É ruim querer ser o melhor?

É ruim querer ser o melhor?

Desde criança eu sou uma pessoa extremamente competitiva e que busca ser a melhor no que faz. Devo (não agradeço), essa característica a minha personalidade tubarão. Procurem no Google e façam o teste de personalidade de vocês, é muito bom entender porque você é do jeito que é.

Então, desde cedo eu vivi em conflito: inicialmente na escola, depois na faculdade e trabalho. “É errado querer ser o melhor! ”, “ninguém gosta de pessoas sabichonas”, “Não precisa competir! ”. Essas são algumas frases que eu sempre ouvi.

Para quem não sabe, estou cursando direito, e esses dias a professora passou uma revisão que pontuaria quem acertasse o maior número de questões. Para mim era óbvio o objetivo. Então ouvi de uma colega: “nosso grupo vai fazer só para aprender, quer fazer com a gente? ”. Eu disse não. Meu esposo e eu fizemos e ganhamos o ponto. Mas, o curioso foi a decepção das pessoas desse grupo quando viram que haviam perdido e o quanto ficaram debatendo depois o que erraram. Será que no fundo não importa mesmo ganhar, ser o melhor? Ou será que quando declaramos que estamos “fora da competição” se não a ganharmos nossa consciência fica mais tranquila?

Não estou defendendo algo irreal, que o tempo todo sejamos competitivos, que olhemos para os outros querendo os superar a qualquer custo. Mas, também acho que há de ser desmitificar a ideia de que ser bom é ruim. É preciso encontrar um meio termo.

As crianças crescem sendo valorizadas pela média e quando entram no ensino médio, de repente se deparam com a realidade brutal do vestibular. Só ganham as vagas os melhores. Quem escolhe prestar concurso sofre. Só os melhores conseguem também os primeiros lugares. E nesse momento é difícil para a maioria assimilar essa mudança. O mundo é cruel. Estamos em uma “selva de pedra” e quando antes percebemos isso, melhor pode ser para nosso sucesso. E depois de estar entre os melhores, descobrimos que é preciso se manter ali. Isso custa. Ultimamente tem custado caro: a paz, a sanidade, o bem-estar e muitas vezes a vida.

Adoro o discurso do filme Rocky Balboa para o seu filho:

O mundo não é um mar de rosas; é um lugar sujo, um lugar cruel, que não quer saber o quanto você é durão. Vai botar você de joelhos e você vai ficar de joelhos para sempre se você deixar. Você, eu, ninguém vai bater tão forte como a vida, mas não se trata de bater forte. Se trata de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando. É assim que se consegue vencer.

Agora se você sabe do teu valor, então vá atrás do que você merece, mas tem que estar preparado para apanhar. E nada de apontar dedos, dizer que você não consegue por causa dele ou dela, ou de quem quer que seja. Só covardes fazem isso e você não é covarde, você é melhor que isso.

Precisamos (repito), encontrar o meio termo. Não ter medo de arriscar. De tentar se superar. De conquistar aquilo que dizem que é para um ou dois. Se é assim, pode ser para você! Não tenha medo e não tenha vergonha. Nem sempre iremos ganhar, mas não é nenhuma vergonha e nenhum problema tentar.



O problema não está em querer ser o melhor, mas sim em demostrar que queres ser o melhor. muitas coisas na vida que fizemos com dedicação acabam por fazer de nós os melhores mesmo sem demostrarmos que queremos ser.

Izadora Milhomem

TOP 100 Global Customer Success Strategist 2024 | CS Enablement | CSOps | Customer Marketing | Especialista em Atendimento ao Cliente | Especialista em Marketing Digital.

5 a

Concordo muito com o seu pensamento. Não vejo problema em ser o melhor e batalhar para isso, desde pequeno somos "moldados" para aceitar ser o meio termo e isso é ruim, porque a grande maioria cresce em meio ao conformismo. Poucos são os que buscam se destacar.   

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