Economia
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 02/07/2024 - 04:01

Testes da semana de trabalho de 4 dias

Empresas ao redor do mundo, incluindo Portugal e Brasil, testam a semana de trabalho de 4 dias com resultados positivos na produtividade e na saúde mental dos funcionários. Outros países como Reino Unido, Islândia e Japão também estão adotando o modelo.

Cerca de 40 empresas participaram do projeto-piloto da semana de quatro dias em Portugal, e o relatório final revela melhora na saúde mental dos funcionários sem prejudicar as empresas, contou a coluna Portugal Giro, do GLOBO. Assim como os portugueses, outros países — inclusive o Brasil — realizam testes para analisar os resultados e a viabilidade do modelo.

Portugal iniciou em junho os testes da semana de trabalho de quatro dias. Os mil funcionários das empresas participantes podem desfrutar de três folgas por semana, e o último relatório do projeto constatou um desempenho positivo dos funcionários e financeiro.

Uma parte das companhias já havia antecipado o processo numa primeira fase, mas 55 não quiseram avançar à segunda fase, temendo perda de produtividade em um cenário econômico delicado. A maioria das empresas é ligada à informática e consultoria. As demais são dos setores da indústria e comércio, construção, saúde, apoio social e educação.

“Embora não tenhamos recolhido dados financeiros diretamente, a maioria dos administradores registou um aumento nas receitas e lucros em 2023, em comparação com o ano anterior, sugerindo que a semana de quatro dias não está associada a um desempenho financeiro negativo”, diz o relatório.

Além do desempenho, os funcionários também relataram melhora na saúde mental.

“A autoavaliação da saúde mental e física dos trabalhadores revelou aumentos significativos na categoria ‘muito boa’ ou ‘excelente’ entre os participantes (na saúde mental duplicou de 15% para 30%, e na saúde física aumentou de 20% para 27%). Além disso, houve um aumento médio de 11 minutos no tempo de sono, e uma diminuição da exaustão e de sintomas negativos de saúde mental”.

Também houve impacto positivo no ambiente de trabalho, já que a semana de quatro dias afetou outros setores das vidas dos colaboradores:

“A satisfação com o tempo livre aumentou consideravelmente e os trabalhadores relataram maior satisfação com várias áreas de suas vidas, incluindo relacionamentos pessoais, situação financeira e trabalho atual. Esses benefícios foram observados tanto em homens como em mulheres, mas com um efeito quantitativo maior entre as mulheres.

Veja a seguir os países que já estão testando o regime:

A maior parte dos testes tem sido conduzidos pela 4 Day Week Global, organização que defende a semana mais curta e presta consultoria a empresas que queiram aderir ao sistema.

Brasil

Faria Lima: operação urbana na região foi a mais atrativa, mas como estoques de títulos acabaram, ela deve ser encerrada em breve — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
Faria Lima: operação urbana na região foi a mais atrativa, mas como estoques de títulos acabaram, ela deve ser encerrada em breve — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

No Brasil, mais de 15 empresas começaram a testar a semana de quatro dias em setembro. A iniciativa é fruto de uma parceria entre ONG 4 Day Week e a brasileira Reconnect Happiness at Work, que entre junho e julho forneceu informações sobre o programa para os interessados.

Não há pré-requisitos, como número mínimo de funcionários, para participar. No mês passado, teve início um treinamento para a implementação do novo modelo. O teste para valer começa apenas em dezembro ou janeiro, a depender da empresa.

O modelo a ser implementado nas participantes será do tipo 100-80-100: 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.

No Brasil, mais de 72% dos profissionais que trabalham em escritórios consideram que seriam mais produtivos se tivessem uma semana de quatro dias úteis em vez de cinco. É o que aponta a pesquisa “Para além da revolução do híbrido: o paradoxo do trabalho flexível na América Latina”, feita com profissionais de vários faixas etárias e níveis hierárquicos na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México.

Assim como em outros lugares do mundo, o experimento da semana de trabalho de 4 dias tem apresentado bons resultados em empresas brasileiras, de acordo com um estudo feito por duas ONGs que advogam pela causa da redução da jornada. Segundo os funcionários das 21 companhias que participam dos testes, três meses após a mudança, houve melhora na execução de projetos (61,5%), na capacidade de cumprir prazos (44,4%), na criatividade e inovação (58,5%) e no potencial de angariar clientes (33,3%).

Londres — Foto: Divulgação/The Savoy
Londres — Foto: Divulgação/The Savoy

Desde o ano passado empresas britânicas testam a semana profissional de quatro dias. Em alguns casos, as companhias apenas reduziram a jornada semanal de 40 para 32 horas, pedindo que os funcionários distribuíssem essas 32 horas em cinco dias.

Em fevereiro deste ano, um estudo conduzido pela empresa de pesquisa Autonomy com 61 empresas na Grã-Bretanha revelou que 56 companhias (92% do total) optaram por continuar com a jornada reduzida, das quais 18 de forma permanente.

O teste realizado na Inglaterra foi considerado o maior do mundo entre as experiências de semanas de quatro dias, as pessoas trabalharam em média 34 horas por semana, entre junho e dezembro do ano passado. Durante esse período, os salários não tiveram alteração.

