A foto abaixo me traz sentimentos contraditórios. É de uma fazenda de madeiras, em sua maioria composta por eucaliptos. A fazenda é simplesmente gigantesca e era conhecida como Fazenda Sama. Provavelmente, produz madeira há mais de 70 anos. Inúmeros colegas e conhecidos já trabalharam ou ainda trabalham na atividade de extração e transformação de madeiras. É um trabalho duro, com longas horas e muita mecânica envolvida, seja com caminhões ou máquinas, realizado em condições difíceis e com muitos riscos. Mas é um trabalho essencial, diga-se de passagem. Sabemos que o trabalho molda a sociedade, e a falta dele também. A fazenda foi adquirida há alguns anos por um novo dono (ou vários). Decidiram extrair toda a madeira da fazenda em um ritmo muito acelerado para reflorestar com flora nativa, transformando-a em uma área de preservação, provavelmente para obtenção de créditos de carbono. Sinceramente, tenho sentimentos contraditórios em relação a essa transformação da utilidade da fazenda. É claro que traz inúmeros benefícios, como a recomposição da fauna de maneira mais acelerada. A fazenda, mesmo sendo de corte, é lar de alguns animais como a onça-parda, antas e outros. Por outro lado, o ofício de extração de madeira na região se extingue, impactando tanto na vida financeira das famílias quanto na sua cultura. A fazenda, de geradora de valor, passa a ser vista como bolsista na visão de alguns, ou ainda, de exploradora da fauna e flora, passa a retribuir um pouco à natureza depois de tantos anos de serviço. Eu, sinceramente, fico confuso.
Publicação de Leandro Lemos Alves
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A Fazenda Mourões onde é produzida a cachaça Flor das Gerais também possui uma Mini Floresta para chamar de sua. Ou, melhor dizendo, uma não, são três ao todo: uma de 1,2 hectares, uma de 0,5 ha e uma linear, margeando as APPs da propriedade. Lá estão plantadas Amburanas, Freijós e Jequitibás, além de mognos africanos que, devido ao seu rápido crescimento, são utilizados para projetar sombra nas outras espécies. A expectativa, segundo o proprietário, é que futuramente possa entrar com espécies frutíferas na área plantada, de forma que se torne uma agrofloresta. Ainda segundo ele, a gestão dos plantios apresenta algumas dificuldades como, por exemplo, o entortamento do fuste de alguns exemplares em resposta a falta de luz solar e o desgalhamento. Esses aspectos são de fato desafios enfrentados por quem se empenha para contribuir com a sustentabilidade do setor tanoeiro e cachaceiro do Brasil. Eles se devem ao fato das espécies nativas ainda estarem em processo de "domesticação" e, portanto, ainda não foi desenvolvido um método para eliminar essas dificuldades atreladas. Mas reiteramos: vale muito a pena contribuir para essa causa! . . . #flordasgerais #miniflorestas
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Araucárias
O assassinato de 420 Araucárias . Parte 2 Pois é, um grande grupo catarinense criou um grande condomínio com o nome " Paraíso das Araucárias " Está abatendo 420 araucárias centenárias, com mais de 200 anos, em pleno" Defeso". Defeso das Araucárias se inicia em março até o mês de julho, é a época da frutificação do pinhão e sua colheita... Essa é a portaria oficial do IBAMA para todo território nacional, proibindo sua supressão onde tiver araucárias. Mas este condomínio " ESG " na veia fez um projeto interessante, serão plantadas 4500 mudas de Araucárias... Daqui a 200 anos será o Paraíso das Araucárias??? Quanta sustentabilidade 😒🙄 Viva a incoerência ... Estão sugerindo um novo nome ao Paraíso das Araucárias para CEMITÉRIO DAS ARAUCÁRIAS.. ou VALE DO MURMÚRIO DAS ARAUCÁRIAS... Conheça o Instagram deste incrível empreendimento... https://lnkd.in/ddg54Kqu
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Restaurar áreas é um processo bastante complexo e que leva tempo. Mas não há nada mais gratificante do que ver a vida ressurgindo de áreas, antes degradadas. Isso se torna ainda melhor quando lidamos com produtores rurais engajados nesse propósito. Seguimos juntos nessa nobre missão!
Vamos de #antesedepois com registros da nossa Unidade Regional MV.GI 🌱🌳🌳🌳🌳🌳🌳 Nas fotos com diferença de um ano, conferimos a restauração feita por plantio direto com mudas nativas na área de Alfredo Chaves (Espírito Santo). É a Mata Atlântica em movimento! E nós agradecemos 🙌
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O Manejo Florestal Sustentável desenvolvido na Floresta Nacional do Tapajós é referência em uso comunitário da floresta nativa.
