À descoberta de um descobridor

À descoberta de um descobridor

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Você já ouviu falar de Francisco Moreno? E de Perito Moreno?

Bom, vamos por partes. Perito Moreno é uma geleira gigantesca e deslumbrante que existe na Patagônica Argentina, um destes lugares para se conhecer antes de morrer (ou antes que as mudanças climáticas façam um estrago irreparável.).

Mas quero falar aqui de Francisco Moreno (1852-1919), um argentino que nasceu em uma família bem relacionada e que incentivava seus 5 fillhos na área da pesquisa e exploração do ambiente. Aos 15 anos, Francisco, o mais velho, já tinha uma coleção de pedras que daria origem a seu próprio museu.

Com 20 anos, ele foi um dos fundadores da Sociedade Científica Argentina e com 21 partiu para a primeira de 5 expedições que faria para conhecer a Patagônia, estabelecer laços com os povos originários (pampas, tehuelches e pehuenches), mapear o território para possibilitar a colonização (por europeus) e finalmente garantir a posse da terra para os argentinos (em disputa com o Chile).

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Em todas estas expedições, muitas aventuras aconteceram, inclusive ele ter sido dado como morto e depois reaparecer.

Na quinta expedição, em 1885, sua mulher Ana Varela o acompanha, levando junto os 5 filhos. Ela morre de febre tifóide e ele precisa dar conta dos filhos e da expedição.

Terminado este período de expedições, ele se encarrega de organizar o Museu Antropológico e Arqueológico de Buenos Aires, e depois o Museo de la Plata, com suas descobertas de geologia.

O objetivo dos museus era fomentar a educação e a descoberta da natureza de seu país. Desgostoso com algumas decisões políticas, ele retira-se para a quinta de seu pai, onde vivera a infância. Lá, ele se assusta com a quantidade de crianças miseráveis e analfabetas que vivem nos bairros a seu redor.

É então que assume outro desafio: o Conselho de Educação. Neste posto, ele cria escolas aos domingos para aqueles que não falam castelhano; escolas técnicas à noite; escolas ambulantes para os que moram longe dos grandes centros, e finalmente os jardins de infância.

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Os números são impressionantes! Quando Moreno nasceu, em 1852, a Argentina tinha 1 milhão de habitantes; quando morreu, em 1919, eram 9 milhões, graças também à forte imigração europeia.

A porcentagem de analfabetos praticamente inverteu. Os 80% de analfabetos em 1852 viraram 20% em 1919, em grande parte graças ao trabalho de Moreno.

Como Perito, Moreno garantiu 40 mil km2 de terras para a Argentina. O pagamento por todos estes trabalhos foi feito em terras. Ele transformou a maior parte delas em Parque Nacional, por isso também é considerado o pai dos parques nacionais argentinos.

Nota: em um destes parques existe um espaço para os escoteiros, porque ele também foi o fundador do movimento escoteiro na Argentina, justamente por ser um grupo que se interessa pela educação dos jovens e pelo respeito à natureza.

No enorme lago Nahuel Huapi, que banha Bariloche, há uma ilha chamada Sentinela. É lá que se encontram os restos mortais de Moreno e sua esposa. Por isso, toda embarcação que passa por ali dá três "sonidos" para cumprimentá-los.

Este foi um personagem extremamente inspirador para mim, por isso quis registrar aqui. Se você conhece alguém que vai visitar "nuestros hermanos", faça-o ler este texto. Temos muito a aprender uns com os outros.

Iêda Lima Pereira

Facilito conexões autênticas e significativas: consigo, com o outro e com o mundo | Aprendizagem | Bem-estar | Design de Experiências e Comunidade

1 a

Eu já fui em um casamento realizado ao ar livre, nesse caminho em frente ao Glaciar Perito Moreno, mas não sabia de toda a história sobre ele! Que legal você trazer isso!!!

Lilian Leal

Inspetor Plena da Qualidade | Auditoria de Produto | Melhoria contínua | Auditoria de Processo| Gestão da Qualidade

1 a

Gostei do teu excelente artigo Mônica Kalil Pires eu confesso que não conhecia. Gratidão por compartilhar. Parabéns 👏👏👏👏👏 conteúdo interessante.

Fabiana Altenhofer Duarte

Recursos Humanos | Gestão de Pessoas | Desenvolvimento Humano | Gente e Gestão | Remuneração | Cargos e Salários

1 a

Só uma pessoa culta e "viajada" como você Mônica Kalil Pires para nos trazer esse conhecimento, das terras hermanas! Adorei conhecer, obrigada.

Shane Goulart

CHANGEMAKER 2023/2024 | Diretora de Desenvolvimento de Experiências no METAVERSO - ESCOLA Delápis Educacional | Avaliadora MERCOSUR e MEC | Docente | Voluntariado Angola 🇦🇴

1 a

Você sempre traz o melhor da história! Adoro acompanhar... Patagônia... uma inspiração! Uma quarta-feira especial para todos nós! Super abraço Mônica Kalil Pires!

Fabiana Ebert

Especialista no Ensino de Inglês | Foco em Business English e Destrave de Fluência | Tradutora e Intérprete |

1 a

Mônica Kalil Pires, que artigo interessante, eu não conhecia esse grande explorador e pela leitura, logo a gente nota que além de ser um explorador, ele foi uma pessoal excepcional, com extrema generosidade empatia com seus compatriotas. Um dia ainda vou à Patagônia e levarei essa lição comigo. Tuas histórias são sempre inspiradoras, minha amiga.

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