Hérnia de disco: entenda o que é a doença que afeta famosos e veja tratamentos que ajudam a aliviar dores

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Rico Melquiades, campeão da 13ª edição do reality "A Fazenda", Vitória Strada, Thaila Ayala e Preta Gil também foram afastados de seus trabalhos para tratar a mesma condição, considerada um problema de saúde mundial, que causa sintomas bastante dolorosos. E muitos deles podem, inclusive, ser debilitantes.

Para entender quais são as causas e tratamento da hérnia de disco, conversamos com Dr. Diogo Noronha, cirurgião de coluna vertebral.

— O disco intervertebral é uma estrutura feita de cartilagem que trabalha como se fosse um amortecedor entre as nossas vértebras da coluna cervical, torácica e lombar. Hérnia é uma palavra do latim que significa ruptura. Usamos na medicina para descrever algo que sai do seu lugar de origem.

Portanto, hérnia de disco é quando essa estrutura sofre uma lesão e migra, podendo comprimir estruturas importantes que estão ao redor como os nervos e até mesmo a medula.

As causas são as mais diversas, como a degeneração natural pelo envelhecimento do corpo; obesidade; predisposição genética; sedentarismo e até mesmo traumatismos.

Os sintomas variam de acordo com o tamanho e a localização da hérnia, ou seja, quanto dele foi rompido e para onde ele migrou.

— Na região cervical o paciente pode apresentar dificuldade para andar, perda da destreza das mãos para movimentos finos como abotoar uma camisa; dor cervical que irradia para os braços, formigamento e até mesmo perda de força dos membros superiores.

Na região lombar, como os nervos responsáveis pelas mãos não podem mais ser acometidos, temos sintomas mais baixos como dor lombar e irradiação para os glúteos até os pés, dependendo de qual nervo especificamente está comprimido, formigamento, perda de força das pernas e até mesmo alteração do funcionamento da bexiga e do intestino — explica o especialista.

É importante salientar que existem muitas outras causas de dor lombar, sendo a mais comum a dor muscular, ou seja, é fundamental a avaliação de um especialista para definir o diagnóstico.

Dr. Diogo Noronha diz que o diagnóstico começa com a anamnese e exame físico, os quais nos ajudam a diferenciar as várias causas de dor lombar, inclusive a hérnia de disco.

— Após isso, o melhor e mais detalhado exame é a ressonância magnética, cuja maior função é mostrar se existe algum grau de degeneração do disco intervertebral e se uma possível hérnia está comprimindo o espaço do nervo ou da medula. Um mal-entendido muito comum é o paciente chegar no consultório culpando a hérnia que apareceu no laudo do exame como causadora de suas dores. Isto nem sempre é verdade, pois é um exame muito sensível que vai mostrar até hérnias pequenas que não causam dor. Ou seja, apenas após a avaliação do especialista poderemos dizer se aquela hérnia é a origem da dor do paciente.

Segundo Dr. Diogo Noronha, o tratamento para hérnia de disco é muito variado.

— Aqui outro mal-entendido deve ser desfeito: a grande maioria, cerca de 85% de todas as hérnias que causam sintomas, vão melhorar sem cirurgia. Por isso sempre é válido o tratamento menos invasivo, pois a maior parte das hérnias pode ser reabsorvida pelo organismo, ou seja, aquela lesão do disco cicatriza e o paciente melhora.

O chamado tratamento conservador engloba uso de medicações analgésicas e modalidades que agem fortalecendo a coluna e os músculos à sua volta: fisioterapia, Pilates, RPG e musculação.

— Aquela ideia que quem tem hérnia de disco tem que se abster a vida toda de atividade física ficou no passado. Atualmente é o contrário: exceto durante a crise, a atividade física será a chave para uma coluna saudável.

Nos casos em que não há melhora, após essas tentativas, a indicação de cirurgia ganha força.

— Temos desde as opções minimamente invasivas, nas quais podemos infiltrar corticoide e anestésico no local para diminuir a inflamação da hérnia, desde procedimentos que retiram a hérnia através de videoendoscopia, com menor agressão aos tecidos e menos tempo de internação. E métodos mais clássicos como a descompressão aberta e artrodese, ou seja, uma cirurgia que envolve retirar todo disco intervertebral e estabilizar a vértebra com parafusos. A escolha final de qual o melhor procedimento depende de quem é o paciente, isto é, suas comorbidades, seus sintomas principais e sua demanda diária.