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Por O Globo — Washington

A Casa Branca afirmou nesta quarta-feira que o Hamas ainda tem "força significativa" na Faixa de Gaza, mesmo após quase três meses de operações militares israelenses contra o grupo terrorista no enclave palestino. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, eliminar a ameaça militar representada pelo grupo — que governa Gaza desde 2007 — é um "objetivo possível" para o Estado judeu, mas destacou que o país provavelmente não poderá apagar a sua "ideologia".

— Acreditamos que reduzir e derrotar a capacidade do Hamas de realizar ataques dentro de Israel é um objetivo absolutamente alcançável para as forças militares israelenses — disse o porta-voz a jornalistas.

Kirby afirmou que tal objetivo poderia ser alcançado "militarmente" e que o Exército israelense poderia "eliminar a ameaça que o Hamas representa para o povo israelense". Mas, observou:

— [Isso] eliminará a ideologia deles? Não. E o grupo está sujeito a ser aniquilado? Provavelmente não.

Questionado sobre o número de membros do Hamas que "ainda precisam ser erradicados", Kirby respondeu que possui estimativas, mas se recusou a entrar em detalhes. Na terça-feira, o número 2 do grupo, Saleh al-Arouri, foi morto em um ataque de drone em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel. A morte elevou a preocupação com uma possível expansão do conflito, diante de possíveis represálias do Hezbollah, grupo xiita libanês aliado do Hamas. De qualquer forma, o Hamas ainda possui uma "força significativa em Gaza" e não é "apenas um grupo heterogêneo de terroristas", assegurou.

De fato, o Hamas viu sua popularidade aumentar com a guerra. Uma pesquisa divulgada em dezembro de 2023 pelo Centro de Pesquisa e Investigação Política Palestino (PCPSR, na sigla em inglês), citada pela Reuters e pela Associated Press, apontou que três em cada quatro palestinos acreditam que o ataque contra Israel, no dia 7 de outubro, foi correto. Esse apoio, observou o estudo, teria aumentando no enclave em comparação com sondagens anteriores. Pelo menos 52% da população em Gaza, mais da metade, também manifestou estar satisfeita com a atuação do grupo no conflito.

Gaza tem sido um cenário de intensos bombardeios e incursões israelenses — inclusive contra hospitais, como no caso do al-Shifa, em novembro do ano passado, maior hospital do enclave e que abrigava milhares de deslocados pelo conflito —, organizadas após ataque terrorista sofrido em outubro, que deixou ao menos 1,2 mil mortos e 250 reféns segundo as autoridades. Desde então, Israel prometeu aniquilar o grupo e resgatar os reféns.

Segundo o Ministério da Saúde do enclave, desde o início do conflito, já são mais de 22,3 mil palestinos mortos, sendo menores e mulheres as principais vítimas. Quem sobrevive enfrenta a fome e os riscos de contrair doenças e infecções, alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar de canais para entrada de ajuda humanitária terem sido liberados no fim de outubro e a resolução aprovada em dezembro no Conselho de Segurança da ONU "exigir" a criação de corredores humanitários na região, a situação continua crítica no enclave.

As ações provocaram um aumento da pressão internacional sobre Israel — entre eles, de seu principal aliado, os EUA. Em uma primeira divergência contundente, o presidente americano, Joe Biden, chegou a afirmar que o país estaria "perdendo apoio internacional" e instou o primeiro-ministro a "reforçar e mudar" o Executivo para encontrar uma solução pacífica a longo prazo para o conflito. Na segunda-feira, o Exército de Israel anunciou que vai começar a retirar milhares de soldados que estão em Gaza, ao menos temporariamente, no que seria o maior recuo anunciado publicamente desde o início da guerra.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve retornar para Israel no começo do mês para novas conversas sobre a guerra, de acordo com fontes do governo americano, depois de se reunir com um assessor do premier israelense, Benjamin Netanyahu, na semana passada, em Washington, ao lado de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. Os três discutiram a transição para uma fase diferente da guerra, para “maximizar o foco em alvos de grande importância do Hamas”, disse a fonte.

Futuro de Gaza

O estudo observou que mais de 90% dos palestinos são favoráveis à renúncia de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que mantém controle administrativo sobre a Cisjordânia. A região, que tem parte de seu território sob domínio militar do Estado judeu e enfrenta um pico de violência devido à guerra, viu a popularidade do Hamas quase triplicar entre os seus moradores, segundo a pesquisa. Abbas têm causado descontentamento entre a população devido ao seu impasse frente às negociações para a criação de um Estado Palestino.

O novo cenário poderia figurar um obstáculo futuro para o pós-guerra em Gaza, esbarrando principalmente nos interesses dos EUA. O país fez apelos a Israel para deixar o enclave sob uma Autoridade Nacional Palestina (ANP) fortalecida, o que foi recebido com frieza pelo Estado judeu.

Tal dilema já havia sido posto sobre a mesa no início de novembro, quando o ministro dos Assuntos Estratégicos israelense, Ron Dermer, afirmou à rede americana MSNBC que "Israel deverá ter responsabilidade geral pela segurança [de Gaza] por um período indefinido" no momento em que o Hamas não estiver mais no poder. Em dezembro, pouco antes da fala de Biden sobre a pressão internacional, Netanyahu defendeu que Gaza não será "nem Hamas, nem Fatah".

O Fatah é a facção política e rival do Hamas, que controla a ANP. O grupo foi expulso de Gaza em 2007, mas ainda administra partes da Cisjordânia ocupada por Israel. (Com AFP)

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