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Só foi possível desenhar este cenário por causa da inestimável ajuda do Speed Ranking, ferramenta criada João Carvalho, assessor de imprensa da WSL Latin America e parceiro de campeonatos desde a década de 1980.

O sonho de três brasileiros em Trestles ainda é possível, apesar de difícil, e Medina necessariamente teria de chegar à final. Com o líder John John Florence garantido em primeiro lugar e Griffin Colapinto a uma bateria da vaga no Finals, vamos focar então em Jack Robinson, que tem a mesma pontuação de Italo, mas leva vantagem no critério de desempate, e Ethan Ewing, o mais ameaçado. Robinson, assim como o campeão olímpico, ficará com a vaga se chegar na semifinal.

• Possibilidade 1: Medina campeão, Yago vice e Italo em terceiro. Robinson tem de parar nas quartas.
• Possibilidade 2: Medina campeão, Yago em terceiro e Italo quinto. Ewing teria de ser quinto, Robinson nono, e Jordy no máximo terceiro.
• Possibilidade 3: Medina vice, Yago quinto e Italo pelo menos nono. Robinson no máximo em 17º, Ewing em nono e Jordy em quinto.

Não custa lembrar que, depois do corte, terminar em 17º significa perder na repescagem e para chegar em nono basta ganhar uma bateria, seja a do primeiro round ou a da repescagem.

• Italo

Em quarto lugar, pode ser ultrapassado por um surfista que permanece no Top 5, mas se ficar uma fase à frente de Robinson, a situação melhora, pois ganha a posição do australiano. Caso chegue na semifinal, alcançará 40.130 pontos e três surfistas podem passar essa marca, Ewing, Yago e Jordy, mas precisariam ganhar a etapa. Como só dá para um ser campeão...

Em quinto, está garantido se Robinson ficar até nono, pois só perderá a vaga se três surfistas superarem sua pontuação. Ewing, Yago, Jordy e Medina têm esta chance, mas os três primeiros precisariam fazer a final e Medina, ser campeão. Logo, apenas dois passariam o Brabo.

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Em nono, pode ser ultrapassado por Ewing e Yago caso eles cheguem na semi, Jordy teria de ir à final e Medina ganhar o título. Teria de torcer contra três destes resultados. Caso Robinson fique em 17º, bastaria secar dois surfistas.

Em décimo-sétimo, seria deixado para trás por Ewing, Yago e Jordy, caso cheguem às quartas-de-final, Medina na final e até Crosby Colapinto, se for campeão. Perde a vaga se dois destes resultados acontecerem.

• Yago Dora

Garante a vaga se for campeão. Tem uma conta simples e direta a fazer também. Precisa ficar uma fase à frente do Ewing e no máximo na mesma de Jordy, e duas à frente de Robinson e Italo, aumentando as variáveis. Caso passe um ou os dois que ocupam a terceira e a quarta colocações, ganha a “proteção” de um ou dois surfistas abaixo dele para cair do Top 5 antes.

Vice: garante a vaga se Robinson ou Italo parar nas quartas ou se o campeão não for Ewing ou Jordy, caso os dois primeiros cheguem às semifinais.

Terceiro: Ewing tem de parar nas quartas, Jordy na semi e Medina no máximo vice. Situação melhora um pouco em caso de Robinson e/ou Italo ficarem em nono. Caso os dois caiam nas oitavas, bastaria um dos resultados acima acontecer e, se apenas um dos dois ficarem em nono, dois dos três resultados.

Quinto: Ewing em nono, Jordy no máximo em quinto e Medina, terceiro. Situação igual a de cima, caso Italo e/ou Robinson fiquem em 17º

Nono: Ewing tem de ser 17º, Jordy parar nas oitavas, Medina na semi e Crosby Colapinto não pode ser campeão

• Gabriel Medina

Nem com o título o tricampeão estará garantido em Trestles e as colocações de Robinson e Italo também precisam entrar nesse jogo de xadrez, assim como no caso das contas do Yago:

Campeão: se Robinson ou Italo cair nas quartas garante a vaga. Caso os dois avancem, Yago e Ewing não podem chegar à final

Vice: Ewing, Yago e Jordy têm de parar nas quartas e/ou Robinson e Italo não podem passar de 17º

Terceiro: Ewing tem de ficar em 17º, Yago, Jordy precisam terminar em nono.

