Hoje pode ser folga para os funcionários nas empresas que participam do projeto-piloto da semana de quatro dias em Portugal. E o lucro está garantido mesmo assim. Enviado ao Portugal Giro pelo coordenador do programa do governo, Pedro Gomes, o relatório final sobre o projeto revela melhora na saúde mental dos funcionários sem prejudicar as empresas.
“Embora não tenhamos recolhido dados financeiros diretamente, a maioria dos administradores registou um aumento nas receitas e lucros em 2023, em comparação com o ano anterior, sugerindo que a semana de quatro dias não está associada a um desempenho financeiro negativo”, diz o relatório final, assinado por Gomes e Rita Fontinha.
Positivo também é o desempenho dos funcionários, que relataram melhora na saúde mental:
“A autoavaliação da saúde mental e física dos trabalhadores revelou aumentos significativos na categoria ‘muito boa’ ou ‘excelente’ entre os participantes (na saúde mental duplicou de 15% para 30%, e na saúde física aumentou de 20% para 27%). Além disso, houve um aumento médio de 11 minutos no tempo de sono, e uma diminuição da exaustão e de sintomas negativos de saúde mental”.
Além de impacto positivo no ambiente de trabalho, a semana de quatro dias afetou outros setores das vidas dos trabalhadores:
“A satisfação com o tempo livre aumentou consideravelmente e os trabalhadores relataram maior satisfação com várias áreas de suas vidas, incluindo relacionamentos pessoais, situação financeira e trabalho atual. Esses benefícios foram observados tanto em homens como em mulheres, mas com um efeito quantitativo maior entre as mulheres.
Mais criatividade
Afinal, segundo o relatório aponta como benefício para as empresas, “trabalhadores mais descansados trabalham melhor e com mais criatividade nos outros dias”.
Tanto que 93% dos funcionários das 41 empresas participantes gostariam que a experiência da semana de quatro dias continuasse. Apenas quatro companhias voltaram ao modelo normal.
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Diante do sucesso da experiência, iniciada no governo anterior, do primeiro-ministro socialista António Costa, o atual premier, Luís Montenegro, do Partido Social Democrata, admite a adesão da semana de quatro dias pela administração pública.
— A questão de o fazermos na administração pública é uma boa questão, é uma questão que eu não vou conseguir responder já, mas também lhe vou dizer que não excluo, talvez com a manutenção da carga horária semanal — disse Montenegro no Parlamento.
Ao admitir as vantagens do sistema, Montenegro tenta equilibrar uma possibilidade de manutenção de carga horária em quatro dias com a atração de talentos. Adotar a semana de quatro dias poderia ser um atrativo:
— Essa é uma questão muito, muito sensível na nossa administração pública e, como eu também já disse neste debate a propósito de outras questões, nós também na administração pública estamos com dificuldade em atrair e reter recursos humanos.
A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, disse que ainda é cedo para fazer uma regulamentação da semana de quatro dias no serviço público.
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