A celulite é a forma popular de se referir à lipodistrofia ginoide, o acúmulo de gordura embaixo da pele que causa um aspecto ondulado. Ela tende a ocorrer em áreas onde a gordura está sob a influência do estrogênio, como nos quadris, coxas e nádegas, assim como pode ser observada nas mamas, parte inferior do abdômen, braços e nuca.
Ainda que não apresente riscos à saúde, ela causa incômodo por preocupação estética. Mas é comum e ocorre em cerca de 90% da população feminina. Em um artigo para o site The Conversation, professora de anatomia, Rebeca Pastor, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, explica que os produtos vendidos como "anticelulite" não apresentam forte respaldo científico.
"Existem evidências científicas limitadas que apoiam a eficácia destes suplementos no tratamento da celulite. Na verdade, o primeiro artigo científico sobre celulite, publicado em 1978, referia-se a ela como 'a chamada celulite: a doença inventada'", escreveu Pastor.
Ela defende que alguns tratamentos invasivos, como terapia a laser, subcisão e terapia por ondas acústicas, são mais promissores no quesito eficácia.
"Esses procedimentos funcionam quebrando as faixas de tecido conjuntivo que causam ondulações e estimulando a produção de colágeno na derme para melhorar a elasticidade da pele. Embora esses métodos possam ser mais eficazes , eles geralmente são caros, exigem várias sessões para obter resultados – e apresentam riscos", ressalta a especialista.
Por outro lado, manter uma alimentação saudável, beber muita água e praticar atividade física regularmente também pode colaborar na redução da visibilidade da celulite.
"O resultado final, porém, é que a celulite não precisa ser tratada. É uma variação anatômica normal que foi transformada em uma condição que impulsiona um mercado lucrativo para curas que não existem", conclui a professora de anatomia.
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Qual é a causa da celulite?
De acordo com a Biblioteca em Saúde do Ministério da Saúde, a causa da celulite ainda não foi totalmente determinada, mas alguns fatores corroboram para o seu aparecimento, como:
- Hereditariedade: o fator genético é importante;
- Problemas circulatórios: quando o sangue não flui bem, a drenagem das toxinas fica prejudicada e isso deixa o líquido que fica entre as células mais viscoso;
- Alterações hormonais: níveis de estrogênio muito altos provocam disfunções no metabolismo que podem criar ou agravar a celulite. A pílula anticoncepcional também pode desencadear o problema, pois adiciona mais uma dose de hormônios circulando no organismo;
- Estilo de vida: má alimentação com excesso de açúcares e carboidratos, falta de atividade física, tensão emocional e excesso de toxinas no organismo contribuem para o aparecimento da celulite.
Ainda, segundo o site ligado à pasta, existe uma escala que confere diferentes graus a lipodistrofia ginoide:
- Grau 1: sem ondulações ou irregularidades. Ao comprimir a pele, surgem pequenas ondulações e “furinhos”.
- Grau 2: ondulações e “furinhos” já são percebidos sem comprimir a pele.
- Grau 3: nódulos claramente perceptíveis.
- Grau 4: vários nódulos, celulite “dura”. Há inchaço, comprometimento da circulação sanguínea de retorno, pele com aspecto acolchoado.