ÁCIDO HIALURÔNICO

ÁCIDO HIALURÔNICO

O rejuvenescimento facial não cirúrgico obteve escopo com as práticas de volumização facial, a partir do uso do ácido hialurônico em diferentes níveis de reticulação, variando de acordo com a área da face tratada, a profundidade e o suporte estrutural.

Em 1934, na Universidade de Columbia, Karl Meyer e John Palmer realizaram uma pesquisa sobre o conteúdo do humor vítreo bovino, isolando uma substância até então desconhecida, uma molécula versátil que ao passar dos anos, foi analisada também nas articulações e na crista de galo. Kendall, Heidelberger e Dawson, em 1937 observaram a semelhança entre esta molécula versátil e um polissacarídeo encontrado no envolto de bactérias do gênero Streptococcus do grupo A hemolítica. Em 1950, Meyer e assistentes estabeleceram as propriedades e a estrutura do ácido hialurônico.

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O ácido hialurônico é um polissacarídeo constituído de ácido D-glucurônico e N-acetilglicosamina. Este biopolímero, nativo do organismo do ser humano, é encontrado na matriz extracelular, constitui o humor vítreo do globo ocular, está presente no fluído sinovial, em tecidos embrionários e, na pele, concentra sua maior quantidade. O caráter hidrofílico, o comportamento viscoelástico e a biocompatibilidade, são fatores importantes que demonstram como este material se ramifica em uma grande variedade de cosméticos para promoverem a correção de marcas de expressões, as depressões na derme e a perda de volume, além de fornecerem hidratação ao tecido. O ácido hialurônico extraído de origem animal foi substituído pela via microbiana, devido ao processo de purificação e ao risco de infecções virais, assim, os processos fermentativos tem se mostrado a melhor opção para obtenção do ácido hialurônico comercial atualmente.

Os preenchedores a base de ácido hialurônico apresentam-se em uma ampla gama de diferenciações como: a concentração total de ácido hialurônico; o tamanho das partículas e o grau de reticulação (processo que relaciona a quantidade de ligações químicas presentes na molécula, aumentando a resistência à degradação enzimática e conferindo firmeza ao produto). Os preenchedores não reticulados são responsáveis somente pela hidratação, não conferem suporte ao tecido, já os géis que possuem reticulação, são divididos em duas categorias, os monofásicos e os bifásicos.

  • Os monofásicos se caracterizam por sua homogeneidade e se dividem em duas subcategorias, monodensificados que são reticulados apenas uma vez e os polidensificados, reticulados continuamente;
  • Os produtos com alta elasticidade e viscosidade, apresentam partículas heterogêneas, são classificados como bifásicos.

 A segurança, reversibilidade e previsibilidade, fazem do ácido hialurônico um preenchedor de potencial escolha para os tratamentos estéticos, entretanto, o entendimento da reologia e a escolha adequada do produto são extremamente necessários, pois a utilização de preenchedores com maior fluidez e menor densidade em áreas de estruturação e contorno, não alcançará o objetivo. A seleção do produto parte da análise da profundidade de acomodação do mesmo, e das características reológicas do material:

  • Os preenchedores mais densos e com alta viscosidade acomodam-se melhor nas camadas subcutânea ou supraperiostal;
  • A baixa viscosidade original do ácido hialurônico é indicado para o plano de tecido dérmico profundo ou na junção dérmica-subcutânea;
  • Os preenchedores com menor viscosidade e elasticidade como o AH monofásico polidensificados são indicados para a derme média.
Apesar de não ser um material permanente e possuir manobras de reversibilidade, o ácido hialurônico pode apresentar algumas reações adversas caso o profissional não atente-se a reologia dos materiais, ao plano de acomodação do produto e o domínio da anatomia facial.

João Cafalchio - Cirurgião Dentista CROSP 140542 - Brasil

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Referências:

  • AHN, Christine S; RAO, Babar K. The life cycles and biological end pathways of dermal fillers. Journal of Cosmetic Dermatology, Winston Salem, num. 13, p. 212-223, 2014.
  • BASS, Lawrence S., Injectable Filler Techniques for Facial Rejuvenation, Volumization, and Augmentation. Facial Plastic Surgery, New York, vol. 23, p. 479-488, 2015.
  • BERNARDES, Isabela Nogueira; COLI, Bianca Aparecida; MACHADO, Mariângela Guimarães; OZOLINS, Bárbara Cristine; SILVÉRIO, Flávia Regina; VILELA, Cassiana Aparecida; ASSIS, Isabela Bacelar de.; PEREIRA, Liliane. Preenchimento com ácido hialorônico – Revisão de literatura. Revista Saúde em Foco, São Lorenço, num. 10, p. 603-612, 2018
  • PAN, Nicole Caldas; VIGNOLI, Josiane Alessandra; BALDO, Cristiani; CELLIGOI, Maria Antonia Pedrine Colabone. Ácido hialurônico: características, produção microbiana e aplicações industriais. BBR – Biochemistry and Biotechnology Reports. Londrina, vol. 2, num. 4, p. 42-58, 2013.
  • PEREIRA, João Mário Cafalchio; ATRA, Matheus Assad Tonini El. Harmonização Orofacial: Ácido Hialurônico e possíveis complicações. Universidade de Taubaté, Taubaté, 2020.



Alvaro Vaz

Estudando para CEA | CPA20 | Executivo Comercial | Bacharel em Marketing | Psicologia | Mercado Financeiro | Expert Vendas

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