Cultura
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Por Mariana Rosário, João Sorima Neto e Hyndara Freitas — São Paulo

Há certo clima de mistério rondando a Zona Sul paulistana nas últimas semanas. Trata-se do zum-zum-zum que antecede o festival The Town, irmão mais novo do Rock in Rio, cria do empresário Roberto Medina. Para se ter uma ideia do tamanho da empreitada, ele já estreia sob o título de maior atração do tipo na metrópole. São esperadas cem mil pessoas por dia ao longo de cinco datas: 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro.

O The Town remonta ao modelo do Rock in Rio tanto no número de ingressos quanto na agenda recheada. Nos palcos, shows de artistas dos mais diversos estilos, incluindo estrelas do quilate de Bruno Mars, escalado para fechar as noites dos dias 3 e 10. Mas há mais: estão lá uma roda-gigante para toda sorte de selfies e dezenas de marcas oferecendo experiências aos fãs, entre muitas outras atrações, tudo somado a uma robusta área VIP.

Roda gigante do The Town — Foto: Edilson Dantas
Roda gigante do The Town — Foto: Edilson Dantas

A seu modo, o festival traz ineditismos. Trata-se da primeira vez que linhas de metrô e trens funcionarão 24 horas por dia para ajudar na locomoção de participantes em um evento em Interlagos. Outra novidade é a criação do expresso The Town: um trem especial, que sairá de hora em hora das estações Barueri (Linha 8-Diamante) e Pinheiros (Linha 9-Esmeralda), e que não vai parar em todas as estações como um trem comum. O custo, porém, será bem superior ao da tarifa tradicional: R$ 40 por viagem. Os bilhetes para o transporte expresso devem ser comprados com antecedência, no site da ViaMobilidade. Com a estratégia, saem de cena os carros próprios, os de aplicativos e os táxis, e entra em jogo uma caminhada de cerca de dez minutos entre a estação Interlagos do trem e a entrada do autódromo.

A mudança é para garantir uma experiência “perrengue-free”, sem esperar carro de aplicativos por horas em um trânsito intenso.

— Não queremos trazer um fluxo irregular de carros (às redondezas). Quem vai ao Rock in Rio sabe que o acesso é por meio do transporte público. Esta negociação com trem e metrô é estratégica para nós. Até para impactarmos menos a cidade — diz Luís Justo, CEO do evento, que se orgulha de ter banido banheiros químicos do perímetro do autódromo (agora, todos os sanitários têm ligação com a rede de esgoto encanada).

Para acomodar todas as atrações — que vão de capela para casamentos a montanha-russa —, o autódromo passou por obras que permitiram a instalação também do palco Skyline, responsável por receber um batalhão de estrelas. Além de Bruno Mars, haverá Post Malone, Foo Fighters, Luísa Sonza, Alok, Ludmilla, Iza e muito mais.

A movimentação já aponta para impactos em indicadores importantes para a economia da cidade. Hotéis e restaurantes se preparam para aumento de demanda. Luiz Hirata, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), estima que o movimento pode crescer até 10% nos cinco dias do festival, com base em eventos anteriores.

— Trata-se de um público com bom poder aquisitivo, e muitos querem conhecer também a cidade de São Paulo, além de ir aos shows do festival — diz Hirata.

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP) registrou, em setembro do ano passado, a ocupação média de 60% dos hotéis da capital. Com o The Town, o índice deve saltar para 85,5%. Segundo a entidade, quanto mais elevada a categoria dos hotéis, maior a ocupação.

— Cada vez mais a cidade se consolida como destino de entretenimento — diz Ricardo Roman, presidente da ABIH-SP.

Do futebol ao sanduíche

Um estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) calcula que os shows vão gerar uma injeção de R$ 1,7 bilhão na economia da capital e criar 20 mil postos de trabalho.

O raio de impacto é grande. A 20 quilômetros de Interlagos, o Allianz Parque, estádio do Palmeiras, avalia que o feriado somado ao evento aumentou em 15% o volume de vendas de ingressos de sua Tour Experience. O diretor financeiro da cafeteria We Coffee, Alexandre Germano, com uma concorrida unidade na Avenida Paulista, a 18 quilômetros de Interlagos, estuda se estenderá o horário de funcionamento para receber os fãs de música. E o McDonald’s incluiu em mil lanchonetes do Brasil o sanduíche especial McMelt The Town.

Vale tudo para ver os ídolos de perto

A cereja do bolo que movimenta este mercado do show business são os fãs apaixonados, capazes de viajar milhares de quilômetros por algumas horas de música. Segundo a Prefeitura de São Paulo, estima-se que quase metade dos participantes do The Town seja de turistas. De acordo com a Kayak, plataforma de buscas de viagem, moradores do Rio aparecem no topo dos interessados em ir a São Paulo, seguido pelos de Brasília e Recife.

Entre os que já têm o passaporte carimbado para o The Town está o pernambucano Renato Bodeman. O rapaz é, nas palavras de Adam Levine, vocalista do Maroon 5, “o maior fã da banda que ele já viu em toda sua vida”. Na ocasião da declaração afetuosa, Renato (que mora nos EUA) ganhou passe livre para ver a banda quantas vezes quisesse em Las Vegas, onde fizeram uma série de shows. Renato diz que ter visto a banda 35 vezes não foi o suficiente. Ele está com ingressos garantidos para o The Town e mais uma apresentação em Belo Horizonte, onde a banda também tocará.

—Até parece que eu ia perder esse show. As apresentações no Brasil são totalmente diferentes. Em Las Vegas, vejo o povo sentado e penso comigo “minha gente...”. No Brasil é todo mundo louco feito eu — diverte-se ele. —Quando abrir o portão, corro para a grade e de lá não saio. Não vou nem ao banheiro. A infecção urinária fica para depois.

Montará igualmente acampamento na grade do festival, no dia 10, a publicitária Uênia Pereira, de Juazeiro (BA), uma das idealizadoras de um portal dedicado a Bruno Mars. A moça poderia facilmente fazer as vezes de membro de staff do artista. Isso porque enumera de cabeça os feitos do cantor. Sabe de cor todos os prêmios e suas habilidades:

— Roberto Medina (criador do Rock in Rio e do The Town) tinha o sonho de trazer o Bruno ao Brasil e vai realizar. Mal sabe ele que vai realizar o meu sonho também. Vou chegar cedo com mais gente do fã-clube, colar na grade e não sair mais.

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