A gente sempre fala que exemplos de manejo florestal sustentável bem sucedido não faltam. E um deles completou 19 anos no mês passado! A Coomflona (Cooperativa Mista da Flona do Tapajós) tem o selo FSC 100% comunitário desde 2013 e, além de provar que é possível explorar sem destruir, reforça a importância dos moradores da região na conservação da floresta. Hoje, a Cooperativa beneficia mais de mil famílias inseridas na Flona do Tapajós, aumentando a renda familiar de forma direta e indireta, por meio do manejo florestal sustentável madeireiro executado pelos próprios comunitários. Ao longo do tempo, eles compreenderam que explorar os recursos naturais sem destruir a floresta, além de mais dinheiro, significa mais qualidade de vida. Em 2017, os cooperados abriram também uma movelaria, que já é referência na produção de artesanato de madeira sustentável na Floresta Nacional do Tapajós. "Buscamos a cada dia fomentar as cadeias produtivas existentes, apoiando o manejo da copaíba, da andiroba, da apicultura e do artesanato comunitário. Investimos na saúde, na cultura, bem-estar, lazer e na formação profissional de nossos cooperados e colaboradores. No transporte, na assistência jurídica, na criação de novos setores e na infraestrutura dos principais ramais de acesso às comunidades da Flona", ressaltou Marquizanor dos Santos, presidente da Coomflona. Ali, a certificação também tem contribuído muito para a melhoria nos processos de exploração, gestão, responsabilidades social e ambiental.
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Que boas histórias possam inspirar e expandir nossa visão. Muito bacana este projeto que nasce da atitude de Seu Zé, o guardião dos babaçus unindo preservação florestal, produtos da natureza, integração, susbsitência e rentabilidade. Este modelo produtivo "silvopastoril" é mais um que vem agregar um novo olhar de como podemos ser produtivos e lucrativos considerando todos os atores da paisagem rural: o produtor, a natureza, a terra, a água, a comunidade. Alternativa que vem ganhando novos adeptos no Brasil também como parte de iniciativas de produção de silvicultura (eucalipto, pinus e teca), agregando os benefícios de duas atividades econômicas, trazendo uma alternativa mais sustentável à pecuária extensiva e seus grandes impactos. Pra mim, fica a reflexão de como podemos ser mais "Seu Zé dos Babaçus". Quais premissas poderíamos agregar em termos de mitigação de impactos e pegada positiva em cada análise de negócios inicial que vamos realizar, indo além da análise de viabilidade e rentabilidade?
Projeto pioneiro une pecuária e crédito de carbono em área de floresta nativa de babaçu
www1.folha.uol.com.br
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Uma satisfação ver história do Sr Zé Neto, divulgada numa mídia de alcance nacional. Um reconhecimento merecido para um cidadão que, de forma autêntica, acredita nas oportunidades da Conservação. O Sr Zé é um grande parceiro e entusiasta dos projetos de pecuária ecológica e de baixo Carbono que a Caaporã Agrosilvipastoril vem implantando no Tocantins nos últimos anos. A abundância de babaçuais nativos na região só deixa mais robusto o modelo Silvopastoril que temos implantado na região. Conseguimos uma integração perfeita entre a pecuária de alta produtividade, a conservação dos babaçuais e o plantio de árvores nativas e exóticas nas áreas de pastagens. Com isso promovemos uma pecuária de baixo Carbono, apoiamos o extrativismo sustentável do babaçu, garantindo renda para as comunidades que fazem a coleta do côco de babaçu e ampliamos a cobertura arbórea das áreas (com consequentes efeitos positivos em termos de sequestro de Carbono, incremento da biodiversidade, proteção dos recursos hídricos e controle de erosão). Entendemos que a Pecuária tem que ser, definitivamente, parte da solução no enfrentamento das Mudanças Climáticas. Com essa visão, o modelo da Caaporã Agrosilvipastoril está baseado em 5 pilares: Recuperação de Pastagens Degradadas, Baixa Pegada de Carbono, Plantio de Árvores nas Áreas Produtivas, Rastreabilidade Completa e Monitoramento do Rebanho e Inclusão de Pequenos Produtores, como parceiros, na Cadeia Produtiva. A Fazenda São Bento, retratada nesta reportagem, é a materialização deste modelo, que aplicamos em todas as nossas fazendas, no Tocantins, no Mato Grosso e na Bahia, fruto de uma parceria virtuosa, já de alguns anos, com o Fundo Vale .
