Americanas: Ex-diretora que está na lista da Interpol vai se entregar

A diretora da Americanas que comandava o braço digital da companhia, Anna Saicalli, vai se entregar à Polícia Federal neste domingo, no aeroporto de Lisboa. A executiva, que foi incluída na lista de foragidos internacionais da Interpol, pediu à Justiça a reconsideração da prisão preventiva na sexta-feira, apresentando a passagem de volta com embarque para o Brasil na noite deste domingo (30).

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De acordo com a decisão do juiz Marcio Muniz da Silva Carvalho, da 10a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Saicali deverá se apresentar às autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa na noite de sábado e entregar o passaporte à PF assim que voltar ao Brasil.

Na decisão, o juiz determinou que ela não passará por audiência de custódia e nem ser terá que ficar presa, mas ficará proibida de deixar o país enquanto as investigações sobre as fraudes bilionárias no balanço da varejista estiverem em curso.

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Saicali teve a prisão preventiva decretada no bojo da operação Disclosure, da PF, que apura o esquema de fraudes contábeis no balanço da Americanas estimadas em R$ 25,7 bilhões. Os crimes apontados são manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e associação criminosa.

Além da executiva, o ex-CEO da companhia, Miguel Gutierrez, que está em Madri há um ano, teve a prisão preventiva decretada. Ele foi capturado na sexta-feira pela polícia espanhola e solto depois de prestar depoimento. Outros 12 executivos foram alvo de busca e apreensão em endereços do Rio de Janeiro.

Na quinta-feira (27), assim que a operação foi deflagrada, os advogados de Saicali procuraram a Polícia Federal para negociar a sua entrega. Eles alegaram que a viagem da executiva a Portugal já estava comprada com antecedência e não foi uma forma de escapar da prisão. Eles disseram que Saicali comprou uma passagem no balcão do aeroporto para ir a Lisboa com embarque no dia 16 porque perdeu o voo do bilhete original, com previsão de ida no dia 15.

Mas apresentaram um bilhete com data de volta para o Brasil para o último dia 26, sem justificar porque ela não embarcou nessa data.

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A defesa de Saicali alega que ela não fugiu para Portugal para evitar a prisão – argumento da Justiça para decretar a prisão preventiva – mas viajou para a Europa com o filho para comemorar o aniversário e ir à Bienal de Veneza. Ela teria voltado a Lisboa no último dia 25 e estaria na cidade quando a operação da PF foi deflagrada no Brasil.