O sistema de reconhecimento facial adotado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, implantado no último réveillon, já prendeu 200 pessoas em todo o estado do Rio de Janeiro. Segundo a PM, o número corresponde a 10% de todos os mandados de prisão cumpridos pela Polícia Militar este ano.Nesta quinta-feira (20), policiais da UPP da Providência prenderam um homem com mandado de prisão por roubo com o auxílio da tecnologia.
De todas as prisões feitas com o reconhecimento facial, quase 50% foram cumprimento de mandado por falta de pagamento de pensão alimentícia. Mas também há prisões de envolvidos em: roubo (38), homicídio (10), feminicídio (03), tráfico de drogas (16), violência doméstica (03), furto (11), estupro (02), entre outros.
No mês passado, o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, solicitou apoio da Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz) para colocar videomonitoramento em mais 14 pontos da Barra e do Recreio, na Zona Oeste da cidade, voltado para estações do BRT, além de novos pontos da orla e da Avenida das Américas.
O sistema de reconhecimento hoje usa as 126 câmeras da PM e outras do programa 190 integrado, que são equipamentos de videomonitoramento cedidos à polícia. É necessário que as imagens tenham boa resolução, conexão com a internet e gravação mínima de 30 dias.
Como funciona o sistema?
O alerta para um possível foragido obedece a percentual definido para identificar similaridades entre as imagens e os suspeitos. Ainda assim, após a sua emissão, um agente avalia a foto e faz mais uma conferência. Só depois disso um policial é acionado para fazer a abordagem. A corporação informou que também criou uma listagem com os falsos positivos confirmados para, caso o sistema alerte para a mesma pessoa, o policial não efetue a abordagem novamente.
Além do falso positivo, há casos em que o mandado de prisão não está mais válido. Desde do ano passado, 9% das pessoas abordadas pelos agentes após alerta do sistema não tinham mandado de prisão.
Em janeiro, duas pessoas foram presas irregularmente: foram condenadas, mas não tinham ordens de prisão expedidas. Desatualizados, seus mandados de prisão seguiam no sistema SIPWeb, da Polícia Civil, ligado ao reconhecimento facial da PM. A tenente-coronel Claudia Moraes explica que foi criado um protocolo com quatro etapas para evitar prisões equivocadas. Além do alerta do sistema, há a comparação de imagens feita por agente, a abordagem e identificação na rua e, por último, uma checagem na delegacia.
Sensação de segurança
Na estreia do sistema, no réveillon passado, a expressiva redução nos registros de roubos e furtos durante o festejo foi comemorada pelo governador Cláudio Castro. Também chamou atenção a diferença entre os números de crimes violentos nos shows de Alok, para 600 mil pessoas, em agosto de 2023, e da cantora Madonna, em maio deste ano, já com as câmeras em funcionamento: no mesmo local, o Posto 2, a estrela pop atraiu 1,6 milhão de fãs e teve um quinto das ocorrências registradas na apresentação do DJ brasileiro.
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