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Por O Globo — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 24/06/2024 - 04:30

Violência na família Avelino: investigação em curso

Família Avelino de Vassouras, conhecida pela violência, envolvida em assassinatos recentes. Principais suspeitos são membros da família, incluindo João Pedro, acusado de homicídios no Pará e Rio de Janeiro. Investigação em andamento para esclarecer os crimes e a ligação dos Avelinos com as mortes.

Um duplo homicídio chocou a cidade de Novo Repartimento, no Sudeste do Pará, em maio de 2020. João Pedro Bernardes Aguiar de Oliveira, de 21 anos, é acusado de assassinar a sangue-frio dois primos, Rômulo dos Santos Brandão, 21, e André Aquino dos Santos, 20, com tiros na cabeça em um posto de gasolina.

Após o primeiro disparo, João Pedro teria atirado novamente nas vítimas já caídas no chão, conforme relatos da polícia. O suspeito fugiu imediatamente após cometer o crime. Segundo a investigação, embora não carregue o sobrenome da família do interior do Estado do Rio de Janeiro, João Pedro seria da temida família Avelino, da cidade de Vassouras, conhecida por seu histórico de violência.

A revelação foi feita pelo programa Fantástico, da TV Globo, do último domingo, que mostrou as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público em cima desse e de outros crimes que podem estar relacionados à família.

Eles são conhecidos há décadas por uma cultura de violência e de coronelismo. Com um histórico de praticar crimes graves há 60 anos em cidades pequenas, onde causam temor em parentes das vítimas, testemunhas e jurados.

Fernando Avelino

Em 12 de janeiro deste ano, um crime brutal em Vassouras, no Centro-Sul do Rio de Janeiro, está sendo investigado com a suspeita de envolvimento de outro integrante da família Avelino. A vítima foi o empresário Thiago Amorim Navarro, de 31 anos, que seria amigo de infância de Fernando César Avelino de Oliveira, de 28 anos, principal suspeito da morte de Thiago por conta de um cheque de R$ 4 mil.

Segundo a Polícia Civil, Thiago possuía um açougue e comprava carne da empresa de Fernando Avelino. Familiares relataram que o cheque foi devolvido, o que gerou um desentendimento entre os dois pela falta de pagamento.

Após o incidente, eles não se falaram mais até que, dois anos e meio depois, Thiago encontrou Fernando Avelino porque precisava da assinatura dele para limpar seu nome no banco. Pouco tempo depois, Thiago foi encontrado morto.

Antes de ser assassinado e carbonizado em um carro queimado, Thiago teria ligado para sua esposa, avisando que estava na casa de Fernando Avelino.

Família Avelino, dona de terras em Vassouras, no interior do Rio, ganhou fama pela violência na década de 80 — Foto: Reprodução/TV Globo
Família Avelino, dona de terras em Vassouras, no interior do Rio, ganhou fama pela violência na década de 80 — Foto: Reprodução/TV Globo

O Fantástico apurou que o Ministério Público do Rio, que supervisiona a investigação, diz que o inquérito está sob segredo de Justiça, mas fala da suspeita da participação da família Avelino.

— Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra integrantes da família Avelino. E aí, se, eventualmente, as provas convergirão para a autoria ou participação desses suspeitos, a gente precisa aguardar a conclusão do inquérito policial — afirma um promotor do caso ao Fantástico.

Segundo o programa, Fernando Avelino é o principal suspeito da morte de Thiago Navarro. Ele foi procurado pela emissora, mas não respondeu às mensagens.

O primo João Pedro

Fernando Avelino é primo de João Pedro, acusado de assassinar os dois jovens no Pará, em 2020. João chegou a ser preso pelo crime, mas conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Pará alegando problemas de saúde. Ele teria saído com tornozeleira eletrônica, mas quebrou o aparelho e está foragido. Ele passou a viver no interior do Rio de Janeiro com a proteção da família Avelino. Até que se envolveu em outros crimes, segundo a reportagem.

O Fantástico mostrou ainda que, no dia 23 de setembro de 2022, no Clube de Shows de Paraíba do Sul, no interior do Rio, três pessoas foram assassinadas. O alvo foi o policial militar George Rodrigo Mendes. Segundo o irmão dele, o assassino foi João Pedro. Testemunhas teriam presenciado o crime. O irmão da vítima é agente da tropa de elite da Polícia Civil do Rio (Core) e afirma ainda foi uma vingança. Ele explicou que o crime começou a ser tramado nove meses antes, quando George estava à paisana e interveio quando presenciou uma caminhonete branca passar e efetuar disparo contra um carro.

Ele interceptou o carro, chamou reforço e levou cinco ocupantes do veículo para a delegacia. Com eles, um revólver e quatro munições deflagradas. Dois eram da família Avelino, Antônio Avelino de Oliveira e Cézar Augusto Bernardes de Oliveira. Cézar é irmão de João Pedro, autor dos crimes no Pará. Desde então, ele passou a ser ameaçado.

Morte do policial militar George

George foi morto no camarote da boate onde estava com os amigos com tiros pelas costas e no rosto. Segundo um dos colegas que estavam com a vítima, antes de atirar, João Pedro ainda disse “você que é o polícia brabão, né?” e disparou. George foi morto com cinco tiros.

Cinco pessoas testemunharam que foi João Pedro o autor do crime. Segundo o Fantástico, quatro deles voltaram atrás na versão. O amigo, que manteve o relato e presenciou a cena, acredita que foi por pressão da família Avelino. Ele também foi ameaçado, mas como não cedeu, teve que se mudar do Brasil.

O irmão de George começou a apurar o assassinato por conta própria. Precisou trocar de endereço três vezes, mas, com as informações, ele conseguiu fazer com que a Polícia Federal (PF) entrasse no caso.

Julgamento de João Pedro

Os agentes da PF descobriram que João Pedro, que era alvo de dois mandados de prisão, estava escondido em uma das fazendas da família Avelino, no Pará, “com capangas armados”. O local era vigiado por câmeras. Ele foi recapturado no dia 16 de maio deste ano, dois anos depois do duplo homicídio no município de Novo Repartimento e quase dois anos do triplo assassinato em Paraíba do Sul.

O julgamento de João Pedro pelas mortes no Pará está marcado para o próximo dia 7 de agosto. Ao Fantástico, a defesa dele disse que as acusações são inconsistentes. Já o advogado que o defende no caso do Rio, disse que “as apurações sequer foram concluídas” e que “acredita no arquivamento do processo diante da ausência de indícios de autoria”.

A Polícia Civil do Rio disse ao programa, por nota, que identificou o suspeito das mortes em Paraíba do Sul e pediu a prisão no dia seguinte ao crime. E que o inquérito foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Sobre a morte de Thiago, em Vassouras, a polícia informou que as investigações estão em andamento. Mas não informou quem é o suspeito.

Na década de 1980, a fama dos Avelinos já tinha chocado o Brasil. Eles teriam feito um acordo de paz, mas que funcionou por pouco tempo. O programa Linha Direta, da TV Globo, mostrou que, em 2022, eles voltaram a matar. E, segundo as investigações, as novas gerações seguem com a violência.

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