Economia
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Por The New York Times — Nova York

No mundo dos super ricos, como impedir que seus filhos se tornem cidadãos preguiçosos? A resposta é simples: não deixe nenhuma herança. De Warren Buffet a Steve Jobs, bilionários têm deixado claro que suas fortunas volumosas não serão repassadas aos seus filhos. Em vez disso, muitos deles - incluindo Bill Gates -, optam por gastar o dinheiro em filantropia ainda em vida.

Agora, trabalhadores de diferentes níveis de riqueza estão cada vez mais adotando essa mesma ideia. Muitos gastam ou doam todo o seu dinheiro antes de morrer, em vez de deixá-lo para filhos, familiares ou amigos. O objetivo é "morrer zerado" - ou seja, sem nada em suas contas bancárias quando estiverem no leito de morte.

Essa é uma prática que ganhou força nos últimos dois anos, impulsionada pelo lançamento de 'Die with Zero' (Morra com Zero, na tradução livre), um best-seller do jornal The Wall Street Journal escrito por Bill Perkins. O livro traz uma provocação sobre como tirar o máximo do seu dinheiro, e da sua vida, propondo o acúmulo de experiências memoráveis ​​ao longo da vida muito além do acúmulo de recursos.

Para alguns, morrer sem deixar nada não é apenas mudar suas vidas, mas também a das pessoas que recebem os bens. Para outros, é uma ideia que, em princípio, se torna impossível mais tarde na vida.

'Faça o bem agora, não espere morrer'

Elena Nuñez Cooper, de 32 anos, planeja doar milhões de dólares em vida para causas beneficentes. Ela também quer ensinar os filhos que tiver no futuro a fazerem o mesmo. Elena é fundadora da Ascend PR, com sede em Chicago, onde atua como consultora de escritórios familiares. Ela viu muitos conflitos familiares surgirem de disputas financeiras, e avalia que é uma dinâmica prejudicial que deseja manter fora de sua vida:

— É perturbador para mim — diz Cooper. — É triste quando você tem segmentos inteiros de uma família que não estão conversando sobre dinheiro. Quero eliminar qualquer animosidade enquanto [meu marido e eu] gastamos.

Para Elena, morrer sem nada na conta bancária ou gastar menos significa que ela e seu marido - com quem compartilha US$ 4 milhões em ativos - podem estabelecer metas financeiras mais flexíveis, desde ajudar amigos recém-casados ​​a terem uma belíssima lua de mel ou tirar um ano de folga quando tiverem filhos.

— Planejar o futuro é ótimo, mas se você tem dinheiro agora, faça o bem agora - não espere até que você esteja morto. (...) É melhor treinar seus netos, filhos, sobrinhas e sobrinhos, para usar o dinheiro com sabedoria, para que não dependam de um pagamento — afirma.

'É uma pena ver gente no piloto automático acumulando riquezas'

Não existe ciência exata sobre como "morrer com zero", admite o técnico de finanças pessoais do Reino Unido, James Beckett. Mas ele está mais preocupado em ter "desperdiçado a sua vida" do que em ficar sem dinheiro.

Aos 32 anos, Beckett estima que morrerá por volta dos 88 anos e planeja ter dinheiro suficiente para se manter até lá. Ele e seu companheiro cogitam até a vender a propriedade onde moram ou alugá-la, se isso significar uma renda maior durante a velhice.

Ele ganha um salário de quase seis dígitos no Reino Unido e não vê nenhuma desvantagem nos seu modo de vida. Essa mentalidade, inclusive, permitiu ao casal viajar anualmente para os EUA nos últimos três anos, além de passar férias no México, Espanha e Irlanda e fazerem viagens curtas para festivais de música como Glastonbury.

— É uma pena ver gente morrendo com tanto dinheiro em um trabalho que não gosta, ou com gente que não gosta. Fica no piloto automático acumulando riquezas e não pensa no que vai acontecer. é para isso — disse Beckett.

Afinal, como planejar as finanças para viver bem e morrer 'no zero'?

Uma grande falha em morrer com o plano de não deixar sobra nada é que as pessoas raramente sabem quando não precisarão mais de seu dinheiro.

— Você pode morrer amanhã, você pode morrer aos 105"— diz Eliana Sydes, chefe de estratégia de vida financeira na empresa de consultoria financeira Y Tree.

Ficar sem dinheiro também se torna mais perigoso à medida que você envelhece, lembra Eliana. Os últimos anos da vida de uma pessoa muitas vezes se mostrando os mais caros devido à inflação e aos cuidados necessários na velhice.

Mas o medo de "ficar sem" é o que leva muitos idosos a continuar acumulando riqueza quando deveriam estar desacelerando suas economias, destaca a especialista.

Medo de perder assusta geração 'baby boomers'

— As pessoas na casa dos 90 anos agora têm memórias muito fortes da guerra. muita bagagem herdada em torno do medo de ficar sem recursos. Estamos pedindo às pessoas que levem uma mensagem de: 'Morra sem nada no banco, você não sabe quando isso vai acontecer e, a propósito, você cresceu com racionamento que faz você se sentir realmente inseguro.'

O medo de perder os recursos conquistados pode ser parte da razão pela qual os baby boomers (pessoas nascidas entre 1945 e 1964) têm um patrimônio líquido médio entre US$ 970 mil e US$ 1,2 milhão, de acordo com pesquisa do banco central americano. Enquanto isso , o patrimônio líquido médio da Geração Z é de US$ 76m mil.

Os millenials, por sua vez, acumulam mais de US$ 400 mil. Já a Geração X tem patrimônio líquido médios entre US$ 400 mil e US$ 833 mil (embora faça sentido que esses patrimônios líquidos sejam menores já que gerações mais jovens não tiveram tanto tempo para acumular riqueza).

De todo modo, a decisão de morrer sem acumular riquezas precisa ser tomada quando a pessoa é mais jovem para que seu plano seja implementado - mas poucos gostam de ser confrontados com a realidade de sua morte. "Na verdade, há apenas uma pequena janela na vida em que você pode fazer isso com segurança e ativamente, com uma chance razoável de dar certo", diz Sydes.

“[Morrer com zero] é um ótimo gancho para abrir essas conversas sobre 'O que eu quero fazer enquanto estiver vivo para tomar essas decisões sobre meu dinheiro?' Mas também pode ser uma barreira porque pode ser assustador para muitas pessoas. Então, acho que a conversa é: 'Como posso morrer com zero acima das minhas necessidades pessoais?"

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