Luana Génot
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Luana Génot
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Luana Génot


RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 30/06/2024 - 04:31

Influência de crenças limitantes.

O artigo aborda a influência de crenças limitantes, como estereótipos raciais e de gênero, na vida das pessoas. Destaca a importância de questionar e desafiar essas ideias para se libertar e alcançar o potencial máximo.

Você já deixou de fazer algo por acreditar em teses limitantes sobre si mesmo? Já acreditou que seu destino está traçado só por ser quem você é? Recentemente, tive um diálogo que ilustra bem esse fenômeno a respeito de crenças limitantes que podem estar mais perto de você do que imagina. Conversei com um amigo que já acreditou que não conseguiria nadar bem porque aprendeu na faculdade de Educação Física que pessoas negras têm densidade óssea maior e, portanto, tenderiam a afundar na piscina. Essa teoria, disseminada por médicos eugenistas, generaliza e inferioriza as pessoas negras com base em pseudociência.

Embora infundada, ainda é amplamente difundida e continua a reforçar a inferiorização. Desconsidera, por exemplo, variáveis históricas como que, até décadas atrás, pessoas negras tinham acesso limitado a piscinas. Como ser um campeão de natação sem poder exercitar o nado? A falta de acesso e a disseminação de teorias genéticas falsas criam grandes entraves até hoje. O conceito de que a densidade óssea dos negros impede a natação é um exemplo claro de como teorias racistas e eugenistas foram usadas para justificar a segregação e a discriminação. Essas teorias, criadas sem qualquer embasamento científico sólido, serviram para manter uma hierarquia racial, desvalorizando e marginalizando grupos inteiros de pessoas.

A disseminação dessa ideia trouxe consequências duradouras, como a perpetuação do mito de que negros são menos capazes em certas atividades físicas e mais fortes em outras, o que afeta a autoestima. Hoje, o amigo que citei, ao questionar a teoria que parecia inquestionável, está em processo de construir um novo olhar sobre si mesmo e se desafiou a nadar. Ao descobrir que nada bem e gosta da atividade, entendeu que a teoria era uma crença limitante. Ele tirou um peso dos ombros e navega com mais fluidez contra as correntes do mar e das discriminações estruturantes da sociedade.

Também me lembro de que certo dia, conversando com uma amiga , ela compartilhou que evita dirigir porque acredita que mulheres têm senso de localização menos apurado do que os homens. Essa crença, alimentada por estereótipos machistas, é outro exemplo de como as pessoas podem limitar sua visão de mundo. A ideia de que mulheres são naturalmente inferiores aos homens em termos de habilidades espaciais e de navegação é profundamente prejudicial. Homens e mulheres têm diferenças, mas não justificam a criação de estereótipos que desvalorizam um gênero em relação ao outro.

O senso de localização e a capacidade de exercer múltiplas profissões são habilidades que podem ser desenvolvidas por meio de treino e oportunidades. No entanto, quando o machismo influencia a criação e a perpetuação de teorias limitantes, contribui para a formação de um imaginário coletivo que faz as mulheres e a sociedade acreditarem que somos inferiores. Isso impacta não apenas a nossa autoestima, mas também as oportunidades que recebemos e as escolhas que fazemos em nossas vidas. Quando aceitamos essas crenças limitantes sem questioná-las, perpetuamos um ciclo de inferiorização e exclusão que é difícil de quebrar. Ao exercitar, detectar, questionar e desafiar as limitações, damos o primeiro passo para destravarmos algemas mentais e nos libertarmos dessas amarras.

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