5 lições do FoSt para suas histórias bombarem em 2019

Nos últimos dias, compartilhei algumas coisas que aprendi durante o encontro anual da rede Future of Storytelling (FoSt), que aconteceu no início de outubro em NYC.

O FoSt é um evento que reúne profissionais da criatividade, marqueteiros e cientistas. E faz todo o sentido: contar boas histórias, histórias que captam a atenção dos outros, vai exigir cada vez mais interação entre áreas distintas do conhecimento.

A tecnologia ajuda, claro, mas participar desse evento deixou claro, para mim, que ideias simples e bem executadas ainda são imbatíveis independentemente da plataforma.

Neste último artigo sobre o FoSt, tentei sumarizar as principais insights do evento para fazer suas histórias arrebentaram em 2019 :)

1_ Prepare-se para usar o cérebro

No atual ritmo dos estudos em neurociências, não parece mais inalcançável o desejo e desvendar o mecanismo da consciência humana.

Pode parecer coisa dos Jetsons, mas é exatamente isso que está fazendo Anil Seth, neurocientista da Universidade de Sussex, que é muito didático em provar pra gente como o cérebro é uma máquina programada para nos pregar peças.

Daqui para frente, para criar histórias que tocam o coração dos outros, você terá de entender cada vez mais sobre o que acontece nos entremeios da nossa mente. Vai ser no mínimo divertido!

2_ Prepare-se para fazer escolhas éticas

Calma, isso não quer dizer que até agora você fez escolhas condenáveis.

É simplesmente que, à medida em que passamos a usar novas tecnologias, o exercício sobre os limites da narrativa terá de ser cada vez mais cuidadoso. Teremos de criar barreiras claras para não invadir o espaço, a privacidade e o lugar de fala do outro.

Escrevi sobre alguns desses temas neste artigo em que falo da mesa de que participei com o ex-diretor de dados da Cambridge Analytica.

Para Chris Wyllie, à medida que usamos redes sociais para fazer absolutamente tudo hoje em dia, nossa responsabilidade em criar narrativas aumenta. E por narrativa ele não entende apenas a história em si – mas também as maneiras como guiamos nossa audiência pelo enredo, lançando mão de algoritmos, por exemplo.

Toda essa discussão esbarra na necessidade de praticarmos, no dia a dia, o design ético. Afinal de contas, seres humanos preconceituosos criam inteligências artificiais preconceituosas – e precisamos redobrar a atenção para não perpetuar vieses inconscientes.

3_ Prepare-se para se aliar às máquinas

Machine learning, deep learning, natural language generation: you name it!

Daqui para frente, os storytellers terão de usar cada vez mais esse tipo de sistema para expandir a criatividade e perpetuar a experiência da narrativa.

Mark Sagar, CEO da Soul Machines, já está fazendo isso na prática com sua Baby X, um simulacro humano em um sistema de inteligência artificial sobre o qual escrevi aqui.

Estamos prontos para ver cada vez mais esse tipo?

4_ Prepare-se para lidar com a nova subjetividade

Há quem diga que, em poucas décadas, a inteligência artificial vai se igualar ou superar a humana.

Isso vai gerar consciência fora dos seres de carne e osso? Se não, como as novas gerações vão se comportar ao interagir com máquinas que imitam humanos?

Como lidar, por exemplo, com a ideia de que em breve poderemos modular sentimentos ao nosso bel-prazer, como propõe a neurocientista Vivienne Ming?

Para continuar contando boas histórias, você precisará pensar cada vez mais nesse novo paradigma.

5_ Esqueça do storytelling. Prepare-se para o storyfeeling

Um das principais lições do FoSt é que narrativas poderosas vão depender cada vez menos de uma só pessoa.

Bem-vindos à era do storysharing.

A ideia é que grupos diversos – com experiências, histórias de vida e habilidades complementares – serão capazes de criar histórias que mexem com nossos sentimentos e sensações mais remotos.

A troca de experiências será primordial para ganhar o que as pessoas têm de mais disputado nos dias de hoje: a atenção.

Só assim você criará histórias que geram conexões verdadeiras, intensas e inesquecíveis, capazes de manter sua audiência fiel.

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* O FoSt Summit aconteceu no início de outubro em Nova York. Participei do evento como curador da GoAd Media, uma rede de conhecimento nas áreas de inovação, criatividade e marketing. A iniciativa faz parte do programa Talking Trends, patrocinado pela Oath do Brasil.

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