Veja em dez fotos os estragos causados pelos incêndios no Pantanal e o combate às chamas

Fogo está próximo a áreas urbanas, como em Corumbá (MS); bombeiros e brigadistas tentam conter as queimadas

Por O Globo — Rio de Janeiro


Foco de incêndio no Pantanal na margem do Rio Paraguai, em Corumbá (MS) Pablo PORCIUNCULA / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 27/06/2024 - 09:35

Desastre ambiental no Pantanal: incêndios ameaçam biodiversidade

Incêndios no Pantanal atingem níveis recordes, destruindo vastas áreas e ameaçando a biodiversidade. Ministra do Meio Ambiente declara situação crítica, com previsão de dois milhões de hectares queimados. Uso do fogo é proibido e cientistas alertam para a gravidade da situação.

O Pantanal bateu recorde e registrou, neste semestre, a pior quantidade de focos de incêndio na história, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). São 3.262 focos entre 1º de janeiro e 23 de junho, número 22 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023. Também ultrapassou os números do primeiro semestre de 2020 (2.534 focos), período que até então possuía o recorde de queimadas. Há dados desde 1988.

A situação foi considerada pela ministra do Meio Ambiente. Marina Silva, como "das piores já vistas". E o estado de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência nos municípios afetados pelos incêndios florestais e pela estiagem.

Veja imagens dos incêndios florestais que atingem o Pantanal

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Focos de calor no bioma bateram recorde no primeiro semestre do ano

— Na Amazônia, a estiagem leva a esforços em relação à logística e abastecimento. E, no Pantanal, tem a ver com logística e incêndio. Porque nós estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal — disse Marina nesta segunda-feira.

Uma nota técnica publicada pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) traz dados que explicam a declaração da ministra. A projeção dos cientistas é de que no período de julho a setembro dois milhões de hectares do Pantanal poderão ser consumidos pelas chamas.

Outra constatação dos pesquisadores é a de que a maior planície úmida da Terra nunca esteve com o solo tão seco e inflamável. Mas, na mesma nota técnica, os pesquisadores salientam que, embora o clima esteja desfavorável, só há incêndios porque as pessoas têm insistido em queimar o bioma.

A nota diz que a menor umidade do solo já registrada e o calor escorchante e sem trégua desde o segundo semestre de 2023 criaram condições perfeitas para os incêndios do Pantanal.

A mesma nota técnica afirma que a pluma de poluição gerada pela queimada do Pantanal atingiu este mês o Sul do Brasil, o Paraguai, o norte da Argentina e o Uruguai.

O fogo é tradicionalmente empregado para limpar campo, queimar lixo. No entanto, com a mudança do clima, a prática secular se tornou explosiva. Embora não seja intencional, a prática é criminosa, porque o uso do fogo está proibido nesse período do ano. Não há causa natural no fogo que arde no Pantanal, frisam os cientistas.

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