Petrobras: Magda Chambriard indica três novos nomes para a diretoria da estatal

Foram indicados diretores financeiro, de Exploração e de Engenharia, incluindo duas mulheres. Alto comando da petroleira terá participação feminina recorde

Por — Rio


Magda Chambriard, presidente da Petrobras Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Três semanas após tomar posse como presidente da Petrobras, Magda Chambriard indicou na tarde desta sexta-feira três novos membros para a diretoria executiva da estatal, segundo comunicado divulgado ao mercado pela companhia.

Com duas mulheres na lista de novos nomes, o alto comando da estatal terá quatro executivas, de um total de nove membros, incluindo Magda. Segundo a empresa, é a maior participação feminina na diretoria executiva em toda sua história.

Foram indicados Sylvia dos Anjos como diretora de Exploração e Produção, Renata Baruzzi como diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação e Fernando Melgarejo, que atualmente é diretor de Participações da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BB), como diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

Sylvia e Renata substituirão diretores indicados pelo ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates. Já o cargo de diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, um dos mais importantes nas companhias de capital aberto, com ações negociadas na Bolsa, estava vago.

O ex-diretor Sergio Caetano Leite, tido como próximo de Prates, deixou o cargo junto com o ex-presidente. Tradicionalmente, essa diretoria costuma ser blindada de indicações puramente políticas, e os indicadores tendem a ser próximos dos presidentes.

Da Previ para a Petrobras

Melgarejo, o futuro ocupante do cargo na diretoria comandada por Magda, deixará a Previ após o fundo de pensão registrar, em 2023, um superávit acumulado de R$ 14,5 bilhões, o melhor resultado em dez anos, considerando o seu mais antigo e maior plano, como informado em março passado. Com 200 mil participantes, a Previ é o maior fundo de pensão do país em termos de patrimônio, com uma carteira total de ativos de R$ 288,7 bilhões.

O futuro diretor está na diretoria da Previ desde 2022, segundo o comunicado da Petrobras. Melgarejo é economista, com mestrado na Universidade Católica de Brasília (UCB). Tem 37 anos de carreira no BB, onde foi gerente executivo da Diretoria de Finanças e Relações com Investidores.

Em nota, a Previ informou nesta sexta-feira que Melgarejo “deverá se aposentar do quadro funcional” do BB para assumir o novo cargo. “A indicação coroa uma carreira longeva em um dos maiores agentes do sistema financeiro nacional e credencia Melgarejo para o novo desafio”, diz a nota da Previ.

A alta gestão do maior fundo de pensão do país é dividida entre o comando do BB – o “patrocinador”, no jargão da Previdência complementar – e os funcionários participantes. Melgarejo era indicado pelo comando do BB. Segundo a nota da Previ, se o executivo for confirmado na Petrobras, o BB indicará um novo nome para a diretoria do fundo de pensão.

Por causa desse modelo de gestão, a Previ, assim como outros fundos de pensão das estatais, é frequentemente vista como um braço do governo para influenciar nas empresas privadas nas quais investe. A principal delas, no caso da Previ, é a mineradora Vale.

Apesar dessa atuação mais alinhada com os governos de plantão, tradicionalmente, o cargo de diretor de Participações do fundo do BB é ocupado por técnicos de carreira do banco público. É, portanto, relativamente blindado de indicações políticas, segundo uma fonte conhecedora do funcionamento da Previ, que pediu anonimato. Tanto que Melgarejo chegou a cargo em 2022, no governo Jair Bolsonaro – e foi mantido pela diretoria da Previ formada em 2023, já sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Geóloga na "diretoria que fura poço"

A futura diretora de Exploração e Produção, a mais importante e com o maior orçamento na companhia, é geóloga e funcionária aposentada da Petrobras, com 42 anos de experiência.

Sylvia dos Anjos tem mestrado e doutorado em geologia pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos EUA. Na Petrobras, segundo o comunicado da estatal, Sylvia foi gerente geral da Exploração em Geologia Aplicada e de gerente geral de Tecnologias de Libra, um dos principais campos do pré-sal.

Além disso, é co-fundadora do Comitê de diversidade do IBP, a entidade que representa o setor de petróleo e gás. Também foi presidente da Associação Brasileira de Geólogos do Petróleo (ABGP), por dois mandatos, e vice-presidente da Associação Americana de Geologistas do Petróleo (AAPG, na sigla em inglês).

Gerente de Gestão Integrada da Logística é promovida

Já a futura diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação, área responsável por contratações bilionárias, ocupa atualmente o cargo de gerente na área de Gestão Integrada da Logística da Petrobras, informa o comunicado da estatal.

Renata Baruzzi é formada em Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e tem especializações em Gestão Estratégica de Tecnologia pela Coppe, instituto que reúne a pós-graduação em Engenharia na UFRJ, e em Administração pelo Ibmec.

A executiva tem 38 anos de carreira na Petrobras. Ela foi alçada ao nível gerencial na área de Recursos Humanos (RH), para em seguida passar para a área de Engenharia. De 2015 a 2019, trabalhou na Petrobras América Inc, subsidiária da estatal nos EUA, sediada em Houston (Texas).

Os novos nomes serão submetidos aos “procedimentos internos de governança corporativa, incluindo as respectivas análises de conformidade e integridade necessárias ao processo sucessório da companhia”, diz o comunicado da Petrobras. Em seguida a essas análises, as indicações serão apreciadas pelo Comitê de Pessoas e depois enviadas para deliberação final do Conselho de Administração.

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