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Sabia que a escolha do lugar certo para plantar faz toda a diferença? Respeitando as características da área, a gente promove a biodiversidade e cria um ambiente mais equilibrado. As fotos do post foram tiradas de um plantio com pouco mais de 6 meses e que já apresenta uma belíssima evolução, pois seguiu este passo a passo na escolha da área. Vale ressaltar que esta propriedade faz parte do Programa Renascentes, da Prefeitura Municipal de Jacareí. #corredorecologico
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A recente matéria publicada pela Folha de S.Paulo aborda um pouco mais sobre a história da Caaporã Agrosilvipastoril e o desenvolvimento do projeto pioneiro na fazenda do Seu Zé, na região do Norte do Tocantins. 🌍 Conciliando um sistema onde se preservam as palmeiras do babaçu, planta nativa da região com importante valor para a subsistência das comunidades extrativistas locais, a iniciativa tem plantado novas árvores na região junto com a produção pecuária. O projeto traz benefícios que ajudam a preservar a saúde do solo, melhora a retenção de água e aumenta a qualidade da pastagem, reduzindo o estresse animal e transformando o setor em um agente ativo na busca por alternativas que reduzem os impactos das mudanças climáticas. Vem conhecer um pouco mais sobre esse trabalho!💡
Projeto pioneiro une pecuária e crédito de carbono em área de floresta nativa de babaçu
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📍 Fazenda América - Polo Florestal Reunimos os lotes mais desenvolvidos e em diferentes idades de crescimento que fazem parte da Fazenda América. Com uma área total de 528,60 hectares, hoje ela possui 76,5% de sua extensão já plantada com florestas de Mogno Africano. A fazenda está dividida em 54 lotes e conta com 49 investidores. Assista ao vídeo e acompanhe algumas dessas áreas! #mognoafricano #investimentosustentável #poloflorestal #florestademogno #investimentoverde #sustentabilidade #fazendas #reflorestamento #investimentoflorestal #meioambiente #florestas #desenvolvimentosustentável #natureza #investimentoconsciente #sustentabilidadeambiental #investidores
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Visita com a Diretoria do Polo Leste para apresentação da implantação do Projeto de Sistematização de alta performance agrícola da Fazenda Sto. Antônio, do Bioparque Paraíso, Brotas-SP. Com a utilização de técnicas para o correto manejo do solo e da água foi possível, sem comprometer a conservação do solo, extrair o máximo de oportunidades para obtenção de elevados rendimentos operacionais, exemplos: eliminação de 100% das matações, redução 27% das manobras, aumento do tiro médio em 41%, incremento linear de 11 km de cana na mesma área agricultável e eliminação de 100% do raio de giro inferior 75m. Parabéns a todas as áreas envolvidas nesse excelente projeto (time de Topografia, Produção, Agronômico etc.), em especial ao time de Topografia do polo Leste (Paraíso e Piracicaba) que não mediram esforços para que tudo saísse conforme planejado. Vamos Juntos contribuir para o aumento da longevidade e produtividade dos nossos canaviais!!!🔝 Hamilton J. Thales Drezza Ricardo Lopes Thiago Talarico Rosa Francisco Evandro Albino Carlos Daniel Berro Filho Eduardo Liberato Wagner Felipe Caio Augusto Fermino Evandro Zaloti Leandro Cedran Gasparini Marina Silveira Thiago Sinibaldi Alex Costa Gabrielli Nayara de Aragão Cavalli Edson Rafael Antonio Jose Sicchieri Fabiana Barrocal Gleison Alves de Oliveira Sidnei Bueno Alex Thiele Paulino Vanderson Canales #raizen #raízen #energiaquemobiliza Fernando Benvenuti #topografia #conservacaodesolo #agriculturadigital #agriculturadeprecisao #agricultura
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Executivo de Inovação | Pesquisa | Sustentabilidade | Sci. Advisor | Membro Open Mind Brazil
5 mCaro Leandro, muito legal você expor essa ambiguidade. A geração de valor com plantios de florestas comerciais são fartamente demonstados em fatos e dados sempre que se parte de área degradada (por exemplo improdutiva ou pasto). Por outro lado, (e na mesma direção) a regeneração de florestas com espécies nativas e diversas é ainda mais poderosa em benefícios ambientais, fauna e flora. Sobre a geração de valor econômico, estamos entrando em um momento que os serviços ecosistêmicos têm sido cada vez mais reconhecidos e valorizados. Para os não negacionistas, já há muita evidência que o valor de florestas nativas preservadas (incluindo valor econômico) é maior do que aquele obtido com sua exploração “insustentável”, derrubada. A comparação que fiz não é direta, mas nos traz insights. As florestas plantadas, pela força do desenvolvimento econômico, tem sido empurrada para áreas mais marginais, e via de regra avançam sobre área degradada (isso é lógico, terra improdutiva e “desgastada” é mais barata). E ao fazer isso impõe um grande benefício em sustentabilidade. Uma floresta comercial, transformada para nativas vai forçar esse avanço da floresta plantada sobre terras degradadas. Todos ganham com isso!