É possível humanizar em tempos de inteligência artificial
SXSW 2024 - Arquivo Pessoal

É possível humanizar em tempos de inteligência artificial

Tive a oportunidade de participar da SXSW de 2024, em Austin, no Texas, e foi uma semana em que recebi uma enxurrada de informações, como vocês puderam acompanhar pelos meus posts recentemente. Agora, com mais calma, trago aqui para vocês as impressões de um dos eventos mais importantes do mundo.

Foram inúmeras palestras e a presença de referências quando os temas são inteligência artificial, neurotech, neurociência, diversidade, conflito de gerações e inclusão. Ao mesmo tempo em que se fala de um futuro que está na nossa porta chegando com o pé no meio dela, a questão principal é: Quanto a humanização será tratada como protagonista neste processo de reconhecer cada um como individuo único?

Em relação ao que vi na SXSW, posso dizer que o tema de humanizar foi o ponto central de quase todas as palestras em que tive a oportunidade de acompanhar. Por mais que a tecnologia já tenha tomado conta das nossas vidas, o individuo esteve no meio das discussões como a parte mais importante. Isso é essencial para projetarmos o que vem pela frente e não adianta ter o apoio de tantas tecnologias se não respeitarmos as individualidades de cada pessoa.

O evento teve pela primeira vez uma área de acessibilidade e considero isso como um ponto importante também. Quem necessitou de tratamento especial contou com um A na credencial e teve sempre um acompanhante por perto. Costumo dizer na Turma do Jiló que não existe meia inclusão. Não adianta ser acessível sem treinar e capacitar os voluntários.

Por ser uma experiência nova na SXSW, posso dizer que o resultado foi positivo. Mesmo com alguns presentes duvidando da necessidade de quem estava com a credencial (é preciso entender de uma vez por todas que nem todas as deficiências são visíveis!) os voluntários, sempre atenciosos, deram prioridade a quem precisava.

Compartilho com vocês alguns números que dão a dimensão da importância das credenciais especiais. A divisão do tempo foi essencial, uma vez que 35% foramocupados só em filas antes das palestras. Outros 15% foram destinados ao deslocamento de um prédio para outro. “Só” isso tomou conta de metade do dia. Para quem necessita de acessibilidade, isso fez muita diferença.

Deixei a SXSW com três impressões positivas: humanização no centro da discussão, acessibilidade para quem precisa respeitada e que a Turma do Jiló está alinhada com as tendências mundiais para levar o melhor para as pessoas e clientes.

Darnon Álvares de Medeiros

Chairman ETR Interim Management Chairman zero+

9 m

Carola, como sempre, precisa. Muito bom ler seu texto.

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