Prestigiando o evento do nosso cliente Unimed Porto Alegre, tive o prazer de assistir à palestra de Sir Muir Gray.
Sir Muir é um ícone da saúde com uma trajetória marcante no NHS, o sistema nacional de saúde britânico, desde 1972. Sua vasta experiência, especialmente em um sistema de saúde tão robusto como o NHS, confere à sua fala uma clareza impressionante sobre o cenário atual da saúde global.
A mensagem de Sir Muir ressoa profundamente com questões que venho discutindo nos últimos anos, especialmente sobre o modelo de financiamento em saúde. Hoje, sabemos que grande parte do sistema é custeado pelo modelo fee-for-service (taxa por serviço). Embora funcional, ele pode induzir a serviços desnecessários, caso não seja bem regulado e sustentado por uma sólida base ética. Sir Muir aborda isso ao destacar o aumento implacável no volume e intensidade da prática clínica, os novos limiares de doença e intervenção – muitas vezes prematuros – e o uso indiscriminado de tecnologias que nem sempre melhoram os resultados de saúde.
E quando falamos em resultados de saúde, não nos referimos apenas a métricas frias, mas a populações saudáveis, economicamente ativas, com qualidade de vida e autonomia. Essa busca por resultados deve ser guiada por uma visão mais ampla e sustentável. Sir Muir reforça que, na próxima década, a demanda e as necessidades em saúde aumentarão 20%. A solução? Prevenção de doenças, incapacidade, demência e fragilidade em uma população envelhecida (felizmente!), intervenções seguras e oportunas e, acima de tudo, aumento da produtividade.
Para alcançar tudo isso em um contexto de recursos limitados, precisamos de informação qualificada para desenhar sistemas de saúde adaptados a cada realidade local. Como Sir Muir enfatizou, o primeiro passo é conhecer nossa população – e isso é fundamental na governança clínica. A partir daí, seguimos o caminho que já conhecemos: evidência científica, custo-efetividade, qualidade, segurança, eficiência, valor em saúde, até chegarmos a uma saúde sustentável e de baixo carbono. Um desafio grandioso, mas também empolgante.
No fim das contas, estamos falando sobre mudança de cultura, um processo complexo que exige tempo, dedicação e, sobretudo, trabalho coletivo. Não é fácil, mas é absolutamente necessário. Queremos sistemas de saúde dignos, sustentáveis e voltados para resultados que realmente importam.
*Ao refletir sobre isso, sinto-me grata por fazer parte de um grupo que, há mais de 30 anos, contribui para esse propósito com soluções que integram informação, analytics e governança clínica. Informação a serviço da sociedade – é disso que se trata.*
Obrigada, Sir Muir Gray, por suas sábias palavras e por inspirar uma nova semana de trabalho. Estamos prontos para colaborar com todos que compartilhem este mesmo propósito: entregar mais saúde e um mundo melhor.
Por uma saúde mais inteligente, humana e conectada com o futuro. 🐝
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