05 Dicas para o combate à Discriminação Racial
Esta semana é marcada por uma data muito importante: 21 de março é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Instituir esta data foi uma resposta da ONU ao trágico evento de Sharpeville (1960), onde pessoas que participavam de uma manifestação pacífica contra um símbolo do apartheid foram mortas ou ficaram feridas. Preservar esta memória atualmente é um chamado à reflexão sobre a realidade presente, principalmente, à ação de combate à discriminação. A quem se aplicam estes chamados à reflexão e a ação? A toda sociedade, mas sobretudo às pessoas brancas ou mais privilegiadas no contexto socioeconômico. Esta data ressoa em todos nós como sociedade, indivíduos e nas estruturas em que vivemos.
Isto inclui nossos ambientes organizacionais, empresas e equipes. As temáticas de diversidade e a inclusão, indiscutivelmente, tornaram-se temas centrais nas discussões sobre justiça social e igualdade. Este é o único meio de criar ambientes mais equitativos e representativos. Não faltam dados e evidências que apontam que as organizações que valorizam a diversidade racial colhem os benefícios da criatividade, inovação e perspectivas diversas que contribuem para um ambiente mais colaborativo e produtivo.
Infelizmente, no Brasil, frequentemente, ainda nos deparamos com diversos episódios de racismo e, mas não podemos continuar nos valendo apenas do racismo estrutural como argumento para justificar nossas condutas individuais. Não diga "Não tenho lugar de fala" como justificativa para se eximir da responsabilidade de estar imerso, dentro da pauta e agindo como sujeito ativo no combate à discriminação. Todos nós temos lugar de fala. A pessoa branca tem lugar de fala, porém é um lugar de fala de pessoa branca. O que isto significa? Que ela não tem propriedade para julgar a perspectiva de quem vive na pele a discriminação e muito menos invalidar seus sentimentos (dizendo que é 'mimimi', por exemplo). Mas tem sim que usar sua fala e sua voz para educar, corrigir, repreender e dizer não à discriminação, dar um basta ao preconceito racial. É missão de todos nós, cada vez mais, liberarmos as pessoas não-brancas dessa carga e nos corresponsabilizarmos por ela. E como podemos agir como antirracistas? Algumas dicas simples:
1) Reconhecimento de privilégios: Isto é condição número um. Reconhecer nossos próprios privilégios e com isto afeta nossas interações diárias durante a trajetória de nossas vidas. Não se trata de sentir culpa por ser uma pessoa privilegiada, mas de ter ciência dessas vantagens e usá-las na promoção da igualdade, sobretudo nos espaços que frequenta.
2) Escuta ativa: Antes de sair por aí usando sua voz para falar sem propriedade daquilo que não vivencia em sua realidade, é preciso ouvir as vozes da comunidade e do movimento negro e de outras minorias raciais no Brasil (como indígenas, por exemplo).
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3) Educação: Ter escuta ativa não significa dizer que 'estamos aqui para ouvir e aprender', colocando-nos em uma posição passiva que frequentemente coloca a pessoa negra como responsável pela carga de ensinar, educar e conscientizar toda a sociedade. Precisamos buscar conhecimento e nos educar sobre questões raciais, história do racismo e seus impactos. É importante estarmos abertos ao aprendizado constante.
4) Ação concreta: Engaje-se em ações efetivas de combate ao racismo, seja através de apoio a causas antirracistas, participação em iniciativas de inclusão ou defesa por políticas igualitárias.
5) Autocrítica: Esteja aberto a críticas construtivas e tenha predisposição para refletir sobre suas próprias atitudes e comportamentos em relação ao racismo e vieses. Isto significa sair defensiva e estar mais aberto à autorreflexão.
O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial nos lembra da necessidade urgente de construir sociedades mais justas, igualitárias e inclusivas para todos. Cada um de nós tem um papel importante nessa jornada rumo à equidade racial e à harmonia social. Que esta data sirva como um lembrete do compromisso contínuo de combater o racismo em todas as suas formas e promover um mundo onde a diversidade seja celebrada e respeitada por todos.