- Substance 1977-1980 · 1980
- Unknown Pleasures (2019 Digital Master) · 1979
- Unknown Pleasures (2019 Digital Master) · 1979
- Unknown Pleasures (2019 Digital Master) · 1979
- Substance 1977-1980 · 1977
- Unknown Pleasures (2019 Digital Master) · 1979
- Still (Collector's Edition) · 1981
- Closer (40th Anniversary) [2020 Digital Master] · 1980
- Closer (40th Anniversary) [2020 Digital Master] · 1980
- Substance 1977-1980 · 1980
- Closer (40th Anniversary) [2020 Digital Master] · 1980
- Unknown Pleasures (2019 Digital Master) · 1979
- Closer (40th Anniversary) [2020 Digital Master] · 1980
Álbuns essenciais
- Nem sempre é possível saber quando se conseguiu realizar uma obra-prima. Em abril de 1979, a banda Joy Division—o cantor Ian Curtis, o baixista Peter Hook, o baterista Stephen Morris e o guitarrista Bernard Sumner—se reuniu no Strawberry Studios em Stockport com o produtor Martin Hannett. Três semanas depois, eles concluíram a gravação de um marco cultural de grande impacto. No entanto, Hook e Sumner, em particular, não estavam convencidos. A visão singular e assombrosa de Hannett para sua música estava alinhada com o sombrio melodrama das letras de Curtis, mas parte da intensidade punk de seus shows ao vivo havia se perdido. “Martin definitivamente havia atenuado - ou distorcido - a crueza do som e o transformado em outra coisa”, diz Morris ao Apple Music. “Martin conferiu profundidade à música e a colocou em um contexto perfeito para ela. Ficamos um pouco surpresos, pois nunca tínhamos visualizado nossa música num contexto parecido.” E o resultado foi a criação de 10 faixas cuja grandiosidade, estética minimalista e introspecção inabalável continuam a se manifestar na literatura, no cinema e nas passarelas, bem como em inúmeras bandas indie, synthpop e góticas. Para chegar lá, os métodos excêntricos de Hannett incluíam mexer na regulagem do aquecimento do estúdio, fazendo que a banda sofresse temperaturas extremas, além de ordenar que Morris desmontasse completamente seu kit de bateria e tocasse as partes separadamente. Aqui, Morris nos guia faixa a faixa por um processo de isolamento, poucos refrãos e um experimento que quase destruiu o estúdio e o transformou em uma bola de fogo. “Disorder” “Uma faixa bem frenética. As três músicas que nunca devem ser tocadas na sequência uma da outra são ‘Disorder’, ‘Interzone’ e ‘Transmission’, porque senão, eu desmorono no final. Então, é claro que isso aconteceu várias vezes. Eu realmente gostei das letras. No estúdio foi onde realmente pudemos ouvi-las corretamente pela primeira vez. Antes disso, a única coisa que eu sabia da letra era a parte do espírito / sentimento [‘I’ve got the spirit but lose the feeling’].” “Day of the Lords” “Eu sempre penso em ‘Day of the Lords’ e ‘I Remember Nothing’ como um par. Ambas apresentam a mesma atmosfera glacial, mas são cheias de energia. Acredito que a fizemos em apenas uma tarde. A gente andava isolado, fora da cena musical de Manchester. Ninguém queria nos oferecer casas de show, então estávamos confinados à sala de ensaio, escrevendo músicas: ‘Bom, isso vai provar para todo mundo —vamos escrever a melhor música de todos os tempos.’ Nós certamente não sabíamos que estávamos criando algo que ainda se destacaria 40 anos mais tarde.” “Candidate” “Esta música foi criada espontaneamente naquela hora. Estávamos checando a bateria e o baixo, improvisando com Hooky, enquanto Martin estava gravando. Ian foi embora e escreveu a letra rapidamente. Ele tirou ideias de filmes, TV e também de livros. Não me lembro de qual filme foi, pode ter sido The Manchurian Candidate ("Sob o Domínio do Mal", no Brasil)— é uma história sobre alguém que é assassinado. Eu acho que é daí que vem o título.” “Insight” “Esta tem o meu primeiro som de sintetizador de bateria. Eu descobri que se o botão do filtro fosse girado para cima, era possível obter o som de uma batalha de laser do Star Wars, algo que sempre se destacou ao vivo. Eu não sabia que o volume aumentava exponencialmente quando o botão era girado, então cada vez que fazíamos a transição, o som era ensurdecedor. É outra música típica do Joy Division, pois não tem um refrão. São apenas dois estados de espírito —ela começa muito reflexiva, muda para um momento de muita raiva e depois volta a ser reflexiva. As letras de Ian são absolutamente perfeitas. Sabíamos que esta música definitivamente não parecia com nenhuma outra e, de novo, ela surgiu em uma tarde de domingo.” “New Dawn Fades” “Eu me lembro de pensar: ‘Oh, Deus, isso é realmente fantástico’. E então, sim… Martin acidentalmente apagou