A Novonor, novo nome da empreiteira Odebrecht, decidiu retirar as ressalvas feitas ao governo para firmar um novo acordo de leniência. Com o recuo, a empresa agora está habilitada a ter abatimentos na multa e a participar da última etapa da repactuação, que envolverá a discussão das condições de parcelamento, segundo integrantes do governo.
A companhia baiana era a única das sete empresas que negociavam com a Controladoria-geral da União (CGU) a ficar fora do acerto. Agora todas estão aptas a seguir na mesa de negociação: Novonor, Andrade Gutierrez, UTC, Braskem, CCCC (antiga Camargo Corrêa), Nova Participações (antiga Engevix) e Metha (antiga OAS).
A antiga Odebrecht é justamente a empreiteira que mais deve à CGU. Dos cerca de R$ 2,7 bilhões prometidos pela companhia ao governo quando firmou sua leniência em 2018, só R$ 171 milhões foram pagos até hoje.
O acordo anunciado nesta quinta-feira por CGU e a Advocacia-geral da União (AGU) permite que as empresas possam reduzir o que devem em até 50%. No total, o governo vai abrir mão de receber cerca de R$ 6 bilhões em desembolsos das sete companhias nos próximos anos, considerando valores atualizados.
Segundo integrantes do governo, apesar de ter manifestado interesse em repactuar sua leniência, a Novonor vinha mantendo questionamentos à proposta da CGU que, na prática, representavam discordância com os termos oferecidos. A companhia questionava não só a redução final na multa como o índice de correção que seria aplicado.
A opção de CGU e AGU foi a de só prosseguir com a repactuação das empresas que aceitassem "expressamente" os termos da oferta feita pelo governo. Procurada, a Novonor não quis comentar.