É possível um Jogo de Futebol sem Árbitro?
A primeira partida de futebol moderna, reconhecida pela história do esporte, ocorreu em 19 de dezembro de 1863 em Mortlake, Londres, Inglaterra. Esta partida foi organizada pela recém-formada Football Association (FA), que estabeleceu as regras do jogo que conhecemos hoje como futebol. Antes disso, diversas formas de jogos de bola, que podem ser considerados precursores do futebol moderno, foram jogados em diferentes culturas e épocas, mas a partida de 1863 é amplamente reconhecida como o marco inicial do futebol organizado sob um conjunto unificado de regras.
A Evolução da Arbitragem no Futebol
Na primeira partida de futebol organizada pela FA, não havia um árbitro formal como conhecemos hoje. Naquela época, o papel de um árbitro ainda não havia sido estabelecido. As primeiras partidas eram geralmente supervisionadas pelos capitães das equipes, que resolviam disputas de maneira amigável, baseando-se em princípios éticos de respeito e fair play. A introdução de árbitros ocorreu posteriormente para assegurar a imparcialidade e a aplicação consistente das regras, ou seja, para reforçar a moral do jogo.
Da Autogestão à Arbitragem Formal
Nos primórdios do futebol, os jogadores geralmente conheciam as regras e resolviam conflitos entre si. Diferentes escolas e clubes tinham suas próprias versões das regras, e os capitães desempenhavam um papel crucial na resolução de disputas e na aplicação dessas regras. Essa abordagem colaborativa refletia a natureza comunitária do futebol na época. Com o tempo, à medida que o esporte se popularizou e tornou-se mais competitivo, a necessidade de uma aplicação mais imparcial e consistente das regras levou à introdução oficial dos árbitros. A primeira partida documentada com um árbitro oficial ocorreu em 1871 durante a primeira edição da FA Cup. Em 1891, a figura do árbitro central, como conhecemos hoje, foi oficialmente introduzida, consolidando o papel dos árbitros na aplicação das regras.
Perdas e Ganhos da Introdução dos Árbitros
A transição do protagonismo dos capitães para os árbitros trouxe tanto perdas quanto ganhos para o esporte:
Perdas:
Ganhos:
Desafios Éticos e Morais
A centralização das decisões nos árbitros trouxe desafios éticos e morais, especialmente no que se refere ao comportamento dos jogadores. A prática de simulação de faltas, conhecida como "mergulho" ou "cavando" faltas, é um exemplo claro desses desafios.
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Reflexão Ética e Moral
Ética no Esporte:
A ética no esporte deve buscar o bem comum, promovendo o jogo justo, a honestidade e o respeito mútuo entre os participantes. A simulação de faltas é contrária a esses princípios, priorizando a vantagem individual sobre o bem coletivo. Os jogadores têm a responsabilidade de manter altos padrões de conduta, respeitando as regras e o espírito do jogo. A simulação de faltas representa uma falha nesse dever de responsabilidade ética.
Moral no Esporte:
Do ponto de vista moral, os jogadores têm a obrigação de seguir as regras e normas estabelecidas para garantir um jogo justo e competitivo. A prática de simulação contraria essa obrigação moral, enfraquecendo a cultura de justiça e respeito no esporte.
Comparação com Práticas Organizacionais Modernas
No contexto das práticas organizacionais modernas, a discussão sobre a ênfase na ética versus a moralidade é extremamente relevante. Assim como no futebol, as organizações enfrentam riscos significativos ao focar exclusivamente no cumprimento de regras (moralidade) e negligenciar o desenvolvimento da consciência ética.
Foco Exclusivo em Regras (Moralidade):
Desenvolvimento da Consciência Ética:
A comparação entre a evolução do futebol, de um jogo autogerido pelos capitães para um esporte regulamentado por árbitros, e as práticas organizacionais modernas revela riscos significativos associados ao foco exclusivo no cumprimento de regras. Tanto no futebol quanto nas organizações, a ênfase desproporcional na moralidade pode levar à exploração de brechas, à perda de colaboração e autonomia, e ao enfraquecimento da integridade e da confiança.
Por outro lado, o desenvolvimento de uma consciência ética robusta, que promova o bem comum, a integridade e a responsabilidade pessoal, pode criar um ambiente mais justo, colaborativo e adaptável. Nas organizações, assim como no futebol, é essencial equilibrar a moralidade com a ética para garantir decisões justas, promover o respeito mútuo e fortalecer a integridade geral da instituição.
Veja o caso das Americanas. Ela contava com empresas de auditoria, áreas de compliance e governança, boas práticas, anticorrupção e muitas outras regras (moral) que, acima da consciência (ética), desencadearam a maior fraude empresarial brasileira dos últimos tempos. Isso sim foi uma simulação de pênalti que decidiu um campeonato!
Xiko Acis | Provocador
xk@xikocis.com.br
+55 11 96466-0184
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