Quinto: Ewing, Yago e Jordy teriam de parar em 17º e Crosby Colapinto e Rio Waida não poderiam ser campeões

• Tatiana Weston-Weeb

A brasileira precisa chegar à final para ter chance.

Campeã: Molly Picklun tem de parar nas quartas e Gabriela Bryan, nas semis

Vice: já não chegaria na Molly e Gabriela teria de perder na repescagem, além de Johanne Defay e Sawer Lindblad não poderem ser campeãs

Vou tentar ser um pouco sucinto e desta vez não farei as tradicionais atuações. Desde que voltei a ativa, este é o terceiro CT que acompanho in loco em Saquarema e foi os das condições mais difíceis. O mar na maior parte da janela esteve balançado, alguns momentos bem ruins, mas o dia das finais melhorou e ficou bem razoável, com algumas ondas excelentes.

Mais uma vez é tudo nosso, como acontece desde que o CT voltou para o Maracanã do surfe: Mineiro, três vezes Filipinho, Yago e agora Italo levantaram o troféu para delírio do público, sempre enorme e alucinado.

Valeu a pressão da torcida em algumas baterias apertadas, que acho que eram nossas mesmo, mas não custava dar aquela olhadinha de cara feia para o palanque, vaiar nota que achou errado.

Yago continua seu caso de amor bem resolvido com Itaúna e mostrou mais uma vez um surfe lindo e ousado ao mesmo tempo. Italo em seu estado "brabo" é quase imparável e deu um show, levando a galera à loucura e de quebra deu a chance de seu Luizinho ver pela primeira vez ao vivo uma vitória do filho. Está vivíssimo na briga pelo bicampeonato.

Medina, por sua vez, continua a mostrar que não consegue ter sintonia com a onda de Itaúna. Com a onda, não, mas com o mar. O tricampeão parece ter problema de posicionamento e muita dificuldade para achar as melhores ondas. Na primeira fase ainda conseguiu um 8,0 e um 6,93 para avançar em primeiro, mas nas baterias seguintes a maior nota que fez foi um 5,20, na apertada vitória sobre Cole Houshmand. Teve gente que até achou que o americano teria virado na última onda, mas pelo padrão de notas achatadas da bateria, o resultado foi justo.

Apesar de um brilho aqui do John John, uma performance consistente do Jordy, a etapa foi mesmo de Italo e Yago. Os finalistas foram, disparados, os melhores surfistas em Itaúna, conseguindo sempre as melhores médias e os únicos surfistas da competição a surfarem ondas na casa dos nove pontos.

Samuel Pupo e João Chianca estavam em outra sintonia e perderam de cara.

Tati poderia ter ficado numa situação melhor na briga por uma vaga no Finals caso não tivesse parado na semifinal A brasileira fez boa bateria de estreia num mar complicado e quebrou no segundo dia, de condições pesadas, contra Brissa Hennessy. Na semifinal, não se encontrou, tomou algumas ondas na cabeça e perdeu para Sawyer numa bateria muito fraca, saindo da água muito cansada.

Luana fez boa bateria na primeira fase, mas depois encontrou a campeã Caitlin Simmers pela frente e parou nas quartas. Tainá Hinkel deu uma dura na campeã na repescagem, mas tomou a virada na última onda, poucos segundos de ter assumido a liderança, enquanto Sophia Medina mostrou que ainda precisa evoluir em ondas para esquerda.

Teremos uma pausa olímpica até Fiji, mas estaremos por aqui.

Só foi possível desenhar este cenário por causa da inestimável ajuda do Speed Ranking, ferramenta criada João Carvalho, assessor de imprensa da WSL Latin America e parceiro de campeonatos desde a década de 1980.