É meu, é meu, é meu!

É meu, é meu, é meu!

No mundo de startups, um termo originado da biologia é bastante utilizado: ecossistema. Ao buscá-lo na internet, encontramos definições como essa: "Ecossistemas são uma forma de explicitar os vínculos de interdependência dos atores para a criação e captura de valor."

Esse termo também é bastante utilizado no mundo de startups devido a todo o suporte que uma startup necessita para poder crescer e se desenvolver. Mas não estou aqui para falar sobre o que compõe um ecossistema de startups, e sim para falar um dos principais fatores que o destrói: ego.

Quando falamos de um ambiente de desenvolvimento e inovação, trabalhamos com diferentes agentes que auxiliam um novo negócio a prosperar. Fatores, que na maioria das vezes, não são concorrentes entre si e sim complementares. Mas e onde entra o ego?! Entra no "é meu é meu é meu"!

Quando desenvolvemos algo, vemos crescer, trazendo impacto e destaque, é muito comum querermos gritar "é meu!" ou "fui eu que fiz" e querermos manter esses projetos sempre debaixo do nosso "guarda-chuva", indiretamente bloqueando novas oportunidades. Na maioria das vezes, isso pode ser muito prejudicial para a evolução e sucesso de um novo negócio já que cada agente possuiu um papel fundamental em diferentes etapas da criação de uma nova startup.

Traçando um paralelo com a educação de crianças, podemos dizer que durante o seu desenvolvimento existem várias etapas: a creche, a escola primária, o ginásio, segundo ano, universidade e assim por diante. Na maioria das vezes, as diferentes etapas exigem diferentes níveis de conhecimento, e diferentes escolas (vide exemplo escola/universidade).

Quando falamos de startups, possuímos diferentes agentes que auxiliam em diferentes etapas: incubação, aceleração, investimentos, etc. Cada uma dessas fases existe um agente que pode auxiliá-la na sua evolução. E, ao colocarmos uma startup debaixo de apenas um guarda-chuva, seria a mesma coisa que impossiblitar uma criança e evoluir de um estágio para outro (sair da escola para a universidade, por exemplo).

Uma startup tem que crescer, se desenvolver e evoluir. A maioria dos agentes de um ecossistema atua fortemente em alguma dessas etapas. Portanto, ao manter uma startup em apenas um guarda-chuva, pode ser extremamente prejudicial, não somente para ela, mas também para o agente que faz questão de gritar aos quatro cantos "é meu".

Uma startup deve se sentir "livre, leve e solta" para usufruir de todos e quaiquer agentes do seu ecossistema, sem amarrações. E nós, como agentes, devemos SEMPRE incentivá-las a alçar novos vôos, evoluindo constantemente. 

Nós, como agentes de inovação e lideres de comunidade, devemos criar novas startups como os pais criam seus filhos: para o mundo! O sentimento de posse e orgulho, pode ser muito prejudicial, já que muitas vezes, acabamos fechando portas de oportunidades devido a esse sentimento de posse. Assim, o ECOssistema deixa de existir, dando lugar ao EGOssistema: um sistema onde cada agente é "independente", auto-suficiente em apenas um pilar de um ecossistema. 

Vocês acreditam que um ecossistema criado com agentes independentes e auto-suficientes, que não geram interação e colaboração entre si, limitando conhecimento e trocas de experiências, pode ser tornar algo próspero e vivo?!

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