Na Escócia e no País de Gales, que também integram o Reino Unido, foi iniciado um debate sobre o assunto. A decisão foi o resultado de uma promessa de campanha feita pelo Partido Nacional Escocês (SNP).

Os trabalhadores terão suas horas reduzidas em 20%, mas não sofrerão nenhuma perda na indenização. O SNP apoiará as empresas participantes com cerca de £ 10 milhões (€ 11,8 milhões).

Pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa escocês Institute for Public Policy Research (IPPR), na Escócia, mostrou que 80% das pessoas que responderam à ideia foram altamente positivas em relação à iniciativa. Os entrevistados disseram que o programa melhoraria muito sua saúde e felicidade.

Paisagem de Reykjavik, capital da Islândia — Foto: Sigga Ella/Bloomberg
Paisagem de Reykjavik, capital da Islândia — Foto: Sigga Ella/Bloomberg

Antes do Reino Unido, a Islândia havia conduzido o maior piloto de uma semana de trabalho mais curta entre 2015 e 2019, com a participação de 2.500 servidores públicos em dois grandes testes, segundo a CNN Business.

Os testes revelaram que não foi registrada queda na produtividade e houve um aumento no bem-estar dos funcionários.

Prédio iluminado em Bruxelas, capital da Bélgica e da União Europeia — Foto: Aris Oikonomou / AFP
Prédio iluminado em Bruxelas, capital da Bélgica e da União Europeia — Foto: Aris Oikonomou / AFP

Em fevereiro, os funcionários belgas ganharam o direito de decidir se trabalham quatro ou cinco dias por semana, sem perda de salário. Isso, no entanto, não significa que trabalharão menos – eles simplesmente condensarão o total de suas horas de trabalho em menos dias.

O primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, espera que o acordo ajude a flexibilizar o mercado de trabalho notoriamente rígido da Bélgica e a criar uma economia mais dinâmica, além de tornar mais fácil para as pessoas conciliarem suas vidas pessoais com suas carreiras.

Apartamentos em Madrid, Espanha — Foto: Emilio Parra Doiztua/The New York Times
Apartamentos em Madrid, Espanha — Foto: Emilio Parra Doiztua/The New York Times

O partido de esquerda Más País anunciou no início deste ano que o governo concordou com seu pedido de lançar um programa piloto de semana de trabalho de quatro dias para empresas interessadas na ideia.

Cerca de 6.000 funcionários de 200 pequenas e médias empresas poderão estender seu final de semana em um dia, com remuneração integral. As negociações já foram realizadas, com a próxima reunião prevista para as próximas semanas. A fase de testes deve durar pelo menos um ano, mas ainda não está claro quando a experiência começará de fato.

Vista de Estocolmo, capital sueca — Foto: Photo by Maja SUSLIN / TT NEWS AGENCY / AFP
Vista de Estocolmo, capital sueca — Foto: Photo by Maja SUSLIN / TT NEWS AGENCY / AFP

Na Suécia, uma semana de trabalho de quatro dias com pagamento integral foi testada em 2015 com resultados mistos. A proposta era tentar jornadas de seis horas em vez de oito horas sem perda de pagamento, mas nem todos ficaram satisfeitos com a ideia. Até os partidos de esquerda achavam que seria muito caro implementar a experiência em larga escala.

Mas resultados positivos foram observados na unidade de ortopedia de um hospital universitário, que transferiu 80 enfermeiros e médicos para uma jornada de seis horas e contratou novos funcionários para compensar o tempo perdido. A resposta da equipe médica foi positiva, mas o experimento também enfrentou muitas críticas e não foi renovado.

No entanto, algumas empresas, como a montadora Toyota, optaram por manter o horário reduzido para seus trabalhadores.

Executivas e trabalhadoras em um centro de negócios no Japão — Foto: Noriko Hayashi/Bloomberg
Executivas e trabalhadoras em um centro de negócios no Japão — Foto: Noriko Hayashi/Bloomberg

No Japão, assim como em outros países, são as grandes empresas que estão se aventurando nesse território, após o anúncio do governo japonês, em 2021, de um plano para alcançar um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal em todo o país.

Um exemplo é a gigante de tecnologia Microsoft que, em 2019, experimentou o modelo oferecendo aos funcionários no Japão fins de semana de três dias por um mês. A mudança aumentou a produtividade em 40% e resultou em um trabalho mais eficiente.

Auckland, centro financeiro da Nova Zelândia — Foto: Fiona Goodall/Bloomberg
Auckland, centro financeiro da Nova Zelândia — Foto: Fiona Goodall/Bloomberg

Na Nova Zelândia, 81 funcionários que trabalham para a Unilever estão atualmente participando de um teste de uma semana de trabalho de quatro dias com pagamento integral, que terá duração de um ano. Se o experimento for um sucesso, ele será estendido a outros países.

De acordo com Nick Bangs, diretor administrativo da Unilever Nova Zelândia, o objetivo do programa é medir o desempenho na produção, não no tempo.

"Acreditamos que as antigas formas de trabalho estão desatualizadas e não mais adequadas ao propósito", acrescentou Bangs.

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