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Por Redação do ge — Budapeste, Hungria


A Federação Internacional de Natação (Fina) anunciou uma nova política que restringe a participação de mulheres trans na modalidade. A regra, que entrou em vigor nesta segunda-feira, barra de competições internacionais femininas pessoas transgêneros que passaram pela puberdade masculina, ou seja, apenas mulheres trans que completaram sua transição até os 12 anos de idade podem competir.

Lia Thomas natação — Foto: Rich von Biberstein/Icon Sportswire via Getty Images

A Fina argumenta que o limite de idade para concluir a transição de gênero é necessário para garantir que mulheres trans tenham vantagem por passar pela puberdade masculina, embora a entidade admita que em muitos países não é permitido fazer a transição tão cedo. A Associação Mundial para Saúde de Transgêneros recomenda 14 anos como idade mínima para esse processo de transição.

- Isso não quer dizer que as pessoas são encorajadas a fazer a transição aos 12 anos. É o que os cientistas estão dizendo, que se você faz a transição após o início da puberdade, você tem uma vantagem, o que é injusto. Eles não estão dizendo que todos devem fazer a transição aos 11 anos; isso é ridículo. Você não pode fazer a transição até essa idade na maioria dos países, e espero que você não seja encorajado a fazer isso. Basicamente, o que eles estão dizendo é que não é viável para pessoas que fizeram a transição para competir sem ter uma vantagem - disse James Pearce, porta-voz do presidente da Fina, Husain Al-Musallam, à agência de notícias "AP".

Na prática, a nova regra da Fina barra praticamente todas as mulheres trans das principais competições da natação, incluindo as Olimpíadas. A mudança de política atinge especificamente a americana Lia Thomas, nadadora trans que disputa competições universitárias e que tinha planos para tentar uma vaga nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A atleta de 22 anos não quis comentar a nova regra.

- Os novos critérios de elegibilidade da Fina para atletas transgêneros e atletas com variações intersexuais são profundamente discriminatórios, prejudiciais, não científicos e não estão alinhados com a diretriz do Comitê Olímpico Internacional de 2021 sobre justiça, inclusão e não discriminação com base na identidade de gênero e variações de sexo. Os critérios de elegibilidade para a categoria feminina, conforme estabelecido na política, policiam os corpos de todas as mulheres e não serão aplicáveis sem violar seriamente a privacidade e os direitos humanos de qualquer atleta que pretenda competir na categoria feminina - afirmou em comunicado Anne Lieberman, diretora da Athlete Ally, organização sem fins lucrativos que advoga pelos direitos dos atletas LGBTs.

Lia Thomas no pódio da NCAA de natação — Foto: Brett Davis-USA TODAY Sports

No domingo, o Congresso Geral Extraordinário da Fina aprovou a criação de uma força-tarefa para estabelecer bases para a criação de uma categoria aberta que permita a participação de mulheres trans na natação.

— A Fina sempre receberá todos os atletas. A criação de uma categoria aberta significará que todos terão a oportunidade de competir em nível de elite. Isso não foi feito antes, então a Fina precisará liderar o caminho. Quero que todos os atletas se sintam incluídos em poder desenvolver ideias durante esse processo — disse Al-Musallam ao site da entidade.

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