Petrobras e governo desenham plano para indústria offshore.
(Bloomberg) -- O CEO da maior produtora de petróleo da América Latina vê uma crise na cadeia de fornecedores no horizonte e tenta desenhar um plano com o governo para evitá-la.
O CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, disse em entrevista à Bloomberg News que vê uma perspectiva “assustadora” de uma crise de empresas de serviços e equipamentos petrolíferos fecharem em cerca de uma década devido à transição energética. A gigante petrolífera e o governo discutem como introduzir uma política industrial para ajudar estes mesmos fornecedores a abastecer as indústrias eólica offshore e marítima.
O plano prevê que o país estude adotar “near shoring” e “friend shoring” para adquirir equipamentos de países próximos e aliados geopolíticos, além de fortalecer a indústria no Brasil. Adotar essas medidas não é uma questão de nacionalismo, disse Prates, mas um movimento estratégico para as empresas petrolíferas garantirem o acesso a equipamentos essenciais enquanto avançam na transição energética.
“Estou consultando algumas das principais figuras do governo”, disse Prates, que na semana passada esteve com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Prefiro trabalhar com algo ainda mais amplo do que apenas a indústria naval”, uma política que incluiria desde barcos turísticos até grandes navios e portos.
Um pilar importante da política econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um plano abrangente de reindustrialização que fornecerá crédito e financiamento a indústrias como a saúde, a defesa e o agronegócio, juntamente com planos para promover uma mudança em direção a energias limpas no Brasil.
Um primeiro passo seria mapear a procura entre as empresas petrolíferas e depois fazer um plano sobre o que os fornecedores necessitam para satisfazer essas necessidades, disse Prates. Os estaleiros nacionais que necessitam de investimento poderiam estabelecer parcerias com empresas de outros países que tenham indústrias offshore robustas, como a China, a Coreia do Sul e Singapura. O BNDES e outras instituições financeiras poderiam oferecer financiamento para a iniciativa, disse ele.
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