É tempo de conversas difíceis

É tempo de conversas difíceis

O que nos impede de conversar com pessoas que pensam diferente de nós? Pelo fato de partirmos daquilo que nos separa e não do que nos une. Antes de rebater com a nossa verdade aquilo que é a verdade da outra pessoa, a pergunta que poderia gerar uma nova perspectiva para ambos poderia ser: o que te leva a pensar assim? Ao responder, a pessoa falaria de si, tirando o foco da sua verdade.

Levar a conversa para um outro patamar de discussão, traz qualidade para o conflito, que existe para provocar e tornar possível novas ideias. Se levamos mais perguntas do que respostas rompemos o modelo tradicional que envolve “quem mais grita, ganha”, “eu vou destruir a tua ideia”, “meus argumentos são mais fortes”, “você não sabe o que está falando”. Aliás, esse último coloca o “adversário” em total confusão, pois não saber o que está falando é um problema neurológico.

Quando “desmontamos” um argumento, acreditando ter conseguido ao ver o outro calado, o que fizemos foi “desmontar” a pessoa, exigindo que ela deixe de ser o que é, pois, o seu modo de ser e de pensar não nos agrada.

É preciso desconfiar de conflitos alegres e leves, pois alguém saiu “ganhando”. Se a outra pessoa “não gosta de briga” ou “paga para não se incomodar” o conflito não existe, aparentemente, mas pode conter o silêncio de verdadeiras feras amordaçadas.

O ponto de partida dos conflitos é sempre dois ou mais pensamentos diferentes e é esse o lugar onde podemos nos transformar, mudar ideia e construir algo novo, em conexão com aquele que pode seguir pensando diferente. Isso nos une.

Mônica Gomes

Assistente Administrativo na Opus Entretenimento

4 a

Muito bom, professora! Gratidão por ter sido tua aluna!!

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