2012 - 2025 : 13 ANOS NUM SUSPIRO
Janeiro de 2012, do palco da cerimónia de abertura de Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura, para Janeiro de 2025, foi um piscar de olhos.
Fomos uma geração muito afortunada, porque pudemos ver, viver e participar nisto, mas a realidade é bem mais complexa: Guimarães tem uma oferta cultural e artística muito diversificada, mas quanto do que é aqui produzido é potenciado para poder ser exportado para além dos limites do nosso território? Quantos dos nossos palcos estão abertos ao que é cá criado? Quanto do que é apresentado nos nosso palcos tem um impacto nas nossas vidas enquanto comunidade?
Houve um grande esforço do Município em mapear os criadores locais. Mas as principais estruturas culturais da cidade conhecem os criadores locais, além dos nomes?
Precisamos de uma representação séria e credível de alguns dos criadores locais nos principais eventos/acontecimentos culturais, não por imposição, não por bairrismo, não por paridade martelada, mas por igualdade e equidade de oportunidades.
Guimarães ficou, desde então, mais exposta. Julgo que temos uma espécie de papel a desempenhar e a defender. É preciso equiparar e equivaler. Dar condições para. A cultura não é mais, no fundo, do que a manifestação do nosso quotidiano. Não se encerra na arte, nem em cima de um palco: pode sê-lo, também, enquanto mimética de uma determinada forma de viver, mas para encontrá-la bastará colocar os dois pés na rua.