[é eterno o que amamos]

Dou por mim nas horas a pensar: “e agora?”

É possível não saber bem o que se passa e saber exatamente o que se irá passar.

Há coisas indecifráveis ao perto que são claras ao longe. Como um quadro impressionista.

Escrevo aqui, no presente, no agora, ainda de longe, sem saber detalhes do que virá. Escrevo sobre os valores e princípios que defendo, seja na vida privada ou profissional. Aqui, onde estamos hoje, o que vem ao longe parece tão óbvio, mas não é.

Parece fácil, mas não é.

Só não deixarei de ser fiel aos meus valores e princípios.

Sempre serei sério comigo mesmo, para o poder ser com os outros.

Sempre viverei em prole das minhas convicções, amando e sofrendo pelas minhas paixões, não consigo andar por aqui só para sobreviver, para mim isto é sobre viver, não concebo de outra forma.

Sempre viverei em prole do romantismo, apaixonado pela dom da vida e o que dele posso desfrutar, sem inveja ou frustração. A vida é tão curta que não me distraio a viver as outras vidas, ou a desperdiçar a minha.

Sou assim, com todos os defeito que isso possa gerar, ou com a mágoa que possa provocar, nasci assim num berço familiar que nunca se desviou um milímetro deste princípio.

Dou por mim a pensar - é um chavão, mas não o sinto na realidade - eu e muitos de nós, sabemos que a nossa história de vida é feita de pessoas e para pessoas. Quando se anda convicto, se é apaixonado e não se esconde a gratidão do que já foi construído, não se pode deixar surpreender por pequenos atos de vaidade isolados e temporário, nem podemos tornar-nos em meras aparências ou regras do que é certo ou errado. Vou errar, sou humano, mas não permito-me a distração do essencial que tantas vezes é invisível ao olhar desta sociedade faminta por ter mais em vez de ser. A história são pessoas, a vida são pessoas, o amor são pessoas… dou por mim a pensar: “Sim, todos sabemos que são pessoas, mas será que as pessoas sabem que são pessoas?”

Mas sinto que as pessoas se vão perdendo numa cruzada tantas e tantas vezes avessa ao princípio do próprio ser humano, em simultâneo, um atentado ao que já foi construído com o esforço e amor de tantos seres isolados e tantas vezes loucos por acreditarem no que ninguém apostava ser possível, viver intensamente sem vergonha ou medo de desejarem procurarem serem feliz, não ficar apenas pelo sobreviver, fazer das suas histórias, histórias sobre viver. Hoje está comprovado pela paixão que quando perdemos o receio e a vergonha, somos capazes de romanticamente vivermos está experiência única que é a vida, não deixando nada por dizer ou fazer, mesmo quando a ponderação que achávamos não ser possível.

Dou graças a Deus pela história da minha vida e, essencialmente, por ter feito parte de “gente que fica na história da história da minha gente”.

A vida é tão boa e é para ser vivida tão intensamente que nem as rasteiras que fazem parte do caminho podem ser consideradas como um golpe rude e inesperado, mas com a firmeza de que é essa mesma rasteira que nos ajudará a crescer nas convicções e valores que deveremos sempre defender e os quais aprendi com o meu Pai e a minha Mãe.

Filhos, talvez seja cedo demais para escrever este texto. Prefiro pedir perdão sem qualquer tipo de vergonha, do que engasgar-me com uma atitude que deveria ter tomado e não tomei.

É um texto sobre o futuro, sobre vocês, sobre as próximas gerações, que tanto defendo e acredito, gritantes, corajosas e sedentas de exemplos. É um texto sobre o susto de que aquilo que se vê ao longe seja tão nítido que possa ser verdade. É um texto em que agarro a profunda saudade de quem já partiu, é texto retórico, não procuro aceitação, um texto sem ter necessidade de falar ou desrespeitar os outros, é um texto em paz e sereno mesmo nas dificuldades, ocultar no interior o menos bom para podermos viver o bom das coisas, e sempre, mas sempre, rodeado de esperança, fé e amor.

Peço perdão a quem possa ter desiludido, a quem possa não ter sido justo, a quem não tenha conseguindo dar atenção devida, mas asseguro-vos que dei o meu melhor, amei cada desafio, cada aventura que vivemos juntos, cascais tem o privilégio e a honra de ter equipas de excelência, constituída por pessoas extraordinárias e apaixonadas por Cascais.

Grato e muito feliz pelo que vivi a vossa beira.

Continuem a ser fiéis e leais aos valores e a história da Vila de Cascais e das sua gentes.

Uma última palavra, Miguel Pinto Luz ternamente grato pela oportunidade de viver a tua beira o meu verdadeiro propósito de vida, retribuir o amor ao próximo, nesta nobre missão de serviço público, sei que ganhei antes demais verdadeiras e sinceras amizades para toda a vida.

Até já Câmara Municipal de Cascais