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Por Khrisman Dias e Jonathas Gabetel — Cuiabá


Para que a bola rolasse em campo e a torcida festejasse nas arquibancadas, milhares de trabalhadores cooperaram para a realização da Copa do Mundo de 2014. Em Cuiabá, operários das obras Arena Pantanal, operadores logísticos, profissionais de imprensa e tantos outros colaboradores das mais diversas áreas estiveram envolvidos nos bastidores.

Bastidores: o olhar de quem trabalhou no mundial

Bastidores: o olhar de quem trabalhou no mundial

Antes mesmo do primeiro jogo, Cleiton Fábio já cuidava de cada detalhes. Era responsável por coordenar o time de manutenção e limpeza do estádio. Hoje, lembra com orgulho dos dias que, mesmo intensos, se tornaram prazerosos.

- Hoje é fora de série, olhar para trás e ver tanta coisa que a gente já passou, tanto sofrimento. Tinha uma equipe por trás de mim que era responsável pela manutenção predial e estrutural. Realizavam todos os reparos para deixar a estrutura pronta para a Copa. Minha família me apoiou, porque foi difícil. Saía da Arena meia-noite e tinha que voltar no outro dia sete horas da manhã. Estava com filha pequena em casa, minha esposa segurou as pontas. Foram 30 dias puxados, eu devo ter emagrecido uns 10 kg, mas valeu a pena cada minuto, cada cada dia sem dormir - disse.

À beira do gramado, gandulas contribuíam para a dinâmica das partidas e tinham visão privilegiada dos grandes craques do futebol mundial. Com 15 anos na época, Wesley de Paula atuou na função e tinha sonho em se tornar jogador. A carreira não vingou, mas ele brinca que deu uma "assistência" para um dos gols do Chile na vitória por 3 a 1 sobre a Austrália.

- A gente teve a oportunidade de estar dentro de campo, vendo de perto os jogadores, foi uma coisa única. Ficar perto de jogadores famosos como Vargas, Valdivia, do Chile e da Austrália. No lance que o Valdivia fez o gol de fora da área, o primeiro gol que ele fez. Eu joguei a bola, o lateral deu no pé dele e ele chutou de fora da área - lembrou.

Miniaturas das taças da Copa do Mundo distribuídas aos coordenadores que trabalharam no Mundial — Foto: Reprodução/TVCA

Jornalistas de vários países participaram da cobertura da Copa. Atual apresentador do Globo Esporte Mato Grosso, Flávio Santos acompanhou desde o anúncio de Cuiabá como sede às obras da Arena Pantanal e o dia a dia de tudo o que envolvia o Mundial.

- A Arena Pantanal era um canteiro de obras. As escavações para os primeiros pilares, acompanhei tudo. Foi muito emocionante e posso dizer que vi a Arena Pantanal nascer. Foi uma novidade para todos nós, primeiro porque nunca tinha trabalhado numa Copa do Mundo. Sabíamos que Cuiabá seria invadida por torcedores do mundo todo. Os chilenos invadiram Cuiabá e fizeram acampamentos com motor-homes, trailers, carros. Fizeram churrasco para recepcionar os visitantes que iam lá, sob gritos de "Chi chi chi Le Le Le". Entramos no clima e mostramos um pouco do que o chilenos trouxeram para Cuiabá - contou o jornalista.

Copa em casa

A cuiabana Anna Carolina Diniz tinha objetivo de trabalhar na Copa "em casa". Candidatou-se para voluntariado, mas acabou convidada para ser coordenadora de credenciamento e acesso - responsável pela liberação de todo pessoal envolvido no evento.

- Quando saiu a notícia que a Copa seria em Cuiabá, eu quis participar de qualquer forma. Entrei no processo seletivo para ser voluntária, mas depois me chamaram para ser parte do comitê. Fiquei muito feliz, na época estava insatisfeita no trabalho e tive essa oportunidade. Foi maravilhoso poder representar a Copa no Brasil e na minha cidade - declarou.

Anna Carolina Diniz, que está sentada na arquibancada, atuou no credenciamento da Copa 2014 — Foto: Arquivo pessoal

Como recordação e reconhecimento, os coordenadores de equipes ganharam miniaturas da taça da Copa do Mundo. Lembrança guardada junto do orgulho em fazer parte da estruturação e consolidação da cidade para receber o Mundial.

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