Por EPTV e g1 Ribeirão Preto e Franca


Moradores relatam pedido de expulsão de vizinho antes de crime acontecer

Moradores relatam pedido de expulsão de vizinho antes de crime acontecer

Sérgio Salomão Fernandes, suspeito de espancar e matar o vizinho Júlio César da Silva na última terça-feira (25) em Ribeirão Preto (SP), é alvo de uma série de denúncias de ameaças e perturbação de sossego feitas por outros moradores do condomínio Parque Jardim das Pedras.

Os episódios de desrespeito às pessoas e ao regimento do residencial, segundo a administração, estendem-se há mais de um ano e resultaram em uma decisão da Justiça que autoriza a expulsão dele do local.

O processo ao qual a EPTV, afiliada da TV Globo, obteve acesso aponta que Sérgio ameaçava explodir o apartamento com botijão de gás ou derrubar as paredes a marretadas.

Imagens de câmeras de segurança do residencial mostram o manobrista intimidando vizinhos com facas, xingando pessoas, fazendo barulho com uma marreta à noite e provocando brigas e discussões com quem questionava as atitudes dele (assista acima).

Sérgio Salomão Fernandes com faca riscando chão de condomínio em Ribeirão Preto — Foto: Câmeras de segurança/Reprodução

Sérgio mora sozinho no apartamento de um dos blocos do condomínio, herança da mãe já falecida. O imóvel inclusive foi alvo de uma ação de penhora em razão do atraso no pagamento mensal da taxa condominial. De acordo com a ação, desde 2015 os valores não são pagos, o que levou a Justiça a determinar o leilão.

Após sucessivas multas e notificações administrativas, além de diversas ocorrências policiais, no dia 24 de março de 2024, os moradores realizaram uma assembleia, mediante abaixo-assinado, e aprovaram, por unanimidade, a adoção de medidas para expulsar Sérgio do residencial.

Já na segunda-feira (24), um dia antes da morte de Júlio César, o condomínio ajuizou uma ação para poder realizar a expulsão. A decisão judicial que atende ao pedido saiu nesta sexta (28).

A defesa do morador alvo das denúncias não foi localizada.

Sérgio segura marreta e intimida jovens moradoras de condomínio em Ribeirão Preto, SP — Foto: Câmeras de segurança/Reprodução

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Última medida

O síndico do condomínio, Vitor Luis Lobo da Silva, explicou que o pedido de expulsão ocorreu depois de várias outras tentativas, sem sucesso, de resolver a situação, inclusive com aplicação de multas e registros de boletins de ocorrência.

Diante disso, em assembleia realizada em março deste ano, os moradores aprovaram por unanimidade a adoção de medidas para expulsar o suspeito.

"Desde o início, quando esse morador começou a apresentar problemas de perturbação do sossego dos outros moradores, tentamos várias coisas. Eu mesmo, como síndico, chamei várias vezes nessa sala para repreendê-lo, lembrá-lo que ele seria notificado, que ele poderia ser multado, que estava perturbando os moradores. Não foi uma nem duas vezes, foram várias vezes", afirma.

Condomínio em Ribeirão Preto pediu à Justiça expulsão de morador suspeito de espancar e matar vizinho — Foto: Cacá Trovó/EPTV

Espancamento, morte e prisão

O irmão do idoso espancado afirmou que a vítima foi atraída para uma emboscada. As agressões ocorreram no cruzamento das ruas Barão do Amazonas e Mariana Junqueira, no Centro de Ribeirão Preto, na terça-feira (25).

"O cara foi muito cruel, maldoso. Chamou o Júlio César para conversar, saíram. Na hora em que ele virou a grade, já chutou o Júlio César, Júlio César caiu no chão, começou a chutar barriga, costas, rosto, cabeça. Por fim, ele pisou na cabeça do menino", citou Marco Antônio da Silva.

Segundo o relato de uma testemunha à Polícia Civil, por volta das 14h30, Sérgio e Júlio César caminhavam juntos quando começaram a discutir.

A testemunha disse que, de repente, Sérgio deu um soco no rosto de Júlio César, que caiu no chão e bateu a cabeça com força na calçada. Enquanto estava caído, Júlio César teve o tórax pisoteado mais de uma vez pelo agressor.

A vítima chegou a ser socorrida e levada à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na quarta-feira (26).

Uma equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) passava pelo local, foi acionada, deteve suspeito e o levou à delegacia, onde permaneceu preso.

Em depoimento, alegou que encontrou o vizinho por acaso e que agiu para se defender de agressões sofridas durante uma discussão entre os dois sobre a permanência do suspeito no condomínio. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dele.

A Polícia Civil investiga o caso como homicídio e tenta esclarecer as circunstância das agressões.

Júlio César da Silva foi agredido e morto em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV

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