É DIFÍCIL TER CONVERSAS DIFÍCEIS!

É DIFÍCIL TER CONVERSAS DIFÍCEIS!

Falar o que precisa ser dito. Parece simples, mas quem já teve que encarar uma conversa difícil sabe que a realidade está longe disso. As palavras fogem, o coração acelera, a mente busca desculpas para adiar. E, enquanto isso, os silêncios vão pesando, criando muros que dificultam ainda mais o diálogo.

Por que é tão difícil? Talvez porque, no fundo, somos ensinados a evitar o desconforto a qualquer custo. E criamos a falsa necessidade de que precisamos agradar a todos. Desde crianças, ouvimos frases como "não é hora de falar isso". Crescemos com a ideia de que o silêncio é mais importante que a honestidade. Só que essa "paz" é ilusória. O que não é dito não desaparece — fica lá, minando relações, destruindo a confiança, alimentando experiências nocivas e resultados ruins.

No trabalho, por exemplo, muitos profissionais fogem, sejam líderes ou não, quando precisam dar um feedback com um tema delicado para um colega ou comunicar uma decisão impopular. Mesmo os dados evidenciando que uma boa conversa traz ótimos resultados, como dados da Gallup que mostram que líderes que têm conversas transparentes — mesmo difíceis — constroem confiança mais rapidamente e promovem maior engajamento. Por outro lado, a ausência de feedback frequente faz com que 69% dos colaboradores se sintam desconectados de suas funções. Mas como fazer isso sem se tornar hostil e repelir pessoas?  Na família, talvez, o desafio seja abrir o coração sobre algo que incomoda há anos, ou ouvir verdades que você preferiria evitar. E nas amizades? Quantos laços já se romperam porque uma conversa difícil foi substituída por um afastamento silencioso, quem nunca?!

A verdade é que conversas difíceis exigem empatia, coragem, mas também, preparação. Não é só sobre falar o que você pensa; é sobre criar um espaço onde o outro também se sinta ouvido. É sobre ter firmeza e, ao mesmo tempo, delicadeza. Sobre se preparar para o desconforto sem perder de vista o objetivo maior: transformar aquele momento tenso em um ponto de virada e despertar no outro o que há de melhor e não o contrário.

E sabe o que é mais curioso? Quando temos coragem de enfrentar essas conversas, muitas vezes descobrimos que o medo era maior que a realidade. Que o outro lado também tinha necessidades não atendidas e que também não sabia como começar. Que as palavras, mesmo difíceis, têm um poder imenso de aproximar e reconstruir – quando a intenção for a colaboração.

Então, da próxima vez que você se pegar adiando uma conversa difícil, lembre-se: evitar pode parecer mais fácil agora, mas, no longo prazo, é o caminho mais duro. Todo problema grande um dia foi pequeno, melhor usar energia enquanto a situação não aumenta. Encare. Fale. Escute. Porque as melhores relações — sejam pessoais ou profissionais — são construídas no terreno incerto das conversas difíceis, porém honestas. Pense nisso!

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