o som dos pratos. Me surpreende como o álbum ainda soa tão moderno. Nós estávamos muito interessados no futuro, mas não tínhamos consciência de que o que estávamos criando chegaria até lá.” “She’s Lost Control” “A versão de Unknown Pleasures é praticamente a mesma que fazíamos ao vivo, mas depois tivemos a ideia de realizar um remix disco de 12 polegadas. Para embelezar o som das batidas, Martin me mandou para a minúscula cabine de voz para que eu limpasse o cabeçote da fita na parte das batidas da bateria. Acho que a gente gastou duas latas do produto em meia hora. Eu deveria ter notado a imagem das chamas na lateral da lata —era altamente inflamável. Quando terminamos, eu ia acender um cigarro, mas felizmente [o gerente] Rob Gretton tinha fugido com meu isqueiro. Caso contrário, a coisa toda teria simplesmente explodido.” “Shadowplay” “Esta sempre me lembrou de ‘Ocean’, a música de Velvet Underground/Lou Reed. As letras de Ian são fantásticas, uma coisa de paisagem de ficção científica. Eu me lembro quando a ouvi pela primeira vez. Era possível ser transportado para aquele lugar, como se tivesse saído de um livro de J.G. Ballard. Eu sempre a toquei exatamente da mesma maneira, como se fosse um reflexo, uma memória muscular. Mas outro dia eu me sentei e tentei averiguar que diabos eu estava tocando e então, me dei conta que se eu parasse para pensar, nunca realmente a tocaria assim. Foi apenas uma reação ao que todo mundo estava tocando, e, quando tentava analisá-la, eu simplesmente me perdia.” “Wilderness” “Eu me lembro de Ian falando sobre um velho filme preto e branco dos anos 60 sobre piratas que eram abandonados no Mar dos Sargaços e atravessavam o oceano com balões em seus pés [The Lost Continent, “O Continente Perdido”, no Brasil] ... Até parece como se eu estivesse inventando, como se fosse algum tipo de pesadelo psicodélico que eu tive. A ideia era que essas pessoas estivessem presas em algum lugar, e acredito que Ian conseguiu inspiração para a letra a partir disso. É uma música muito peculiar, muito incomum ritmicamente: eu tinha um instrumento a mais do que o estritamente necessário para um kit de bateria e não conseguia imaginar o que fazer com ele, então escrevi um padrão usando esse tambor que nunca seria usado de outra maneira.” “Interzone” “Todos nós queríamos fazer algo que fosse um pouco parecido com ‘The Murder Mystery’, do terceiro álbum do Velvet Underground. Duas séries de vocais acontecendo simultaneamente; cada uma de um lado do aparelho de som. Ian escreveu dois blocos de letras para isso. Ele está cantando em um, e Hooky cantando o outro. No final, quando a epilepsia de Ian se tornou muito séria, ‘Interzone’ se tornou a música que tínhamos que tocar pois ele não podia mais cantar, mas Hooky podia.” “I Remember Nothing” “Este foi provavelmente o maior passo que demos sozinhos em relação à tecnologia. Bernard trouxe o kit do sintetizador Transcendent, que ele mesmo construiu, enquanto Rob e Ian tiveram a ideia de tocar essa música – que intitulamos, sem criatividade, de ‘The Synthesizer One’—no final do set [ao vivo]. É uma coisa sinistra, ameaçadora, a malevolência transformada em música. Foi naquela época que Ian estava se tornando um cantor/guitarrista, pois quando tocávamos esta música ao vivo, Bernard se ocupava do sintetizador. Ian não ousava chegar perto do equipamento, pois ele tinha medo de quebrá-lo.”
Videoclipes
- 2011
Playlists
- Conheça a força das músicas desta banda que definiu e mudou para sempre o pós-punk britânico.
- Conheça as bandas que se inspiraram no Joy Division para criar seu som.
- Ouça punk, glam, krautrock e outros que estiveram por trás do som do Joy Division.
Singles e EPs
Coletâneas
Sobre Joy Division
Os britânicos do Joy Division praticamente definiram o termo “pós-punk”. Fundada em 1976 em Manchester, a banda lançou apenas dois álbuns completos, Unknown Pleasures, de 1979, e Closer, de 1980. O maior sucesso da carreira do Joy Division, “Love Will Never Tear Us Apart”, foi lançado como um compacto no mesmo ano. Eles combinavam a crueza do punk com uma sensibilidade artística que englobava letras poéticas, existencialismo e uma mistura sombria de guitarras e teclados que foi uma grande influência na música gótica e industrial. Após o suicídio do vocalista Ian Curtis em 1980, o resto da banda alcançou um sucesso ainda maior como o New Order, mais pop e mais eletrônico. Embora tenham tido uma carreira breve, sua marca permanece como inspiração para todo o movimento de indie rock.
- ORIGEM
- Salford, England
- FORMAÇÃO
- January 1978
- GÊNERO
- Alternativo