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Por O Globo e agências internacionais — Doha

O líder político do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, disse nesta quarta-feira que três de seus filhos e quatro netos foram mortos em um ataque israelense em Gaza, onde a guerra já dura mais de seis meses. A informação foi publicada pela rede al-Jazeera, do Catar, onde Haniyeh está baseado, e o ataque foi confirmado posteriormente por Israel. De acordo com o veículo, um drone atingiu o carro da família no campo de refugiados de al-Shati, no norte do enclave.

Segundo um comunicado do Exército de Israel, "os três agentes" visados no ataque aéreo eram Amir, Mohammed e Hazem Haniyeh, acrescentando que os homens eram membros da ala militar do Hamas e estavam "prestes a realizar um ato terrorista", citou o jornal israelense Hareetz.

Na breve declaração, os militares não revelaram onde ocorreu o ataque, tampouco mencionaram os relatos de meios de comunicação afiliados ao Hamas de que quatro dos netos de Haniyeh (três meninas e um menino) também foram mortos. Apesar disso, uma fonte militar disse ao jornal israelense Times of Israel que o Exército havia tomado ciência dos relatos, embora não tenha confirmado a morte deles.

Falando em um hospital de Doha, onde foi informado sobre o ataque, Haniyeh foi desafiador. Disse que, ao atacar parentes de líderes do Hamas, "a ocupação [israelense] acredita que quebrará a determinação do nosso povo". Mas, de acordo com ele, tais ações não conseguiriam forçar o Hamas a negociar uma trégua e a libertação dos reféns.

— Todo o nosso povo e todas as famílias de Gaza pagaram um alto preço em sangue, e eu sou um deles — acrescentou Haniyeh, dizendo que o sangue dos filhos não é "mais precioso" do que o sangue de outros mortos no enclave. — [Quase] 60 membros da minha família foram mortos [desde o início do conflito], incluindo meus netos, os filhos do meu irmão, os filhos da minha irmã e meus primos.

Abdel-Salam Haniyeh, o mais velho dos 13 filhos do líder do Hamas, também confirmou numa publicação no Facebook que seus três irmãos foram mortos, disse a Reuters.

Segundo o Hamas, Haniyeh recebeu um telefonema do primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani, no qual ele "apresentou condolências pelo martírio de vários de seus filhos e netos num traiçoeiro bombardeamento sionista". O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, também ofereceu suas condolências ao líder do grupo.

Em novembro, um mês após o início do conflito, Haniyeh já havia perdido uma de suas netas durante um bombardeio israelense a uma escola na Cidade de Gaza. Roa Hammam Haniyeh era estudante da Faculdade de Medicina da Universidade Islâmica de Gaza e foi uma das 50 vítimas do ataque à escola al-Buraq.

Fim do Ramadã

O ataque ocorre durante o Eid al-Fitr, celebração de três dias que começa nesta quarta-feira e marca o fim do Ramadã, mês sagrado de jejum e cerimônias religiosas para os muçulmanos.

Por toda Gaza, os palestinos celebraram o momento com tristeza, reunindo-se em abrigos improvisados em meio aos escombros. O período costumava ser uma época de alegria no enclave, mas com a fome ameaçando o território em meio à contínua ofensiva militar de Israel, os palestinos dizem que não há muito o que comemorar.

— É o Eid mais triste que já vivemos — disse à AFP Rawan Abd, uma enfermeira de 32 anos de Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel.

O ataque também ocorre num momento em que não há sinais de progresso nos esforços de mediação liderados pelos Estados Unidos, Egito e Catar, buscando o fim da guerra. Os países aguardam respostas a uma nova proposta de trégua em três fases que apresentaram a Israel e ao Hamas no domingo. A primeira contempla uma trégua de seis semanas, a libertação de 42 reféns detidos em Gaza em troca de 800 a 900 palestinos presos em Israel, a entrada diária de 400 a 500 caminhões de ajuda alimentar e o retorno dos deslocados pela guerra às suas casas no Norte de Gaza.

Os combates em Gaza foram desencadeados pelo ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo dados israelenses. A ofensiva de retaliação de Israel matou pelo menos 33.482 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do território administrado pelo Hamas.

Encontros com políticos

Conhecido como "Abu al-Abd" e autodenominado premier do Hamas, Haniyeh tem 62 anos e vive em Doha, no Catar. Ele é o chefe do gabinete político do Hamas e foi primeiro-ministro do governo palestino, entre 2006 e 2007. Já foi preso por Israel por várias vezes, e chegou a ser expulso do país e enviado para o Líbano.

Em 2021, uma reportagem da revista Arab Weekly publicou vídeos em redes sociais que mostravam Haniyeh jogando futebol ao lado de arranha-céus da capital do Catar, e sendo recebido com tapete vermelho por altos funcionários do país. Sua fortuna é estimada entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões (entre R$ 20,3 milhões e R$ 25,4 milhões), segundo o jornal financeiro israelense Globes. Recentemente, ele foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, em Doha. Antes, participou de uma reunião, no Egito, com general Abbas Kamel, chefe da Inteligência do país, sobre a situação em Gaza. (Com AFP e New York Times.)

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