Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo, com agências internacionais — Washington

Ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, favorito para conquistar pela segunda vez a candidatura republicana para as eleições presidenciais de 2024, enfrenta uma série de ações judiciais, quatro delas de caráter criminal. A última delas foi aberta na noite de segunda-feira, quando um grande júri reunido em Atlanta acolheu a acusação da promotoria contra Trump pela tentativa de interferência eleitoral na contagem de votos do estado da Geórgia, parte de um esforço mais amplo para reverter o resultado das eleições de 2020.

No caso na Geórgia, os promotores apresentaram 41 acusações (no processo judicial americano, cada ação delitiva exige uma acusação à parte). Apenas contra Trump foram 13, incluindo falsificação e racketeering (organização criminosa). As demais envolvem aliados de primeira ordem do ex-presidente, como o advogado Rudolph W. Giuliani, ex-prefeito de Nova York, e Mark Meadows, ex-chefe de Gabinete da Casa Branca.

No cerne da acusação contra Trump e seus aliados na Geórgia estão as acusações de organização criminosa sob a Lei de Organizações Influenciadas e Corruptas (Rico, na sigla em inglês), projetada originalmente para combater a máfia.

Embora Trump tenha desdenhado da maioria das acusações contra ele, apresentando-se como vítima de uma "caça às bruxas" por órgãos de investigação politicamente motivados, os casos começam a criar problemas práticos contra o ex-presidente.

Se não parecem afetar sua imagem com o eleitorado (pesquisas iniciais apontam largo favoritismo para ele nas primárias republicanas), a interposição de defesa para cada caso está esvaziando o caixa da campanha. O comitê de arrecadação de fundos, o "Comitê Conjunto de Arrecadação de Recursos Trump Save America", gastou mais de US$ 20 milhões em custos judiciais — valor cinco vezes maior ao que restava no fim de junho para o fundo da campanha.

Entenda os casos:

Eleição de 2020 e a invasão do Capitólio

Trump responde a quatro acusações por seus esforços para permanecer no cargo após sua derrota nas eleições de 2020 e seu papel nos eventos que levaram ao ataque do Capitólio, 6 de janeiro de 2021. A acusação, entregue no Tribunal Distrital Federal em 1º de agosto, é liderada pelo promotor especial Jack Smith, que assumiu as investigações do Departamento de Justiça sobre Trump no ano passado.

Promotor especial Jack Smith faz pronunciamento à imprensa em Washington — Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP
Promotor especial Jack Smith faz pronunciamento à imprensa em Washington — Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

No caso específico, Trump é alvo de três acusações de conspiração em conexão com seu esforço para permanecer no poder: uma para fraudar os Estados Unidos, outra para obstruir um processo oficial do governo e uma terceira para privar pessoas de direitos civis previstos em lei federal ou na Constituição. Ele também foi acusado de tentar obstruir um processo oficial – a certificação dos resultados eleitorais pelo Congresso.

Os promotores também acusaram o ex-presidente de recrutar delegados falsos no Colégio Eleitoral em estados decisivos vencidos por Biden, de tentar usar o poder do Departamento de Justiça para alimentar teorias de conspiração eleitoral e de pressionar o vice-presidente Mike Pence a atrasar a certificação da eleição ou rejeitar eleições legítimas eleitores.

Por fim, a promotoria acusou Trump e outros de explorar o motim de 6 de janeiro para redobrar seus “esforços para fazer falsas alegações de fraude eleitoral e convencer os membros do Congresso a atrasar ainda mais a certificação com base nessas alegações”.

Documentos secretos

Smith também liderou a investigação sobre a retirada e o manuseio de documentos confidenciais do governo por Trump após deixar a Casa Branca, bem como seus esforços para impedir que as autoridades os recuperassem.

Foto divulgada pelo Departamento de Justiça mostra documentos armazenados em um dos banheiros de Mar-A-Lago — Foto: Departamento de Justiça
Foto divulgada pelo Departamento de Justiça mostra documentos armazenados em um dos banheiros de Mar-A-Lago — Foto: Departamento de Justiça

A acusação de 49 páginas, apresentada em junho a um tribunal federal na Flórida, apontava que os documentos mantidos por Trump incluíam alguns envolvendo programas nucleares sensíveis e outros que detalhavam as potenciais vulnerabilidades do país a ataques militares. Em alguns casos, disseram os promotores, ele os exibia para pessoas sem credenciais de segurança e os guardava de maneira aleatória em sua residência em Mar-a-Lago, até mesmo mantendo uma pilha de caixas em um banheiro.

