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Por , O GLOBO

Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente, ontem, a soberania do Estado da Palestina, após um anúncio conjunto na semana passada, que antecipou a medida. O reconhecimento foi alvo de críticas severas do governo de Israel, que afirma que qualquer conversa sobre dois Estados neste momento representa uma vitória estratégica para o Hamas, premiando o grupo palestino pelo ato terrorista de 7 de outubro. Em entrevista ao GLOBO, o embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud, defendeu a iniciativa e disse que seu país continua comprometido com a busca por uma solução de dois Estados, prevista há mais de 30 anos nos históricos os Acordos de Oslo.

Por que a Noruega decidiu agora reconhecer o Estado palestino como membro da comunidade internacional?

Queremos que a nossa iniciativa faça a diferença em negociações futuras. O reconhecimento de um Estado palestino é algo pelo o qual esperamos há mais de 30 anos, e a guerra em curso em Gaza deixa claro que a estabilidade da paz na região deve ser baseada na solução das questões palestinas. Acreditamos que o reconhecimento da Palestina agora reaviva a solução de dois Estados e esperamos que isso possa levar a algum desenvolvimento positivo neste sentido.

Essa iniciativa muda algo na posição da Noruega em relação a Israel e ao Hamas?

Israel não está satisfeito conosco após essa decisão, mas acreditamos que o estabelecimento de um Estado palestino fortalecerá as forças moderadas em Gaza e enfraquecerá o Hamas e aqueles que usam o terrorismo e a violência como ferramenta para atingir seus objetivos. A Noruega procura manter suas boas relações com Israel, embora sejamos profundamente críticos em relação à guerra que Israel está travando em Gaza e discordemos de grande parte da política adotada pelo atual governo israelense. Além disso, acreditamos que nossa decisão não recompensa o Hamas. Pelo contrário, o Hamas sempre se opôs aos Acordos de Oslo e não reconhece sequer o direito de Israel existir. Já a Noruega foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel, em 1949.

Países que reconhecem o Estado da Palestina — Foto: Editoria de Arte
Países que reconhecem o Estado da Palestina — Foto: Editoria de Arte

Críticos dizem que o reconhecimento do Estado da Palestina neste momento não tem significado real e que a Noruega arrisca sua posição como mediador no Oriente Médio ao fazê-lo

Temos mediado esta questão desde os Acordos de Oslo, no início dos anos 90. Temos um relacionamento de longa data tanto com a Autoridade Palestina quanto com Israel. Estamos comprometidos com essa negociação e com o principal aspecto dos acordos, que foi o reconhecimento da solução de dois Estados. Acreditamos que agora, mais do que nunca, a Autoridade Palestina precisa de apoio e está comprometida com esta solução, e apoiaremos seus esforços de reforma e de construção de um Estado palestino. Assim, os palestinos poderão desfrutar de direitos iguais e participar da sociedade com base na democracia, na lei e nos direitos humanos.

Por que até hoje não foi criado um Estado palestino?

Em 2011, o Banco Mundial concluiu que a Palestina havia cumprido os principais critérios necessários para funcionar como um Estado. Foram criadas instituições nacionais para fornecer serviços essenciais à população. No entanto, a guerra em Gaza e a expansão contínua de assentamentos ilegais na Cisjordânia tornaram a situação na Palestina mais difícil do que em décadas anteriores. Além disso, o Hamas foi responsável por vários atos terroristas contra Israel nos últimos anos, o que também tem obstruído os esforços de paz.

Os Acordos de Oslo falharam?

Acho que é muito frustrante para ambas as partes a falta de uma solução política para esse conflito prolongado. O processo de paz tinha a intenção de levar a uma solução de dois Estados que não foi bem-sucedida, mas todos nós temos que reconhecer que uma solução de um único Estado não é suficiente se não houver um direito garantido para o povo palestino. A solução de dois Estados é a única solução viável.

O que precisa ser feito?

O mais urgente neste momento é conseguir um cessar-fogo e compartilhar a ajuda humanitária com a população de Gaza, além de garantir a libertação de todos os reféns israelenses. A longo prazo, acreditamos que o reconhecimento da Palestina agora incentivará as partes a reiniciarem as negociações de paz com o objetivo de encontrar uma solução para todas as diferentes questões existentes. E acreditamos que o reconhecimento do Estado palestino também aumentará a segurança de Israel.

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