Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília


  • Lula relembrou políticos que participaram de várias eleições antes de serem eleitos e mencionou a francesa Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN)

  • Sem avançar muito nas declarações, Lula disse que 'está chegando para' Le Pen

  • O partido de Marine Le Pen saiu à frente no primeiro turno das eleições parlamentares da França

  • Em entrevista a uma rádio da Bahia, o petista também comentou o processo eleitoral nos Estados Unidos e disse que Biden e democratas devem avaliar se mantêm candidatura do atual presidente

  • Lula fez a afirmação ao tecer comentários sobre o estado de saúde de Joe Biden, que tem 81 anos de idade

O presidente Lula durante entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana (BA) — Foto: Reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou nesta segunda-feira (1º) políticos que concorreram em várias eleições antes de conseguirem se eleger e citou a francesa Marine Le Pen, de extrema direita.

O petista concedeu entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana, na Bahia, onde cumpre agenda nesta segunda. Ele também falou sobre Estados Unidos, guerra da Ucrânia e Banco Central (clique nos links para ver mais).

Lula citou Le Pen após lembrar as eleições que ele participou antes de ser eleito pela primeira vez em 2002. Na sequência, ele mencionou, como exemplo, a política Margarida Salomão, que foi eleita prefeita de Juiz de Fora, em 2020, na quarta tentativa.

"Chegou para mim [a hora de vencer]. Eu fui visitar Juiz de Fora, agora. A prefeita [Margarida Salomão] perdeu quatro vezes também, chegou para ela. A Le Pen na França, cara. A Le Pen depois de perder tanto, ela e o pai dela, está chegando pra ela. As coisas são assim. A gente tem que teimar", disse.

Lula entrou no assunto das eleições parlamentares na França ao ser questionado sobre a possibilidade do deputado federal Zé Neto (PT-BA) se eleger prefeito de Feira de Santana. O radialista que entrevistou Lula disse que Zé Neto deve disputar a prefeitura pela quinta vez em busca da primeira vitória.

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Na entrevista, Lula também foi questionado sobre o processo eleitoral nos Estados Unidos. O petista, que já declarou torcida para o atual presidente Joe Biden na disputa contra Donald Trump, disse que Biden e os democratas devem avaliar se mantêm a candidatura à reeleição.

"Eu acho que o Biden ele tem um problema, sabe, que ele está andando mais lentamente, ele está demorando mais para responder as coisas, possivelmente esteja pensando. Mas quem sabe da condição do Biden é o Biden", disse Lula.

"O Biden é que tem que avaliar. Se ele está bem, ele é candidato, tudo bem, ele achar que está em condições, ótimo. Mas se ele não está, é melhor eles tomarem essa decisão. Eu fico torcendo pelo Biden. Deus queira que ele esteja bem de saúde, Deus queira que ele possa concorrer. Senão, o Partido Democrata pode indicar outra pessoa", completou o presidente brasileiro.

Lula disse considerar as eleições nos EUA "muito importantes para o resto do mundo". E que, dependendo de quem ganhe, "a gente pode melhorar ou piorar o mundo". "É importante levar em conta que é preciso melhorar o mundo. O mundo precisa ficar mais humano, solidário, mais fraterno", afirmou.

O petista disse que Sarney, apesar da idade avançada, está "preocupado com as eleições de 2026". Já sobre FHC, disse que a cabeça do tucano "está boa", embora esteja "falando lentamente por causa da idade".

Guerra na Ucrânia

Lula voltou a mencionar a necessidade de um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia. A guerra se arrasta há mais de dois anos, desde que as tropas russas invadiram o território ucraniano.

O presidente contou que seu assessor especial, Celso Amorim, esteve na Ucrânia e na Rússia para checar a viabilidade de uma negociação de paz na qual o próprio Lula poderia se empenhar.

"Ver se há uma brecha para a gente começar a discutir um acordo, uma paz. Quando tiver essa brecha, o Lulinha entra para ajudar a resolver. Mas, participar da guerra, não participarei", disse Lula.

Banco Central

Na entrevista, Lula manteve a rotina de críticas ao Banco Central, que manteve a taxa Selic em 10,5% ao ano. Para o presidente, quem deseja o "BC autônomo é o mercado".

Lula reafirmou que a inflação no país está baixa e que a atual taxa básica de juros está acima do necessário.

O presidente também criticou o fato de executar metade do mandato com um presidente do Banco Central indicado pelo governo anterior – Roberto Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro (PL).

"Correto é que entre um presidente e indique o presidente do Banco Central. Não dá para o cidadão ter mandato e ser mais importante do que o presidente da República. Isso que está equivocado", disse.

A lei de autonomia do Banco Central, aprovada na gestão Bolsonaro, determina mandatos de quatro anos para os presidentes da instituição. O mandato de Campos Neto se encerra no final de 2024. Lula indicará um novo nome, que terá de ser aprovado pelo Senado.

Na entrevista, Lula também voltou a afirmar que não fará mudanças na política de salário mínimo e que não pretende desvincular as aposentadorias do mínimo.

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