Trump foi inicialmente acusado de 37 acusações criminais, cobrindo sete violações diferentes da lei federal, sozinho ou em conjunto com Walt Nauta, um de seus assessores pessoais, também citado na acusação. No final de julho, o escritório de Smith acrescentou três novas acusações contra Trump no caso e, pela primeira vez, nomeou o gerente de propriedade de Mar-a-Lago, Carlos de Oliveira, como réu no caso.

Trump se declarou inocente de todas as acusações. O juiz que supervisiona o caso indicou que o julgamento começará em 20 de maio de 2024, dois meses antes da Convenção Nacional Republicana, em que Trump provavelmente deve ser oficialmente declarado o candidato do partido nas eleições presidenciais.

Suborno de atriz pornô

Em abril, Trump virou réu pela primeira vez no caso mais antigo entre os acatados pela Justiça. O ex-presidente foi alvo de 34 acusações criminais em Nova York por falsificação de registros contábeis decorrentes de três casos de suborno antes das eleições de 2016, disseram promotores, incluindo às referentes à suposto propina paga à atriz pornô Stormy Daniels.

Stormy Daniels em evento na Califórnia em 2018 — Foto: Robyn Beck/AFP
Stormy Daniels em evento na Califórnia em 2018 — Foto: Robyn Beck/AFP

Além do suposto pagamento de US$ 130 mil em propina a Daniels em 2016 — com quem teria tido um caso extraconjugal dez anos antes —, Trump é acusado pela suposta compra do silêncio, por US$ 30 mil, de um porteiro da Trump Tower que dizia ter informações sobre um suposto filho ilegítimo do republicano e também pelo pagamento de propina a uma suposta ex-amante que cobrou US$ 150 mil para não tornar a relação pública.

Segundo a Promotoria, liderada por Alvin Bragg, os registros são evidências de um amplo esquema para encobrir possíveis escândalos que prejudicassem sua imagem nas eleições de 2016. O julgamento está agendado para 25 de março de 2024 no tribunal estadual de Nova York.

Mais recente Próxima Traição, ganância, crime premeditado: Polícia da Argentina prende 4 suspeitos de morte de investidor de criptomoedas encontrado em mala
Mais do Globo

Moeda americana se valorizou frente às principais divisas emergentes

Por que o dólar sobe quando Donald Trump se fortalece?

Segundo Butantan, o maior predador dessa serpente é o homem, que além de matar os animais, também prejudica o habitat natural e reduz a expectativa de vida da espécie

Anaconda: cobra encontrada morta em rio do Tocantins é da espécie sucuri-verde e pode chegar a sete metros; conheça

Judi Dench e Siân Phillips foram aceitas após campanha contra a regra considerada arcaica e símbolo da supremacia masculina em lugares de poder e influência

Atrizes britânicas são primeiras mulheres admitidas em clube de Londres reservado aos homens

Empresa diz que medida trava inovação e que pode atrasar benefícios do uso de inteligência artificial no Brasil

Meta diz que decisão do governo de suspender uso de dados para treinar IA é 'retrocesso'

A ex-BBB apontou falas de Renata Meins, consultora de 'imagem pessoal' sobre mulheres transsexuais como desrespeitosas e cruéis

'Transfobia': Ariadna Arantes se revolta com 'coach' que afirma não atender mulheres trans em curso de visagismo

Governo determinou que empresa suspenda prática no Brasil. Na Europa, uso de informações para treinamento de IA foi adiado

Veja como a Meta coleta dados de Facebook e Instagram para treinar seus robôs de IA

Crescimento de Vojvoda e Artur Jorge, e saídas de Cuca e Diniz colocam estrangeiros entre os cinco primeiros

Ranking de Técnicos: na ponta, Tite, do Flamengo, é único brasileiro no top-5 recheado de estrangeiros

Resultado do Festival de Parintins 2024 foi divulgado nesta segunda-feira (1); campeão deste ano é o Boi Caprichoso

Quem ganhou o Festival de Parintins 2024?
  翻译: