que essas políticas sejam realmente eficazes e adaptadas às condições locais. Esse diálogo deve ser contínuo, transparente e inclusivo, assegurando que todas as vozes sejam ouvidas, especialmente aquelas que, historicamente, foram marginalizadas nos processos de tomada de decisão. “Pensar cidades é um trabalho que além das ciências sociais, precisa estar junto dos conhecimentos geográficos, psicológicos, para tratar da questão da saúde mental das populações vulneráveis. Assim como é preciso a expertise da arquitetura e urbanismo com a infraestrutura das engenharias. Ou seja, é preciso um trabalho multidisciplinar para que consigamos encontrar soluções de maneira interseccional", pontua Joyce. Esse engajamento transforma as comunidades em protagonistas na implementação e na manutenção dessas ações, garantindo que as soluções sejam socialmente justas e culturalmente adequadas. Cidades resilientes emergem de processos colaborativos que respeitam a sabedoria local. Ao integrar as ciências sociais na formulação de políticas públicas, buscamos assegurar que as soluções sejam não apenas tecnicamente viáveis, mas também socialmente justas e culturalmente adequadas. Esse é o caminho para transformar realidades e construir um futuro urbano mais sustentável e inclusivo. Mais informações: Instagram ariesrecife