Como é bom ficar na fila: clientes ganham cerveja e petiscos de graça no Rio antes de entrar em bares e restaurantes

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No sempre cheio Baixo Araguaia, na Freguesia, quando o cliente chega, um garçom já está a postos com os mimos, um chope gelado e um petisco da casa. A ideia acabou conquistando o assessor de investimentos Lucas Henrique Matoso, de 31 anos, frequentador assíduo do estabelecimento e avesso a filas.

— Odeio fila, seja aquela de dez minutos ou de uma hora. Isso para mim não funciona. Mas o Baixo Araguaia veio com uma proposta muito interessante — diz ele. — Todo mundo gosta de tomar um chopinho gelado, de comer uma coisinha salgada enquanto espera. Se todo restaurante ou bar tivesse esse proposta, seria fácil fidelizar muito mais clientes.

Um dos sócios do local, Raphael Martins, explica que a ideia surgiu durante uma viagem internacional de um dos sócios e foi a um restaurante que oferecia espumante e empanadas na fila. Logo, o conceito foi adaptado à realidade do Rio de Janeiro.

— Ele trouxe a ideia para o grupo de sócios e foi unanimidade; em questão de segundos, todo mundo aceitou. Era só chope a princípio. Mas logo na sequência um dos sócios já levantou ali a possibilidade de complementar com uma batata portuguesa para ter um petisquinho e uma bebida enquanto o cliente espera — conta.

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Na Barra, a Temakeria Rio, na Avenida Olegário Maciel, serve até peças de comida japonesa na fila. Quem espera lugar pode ir degustando entradinhas como nacho de salmão, ninho de camarão com geleia thai ou bolinho de queijo. A cada dia, há uma oferta diferente.

— Acreditamos que proporcionar entradas de cortesia enquanto os clientes enfrentam fila não apenas ameniza a espera, mas também demonstra nosso compromisso em oferecer uma experiência gastronômica completa desde o primeiro momento — diz Filipe Caldas, sócio da Temakeria.

Ali perto, o Padano Sertanejo & Bar, na Avenida Erico Verissimo, também passou a adotar os mimos na fila com o mesmo objetivo. Ao ver as longas filas, muitos clientes decidiam ir embora. Gerson Almeida, um dos sócios, contou que a ideia de oferecer uma cerveja long neck de cortesia aos sábados surgiu a partir daí.

— A ideia veio pelo fato de o cliente não querer esperar e por a gente entender que as vendas também já poderiam começar ali. Mas depois a gente achou que ganharia muito mais oferecendo uma cortesia — diz ele.

O assessor político Ailton Vidal, cliente frequente do restaurante, diz que o mimo muda o clima na fila e melhora a expectativa do serviço do lado de dentro do estabelecimento.

— É uma forma de começar bem a minha experiência, valorizando mais a visita — comenta.

O restaurante Dom Hélio, no Itaúna Shopping, na Avenidas Américas, também tem um cardápio de cortesias, com um petisco para cada dia da semana. O CEO, Robson Bitencourt, conta que adotou a prática porque alguns clientes acabavam desistindo de entrar ao constatar que seria preciso esperar. Segundo ele, o resultado das cortesias foi imediato.

— Percebemos, ao longo do tempo, como a fila de espera pode gerar estresse e insatisfação. Mas esse tratamento minimizou em muito as desistências — atesta.

Quem frequenta o restaurante, é claro, aprovou a mudança.

— Sempre me senti em casa no Dom Hélio e, agora, com esse carinho, mesmo em dias de grande movimento, me sinto mais acolhido — conta o empresário Dione Paiva, cliente da unidade Barra.