Elisabeth Vigée le Brun: o pincel da independência

Esta francesa nasceu em 1755, filha de um pintor famoso, com quem aprendeu a pintar desde cedo. Aos 12 anos fica órfã de pai e sustenta a mãe e o irmão com suas obras. Com a chegada de um  padrasto, que não incentiva sua arte, ela banca a sua independência,  se sustentando com a venda de seus quadros desde a adolescência. Uma empreendedora da arte! Veja seu autorretrato:

Com 19 anos já era aceita na Academia. Aos 21, casou-se com o também pintor e marchand Le Brun, com quem teve uma única filha.

Em 1779 pintou o primeiro de muitos retratos que faria de Maria Antonieta, rainha da França. Mas não era uma boa época para ser amiga da corte! Quando estourou a Revolução Francesa, em 1789, ele teve de fugir com a filha e foi vender sua arte na Itália, na Áustria, na Alemanha e finalmente na Rússia.

Em 1809, voltou para a França, onde viveu até 1842, não sem antes passar pela dor da morte da filha.

Pessoalmente, o que me atrai na vida e na obra de Vigée Le Brun é sua proatividade, ousadia e determinação. Imaginem o que era viajar pela Europa naquela época, com uma criança e separada do marido, fugindo da violência extrema e tendo que vender seu trabalho para sobreviver!

Eu a descobri, de verdade, porque sua pintura me tocou. Em meio a tantos retratos sérios e pomposos do século XVIII, ela fez um autorretrato comovente, abraçando sua filha pequena, quando a maternidade não tinha o mesmo status que tem hoje. Eis uma das pinturas em que a filha aparece:

Admiro mulheres que mudam o mundo com amor e sutileza!

Você gostou desta mulher que virou o jogo?