Ridiculum
Uma das táticas do Marçal na eleição de São Paulo envolveu grudar uma "pecha" nos outros candidatos: Boulos usuário; Nunes prefeito-bandidão; Tabata Amaral, a menina inocente; Datena, o doidinho da TV. O próprio Marçal, por sua vez, seria a figura anti-sistema que derrotaria todos.
Funcionou, talvez no primeiro mês de campanha. Boulos já se defendeu; Nunes ta tranquilo; os ataques a Tabata foram os mais severos, mas a pecha não grudou pela sua competência; e o Datena... bom, confirmou sozinho a ideia rs.
Mas estamos falando de Pecha.
A cadeirada está muito mais para bolinha de papel na careca do Serra, que tiro no Trump, ou mesmo facada no Bolsonaro. Não foi um evento sério, e a repercussão na internet mostra que a população não levou nada daquilo a sério.
Sem contar que até o maior dos cidadãos de bem, o reacionário mais ferrenho nessa hora pensou "se me acusam de estupro eu também dou uma cadeirada!".
E aí entra talvez o maior erro do Marçal nessa eleição, que fez sua rejeição disparar: colocar a pecha de bandido num político é muito fácil, ninguém se identifica com um bandido, ainda mais político. Agora, envolver o suicídio de um pai em uma campanha, acusações antigas e nunca provadas de violência sexual, e o uso de uma droga que destroi ambientes familiares, pode gerar mais antipatia ao acusador que ao acusado. Uma vez que todos esses elementos estão na vida do cidadão de formas complexas, contraditórias.
Os quase 50% de rejeição não são gratuitos.
Lembra que Política é Teatro? Pois bem, teatro tem que convencer, quando não convence cai no Ridículo, e no ridículo você não conta uma história engraçada, você é a graça. E convenhamos, fica difícil vencer uma eleição quando a sua Pecha é: Piada.