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GERADO EM: 25/06/2024 - 12:14

Fed dos EUA mantém juros, dólar sobe no Brasil; BC brasileiro adota cautela e mantém taxa em 10,5% ao ano

Diretora do Fed dos EUA indica manutenção de juros e provoca alta do dólar no Brasil. BC brasileiro mantém taxa em 10,5% ao ano e sinaliza cautela devido ao cenário externo adverso. Expectativa de inflação ancorada e mudança na taxa de juros reais são destacadas.

Todas as atenções do mercado financeiro brasileiro nesta terça-feira estavam voltadas para a ata da última reunião do Copom — o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (BC), que na semana passada decidiu interromper a queda de juros no Brasil, após sete cortes seguidos — e para as declarações s de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC.

O dólar operava em ligeira alta, após ter fechado, na véspera, abaixo de R$ 5,40. Até que notícias vindas dos Estados Unidos afetaram os investidores por aqui.

Uma declaração de uma diretora do Federal Reserve (Fed, o BC americano), mudou o humor dos analistas, e o dólar chegou a superar R$ 5,44 durante o dia.

Michelle Bowman, que no início de maio havia afirmado não ver espaço para corte de juros nos EUA este ano, agora declarou, em conversa com jornalistas após um evento em Londres nesta terça, que não acredita numa redução das taxas de jurnos na maior economia do mundo nos "anos futuros".

Sede do Fed, o banco central americano — Foto: Al Drago / Bloomberg
Sede do Fed, o banco central americano — Foto: Al Drago / Bloomberg

Perguntada se continuava vendo um cenário sem redução no custo do crédito este ano, Bowman respondeu:

— Sim, essa ainda é minha opinião. Não incluí mais cortes de taxas na minha projeção econômica para a maior parte deste ano — afirmou, para em seguida completar:

— Eu mudei (essa visão) para cortes em anos futuros neste momento, com a incerteza da perspectiva econômica.

Pouco depois das falas de Bowman, o dólar passou a subir com mais força, até chegar a máxima R$ 5,4509.

Juros mais altos nos EUA atraem investimentos do mundo inteiro para lá, reduzindo o fluxo de dólares para países emergentes, como o Brasil, e pressionando a cotação do dólar frente ao real. O cenário externo adverso foi um dos fatores citados pelo Banco Central brasileiro na ata da sua última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira.

Até o início deste ano, a maioria dos analistas previa que o Fed iria começar a reduzir sua taxa básica de juros em março deste ano.

Agora, o cenário básico é de que a taxa será mantida no atual patamar - entre 5,25% e 5,5% ao ano — pelo menos até o fim de 2024. E, agora, a diretora Bowman indicou que este prazo pode ser ainda mais longo.

Por aqui, na ata do Copom, o BC afirmou que manterá os juros em 10,5% ao ano pelo "tempo suficiente" para ancorar as expectativas de inflação:

"A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas".

O BC também sinalizou que a taxa de juros reais (ou seja, o juro nominal descontado a inflação) considerada "neutra", ou seja, que não acelera nem contém a alta de preços, mudou diante do novo cenário econômico. Essa taxa agora passou de 4,5% ao ano para 4,75% ao ano.

Entre as mudanças no cenário apontadas pelo BC brasileiro estão a atividade econômica mais forte no Brasil e o cenário internacional adverso.

"O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países", diz o comunicado. Por isso, diz o BC, "a incerteza global sugere maior cautela na condução da política monetária doméstica."

Mau-humor no mercado

Gustavo Okuyama, gerente de portfólio da Porto Asset Management, explica que o dólar e os juros futuros reagiram positivamente à ata do Copom divulgada mais cedo, que foi bem-recebida pelo mercado, mas os ativos começaram a ser contaminados pela piora do humor lá fora:

— Outros emergentes também estão sofrendo com o dóar mais forte. Bowman é notadamente uma das diretoras da ala mais hawkish (restritiva em relação ao controle da inflação) do Federal Reserve, e esse comentário no sentido de ser a favor de juros mais altos ou de não reduzir os juros acaba sendo mais uma força na mesma direção (de valorização do dólar).

Ele também cita que, mais cedo, os dados de confiança do consumidor nos Estados Unidos recuaram e a inflação no Canadá veio muito acima do esperado, contribuindo para contaminar o humor do mercado.

— É um contágio de sensação de risco, o mercado tinha a expectativa de que os países desenvolvidos passassem por um ciclo de queda de juros até o final do ano, e até já tiveram alguns começando, mas outros, como os Estados Unidos, estão postergando, então fica esse receio de como a política monetária está se transmitindo para a inflação — ele afirma.

O banco central canadense reduziu os juros pela primeira vez em onze meses no começo do mês. Em maio, no entanto, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu para 2,9%, acima dos 2,7% de abril e da expectativa de 2,6% do mercado, o que pode diminuir o espaço para mais reduções na taxa de juros do país. Já o índice de confiança do consumidor nos EUA recuou para 100,4 em junho, ante 101,3 em maio, refletindo uma maior preocupação com a economia.

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